São João Batista

 

Objetivos

Apresentar a pessoa de João Batista,  último profeta do AT, primo de Jesus, que veio antes dele para ajudar o povo a se preparar para recebê-lo.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; figura de gafanhotos melzinho em gomos em uma, e salgadinhos bem fininhos em forma de palitinhos secos

Figuras de locais que precisam da ação de profetas hoje; chinelo confeccionado em cartolina.

Acolhida

Oração inicial: Vinde Espírito Santo

Ver

No centro da sala, colocar diversas figuras de locais que precisam da ação de profetas hoje, como: regiões de seca, de fome extrema, disputas de terras com indígenas, depredação do meio ambiente, violência, bullings na escola...

Entregue uma sandália ou chinelo confeccionado em cartolina ou papel durinho, para cada catequizando e peça para que escrevam o nome nela e observem as figuras dispostas no centro da sala, conscientizando-se dos problemas atuais que afligem a população. Fazer a leitura orante de  Mc 1,1,  e pedir para que cada um coloque a sandália perto das figuras.

Iluminar

João Batista o último profeta do Antigo Testamento

- Iniciar a reflexão citando ação dos profetas do Primeiro Testamento e de João Batista.

- João Batista foi assim chamado por batizar os seus penitentes – era um profeta. Foi o último profeta do Antigo Testamento, escolhido por Deus, não somente para anunciar a vinda do Messias, mas para dizer que Ele já estava presente no meio de nós.

Enquanto outros profetas falavam, nem sempre de modo claro, que o Messias devia vir, João Batista apontava Jesus, e dizia: “Eis o Cordeiro de Deus!”


24 de Junho- Natividade de João Batista
Normalmente a festa de um Santo é fixada no dia de sua morte, que é o dia de seu nascimento para a vida eterna. São João Batista é uma exceção, pois tem duas festas: seu nascimento, em 24 de junho, e sua morte, em 29 de agosto.

Por quê?

Ler Lucas 1, 39-45. (outros textos Lc 1, 5-23 e Lc, 3-20)

Quando Maria visitou Isabel, que estava grávida dele, o bebê João pulou de alegria em seu seio. Neste momento foi santificado pelo bebê Jesus que estava no seio da Virgem Maria. Assim, ele já nasceu santo.

Ficando nessa história: vocês já imaginaram a graça que é para um bebê quando sua mãe comunga? Também ele se encontra com Jesus e é santificado!


E foi João quem recebeu o maior elogio de Cristo, que afirmou ser ele o maior entre todos os nascidos de mulher.

Ler Mateus 11.7-15 e Mateus 3, 1-11

- Quando João cresceu, tornou-se um grande profeta, peregrinava ao longo do rio Jordão: anunciava a penitência, o perdão dos pecados, a conversão e batizava as pessoas que aceitavam mudar de vida, recebendo assim o apelido de “Batista”. E anunciava uma notícia esperada há milhares de anos: o Messias, o Cordeiro de Deus estava para chegar, aliás, já tinha nascido.

João Batista levava uma vida de austeridade, vestia-se com pele de camelo e alimentava-se de mel silvestre e de outros produtos pobres daquela região árida.

 

- Leve 2 vasilhas (se possível dessas de plástico - com tampa) e coloque melzinho em gomos em uma, e na outra coloque aqueles salgadinhos bem fininhos em forma de palitinhos secos Eles serão como gafanhotos. 
Deixe escondido.
Faça um suspense. No meio da história, ao dizer como ele se alimentava de mel - abra a vasilha e ofereça: "- Quem quer um melzinho?" 
Permita que cada criança retire um melzinho e experimente.
Em seguida, mostre a figura do GAFONHOTO e conte que João Batista comia esse inseto.
Levante levemente a tampa da vasilha e pergunte: "- Quem quer um gafanhoto?" 
A resposta automática será um grande NÃOOOO espantado! 
Mas aí eles verão os salgadinhos e cada um provavelmente vai querer experimentar desse 'gafanhoto'...

 

- Na sua pregação aos homens e mulheres que, de toda a parte, acorriam ao deserto para o escutar, ele proferia palavras de muita dureza e, algumas vezes, até de ameaça. A todos convidava ao arrependimento dos seus pecados, a fim de receberem o batismo de penitência.

Dizia ter o coração purificado, ou seja, convenientemente preparado para os grandes acontecimentos que iam chegar: a vinda solene e pública do Reino de Deus, na pessoa, na palavras e obras de Jesus Cristo, o Redentor.

Falando da importância e grandeza do Filho de Deus, João Batista se considera pequenino e sem valor. “Não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias”(Mc 1,7)

 

João afirmava que o Messias seria enérgico, um juiz rigoroso. Neste ponto se enganou: o Messias, Jesus, era a mais doce e bondosa das criaturas, veio para salvar e não para condenar, veio anunciar a graça divina, e não os castigos divinos.

João foi muito humilde: apesar de todo o seu sucesso, das multidões que o procuravam, ao ver Jesus considerou encerrada a sua missão de precursor, de abridor de caminhos: daqui para a frente é Jesus quem tem a palavra final.

 

Jesus também foi muito humilde, pedindo para ser batizado por João. No mundo das grandezas divinas, tudo é simplicidade, ninguém se considera maior, todos querem ser servidores. Assim foi com João, São João Batista.

 

Um dia Herodes, o chefe lá da região, mandou  matá-lo. Não porque lhe tivesse ódio, pois até o admirava. Mas porque a sua pregação incomodava a ele e as pessoas que viviam em desacordo com a Lei de Deus.

Morreu decapitado, por causa da sua coragem em pregar a justiça e a fraternidade. O seu exemplo ainda causa muita impressão, apesar de ter morrido há quase dois mil anos.

 

 

Agir

Rezar durante a semana pedindo a Deus que nos oriente para a construção de uma sociedade cada vez mais cheia de vida, marcada pelos valores do Evangelho de Jesus Cristo, de quem João Batista foi o precursor!

Celebrar

– Deixar claro que, ainda hoje, “os caminhos do Senhor devem ser abertos” por todos nós, quais outros “Joões Batistas” que nascem para anunciar a vida nova. Para que isso se concretize, só nos resta a constante conversão, o rompimento com o erro, de modo que possamos renascer e aderir ao projeto de Jesus.

– “João” somos todos nós quando nascemos para o reino. Somente assim tem sentido celebrar a Natividade de João, o nascimento de uma Igreja voltada para a justiça social.

 

Senhor, ajuda-nos a imitar João Batista, a  sua coragem e sua força de anunciar o Evangelho.

 



 

JOÃO BATISTA

 

João Batista foi o precursor de Jesus, isto é, aquele que veio preparar o povo para recebê-lo. Á história da sua infância encontra-se no Novo Testamento, no evangelho de São Lucas, capítulo Primeiro, versículos 5 a 23 . Veja ainda (Lc l, 56-80). Alguns fatos da sua vida são narrados também nas outros três evangelhos: São Mateus, São Marcos e São João.

Zacarias e Isabel, os pais de João Batista, moravam numa cidade chamada Ain-Karim. Eram de idade avançada e não tinham filhos. Porém, eles confiavam muito em Deus e rezavam pedindo-lhe um filho.

Isabel sempre recordava as histórias dos milagres que Deus fizera para Sara e Ana, duas mulheres que também não podiam ter filhos. E que só se tornaram mães, quando já eram idosas. E ela dizia: "Deus podia me dar um nenê também".

E não demorou muito para esse milagre acontecer. Certo dia, Zacarias (que era sacerdote), teve uma visão de Deus. Enquanto ele estava no templo servindo e rezando por todo o povo, apareceu-lhe o anjo Gabriel e disse-lhe: "Deus ouviu a oração de vocês; sua esposa vai ter um filho, que se chamará João. Todos vão se alegrar com o seu nascimento". O mensageiro de Deus falou-lhe outras coisas interessantes sobre a missão de João. (Confira suas palavras em Lc 1,15-17.)

Mas Zacarias não acreditou muito e perguntou ao anjo: "Como saberei que isso vai acontecer? Pois sou velho e minha esposa também. Como poderemos ter filho?" O anjo lhe disse: "Você ficará mudo até o dia em que seu filho nascer, porque não acreditou nas minhas palavras".

Quando Zacarias saiu do templo, só se comunicando através de sinais, o povo percebeu que o sacerdote tivera uma visão de Deus.

Ele, porém, não explicou nada a ninguém. Só Isabel compreendeu, pois ficou grávida logo depois. Os dois ficaram muito felizes, e ansiosos, esperavam o nascimento de João.

Pouco tempo depois, uma jovem chamada Maria, que morava na cidade de Nazaré, recebeu também a visita do mesmo anjo, que falara com Zacarias.

Ao receber Maria, Isabel fica tão feliz que João Batista, ainda dentro dela, também vibrou saudando Jesus em Maria.

"Alegre-se Maria"! - disse-lhe ele. Tais palavras a assustaram, mas o mensageiro de Deus continuou: "Não tenhas medo. Porque você vai dar à luz um filho, o próprio Filho de Deus. Seu nome será Jesus.

O anjo lhe contou também que, apesar da velhice, Isabel engravidara e esperava um bebe. Então Maria compreendeu que "para Deus nada é impossível". Ela acreditou na mensagem do anjo e aceitou ser a mãe de Jesus.

Depois que Maria recebeu esta notícia, ela sentiu uma grande alegria. E foi visitar Isabel, sua prima.

"Certamente ela está precisando de ajuda" - pensava Maria. Afinal, não faltava muito tempo para o pequeno João nascer.

 

Vida e morte

 

Falando de São João Batista, Jesus disse: “Entre os nascidos de mulher, não há maior profeta que João Batista; porém, o que é menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lc 7, 28).

 

João nasceu para cumprir o propósito de Deus. Quando ele ficou adulto,  foi para o deserto da Judéia, então, passou a pregar para as que pessoas deixassem o mal se arrependessem dos seus pecados, e fossem batizadas. Ele usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de sua cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

Herodes o Grande (o infame responsável pela matança dos Inocentes) tinha um filho chamado Herodes Antipas, que repudiou sua mulher legítima (filha do rei dos nabateus, Aretas IV) e passou a viver ilicitamente com Herodias, que era ao mesmo tempo sua cunhada (pois casada com Filipo, irmão de Antipas) e sua sobrinha (neta de Herodes o Grande). A união adulterina se agravava assim pelo fato de ser duplamente incestuosa. São João Batista teve a coragem de denunciar publicamente essa situação, objeto do escândalo popular, pagando o preço de sua heróica virtude: foi preso e encarcerado no palácio-fortaleza que os Herodes tinham em Maqueronte, na Transjordânia, ao norte do Mar Morto.

Herodes temia mandar matar São João Batista, pelo grande prestígio popular de que este gozava, mas chegou a esse ato nefando para satisfazer a promessa criminosa que fizera a Salomé, filha de Herodias, após o célebre bailado que tanto o extasiou, na festa de seu aniversário. Cego pela luxúria, e para manter o juramento de conceder à jovem megera o que ela pedisse, mandou decapitar São João Batista e apresentou-lhe a cabeça numa bandeja, que a jovem entregou à mãe, instigadora do crime (cfr. Mt 14, 3-12).

 


Cumprimento exímio de sua missão

A São João Batista, preso em Maqueronte, não escapava a possibilidade desse desfecho, e querendo encaminhar a Jesus seus discípulos, mandou dois deles a perguntar-Lhe: “És tu o [Messias] que há de vir, ou devemos esperar outro?” (Lc 7, 19). São Lucas narra a cena:

“Tendo ido ter com Ele, disseram-Lhe: João Batista enviou-nos a ti, para te perguntar: És tu o que há de vir, ou devemos esperar outro? Naquela mesma hora, [Jesus] curou muitos de enfermidades, e de chagas, e de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos. E respondendo, disse-lhes: Ide referir a João o que ouvistes e vistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho; e bem-aventurado aquele que não se escandalizar a meu respeito” (Lc 7, 20-23).

São Lucas continua: “Tendo partido os mensageiros de João, começou Ele a dizer acerca de João às turbas: Que fostes vós ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? [...] Mas que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e mais ainda que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis que eu envio o meu anjo adiante de ti, o qual preparará o teu caminho diante de ti. Porque eu vos digo: Entre os nascidos de mulher, não há maior profeta que João Batista; porém, o que é menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lc 7, 24-28).

O elogio de Jesus a São João Batista é portanto retumbante e muito merecido. São João Batista era mais que um profeta, pois era o Precursor do Messias, e sua missão consistia em pregar ao povo a oração e a penitência em vista do Reino de Deus que se aproximava, e, à chegada do Messias, apontá-Lo ao povo. São João Batista cumpriu eximiamente sua missão.

Tendo, pois, Jesus ido ter com ele, João disse: “Eis o Cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo. [...] E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu em forma de pomba, e repousou sobre ele. E não o conhecia, mas o que me mandou batizar em água disse-me: Aquele sobre quem vires descer e repousar o Espírito, esse é o que batiza no Espírito Santo. Eu o vi; e dei testemunho de que ele é o Filho de Deus” (Jo 1, 29-34).

 

O menor no Reino de Deus é maior do que ele

Entretanto, depois de dizer que “entre os nascidos de mulher” ninguém é maior do que João Batista, Jesus paradoxalmente acrescenta: “o que é menor no Reino de Deus é maior do que ele”.

Trata-se de uma afirmação de grande riqueza doutrinária: a comparação se põe entre a missão profética de São João Batista e a pertença ao Reino de Deus. Ora, a incorporação a este é superior à função profética que a precedeu. Em outras palavras, por maior que fosse a dignidade do profeta Precursor do Messias, era menor que o ingresso, pelo Sacramento do Batismo, no Reino de Deus que Jesus Cristo veio instituir com a Santa Igreja Católica, e para o qual muito contribuiu a pregação de São João Batista.

Isto não significa que qualquer católico é mais santo do que São João Batista. Longe disso! Significa, isto sim, que a dignidade de pertencer à Igreja Católica é maior do que a dignidade dos que viviam no Antigo Testamento.

 

Perplexidade dos discípulos de São João Batista

O tratamento desta dificuldade leva diretamente a uma questão conexa, que embaraçou inclusive alguns discípulos do Batista.

Já vimos como o Precursor do Messias temia que seus discípulos não compreendessem inteiramente a missão infinitamente maior do Filho de Deus. São João Batista não tinha a menor dúvida a respeito, tanto assim que dizia: “Illum oportet crescere, me autem minui” (É preciso que Ele cresça e eu diminua), como se verá em seguida.

Com efeito, o Evangelho de São João narra essa perplexidade dos discípulos do Batista: “E foram ter com João [Batista] e disseram-lhe: Mestre, o que estava contigo da banda de além Jordão, de quem deste testemunho [isto é, Jesus], ei-lo que está batizando, e todos vão a ele. Respondeu João e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do Céu. Vós mesmo me sois testemunha de que vos disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado adiante dele. O que tem a esposa é o esposo, mas o amigo do esposo, que está de pé e ouve, enche-se de gozo com a voz do esposo. Pois este meu gozo está cumprido. Importa que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3, 26-30).

O desfecho desta perplexidade é mais uma grande lição da História da Igreja. Sem dúvida, vários discípulos de João Batista seguiram a Jesus, como Santo André Apóstolo (cfr. Jo 1, 40). Outros, porém, ficaram enredados na sua perplexidade e recusaram incorporar-se a Cristo, como se vê no Evangelho de São Mateus (9, 14). A tal ponto que, nos dias da Igreja primitiva, apareceram seitas ou grupos que só haviam recebido o batismo de João (cfr. At. 18, 25; 19, 3-4).

E essa é a lição: alguns daqueles mesmos que haviam correspondido à graça, seguindo a João Batista, fecharam-se à graça maior que lhes foi oferecida, de ver em Jesus Cristo o Verbo de Deus Encarnado em Maria, o Messias Salvador do mundo. A pretexto de permanecerem fiéis a João, recusaram o seguimento de Cristo!

Não nos iludamos: a História da Igreja está cheia de casos análogos.