DÍZIMO

O Dízimo tem três finalidades importantes: manutenção do culto; formação de lideranças e caridade. A manutenção do culto significa o pagamento de água, luz, telefone, dos funcionários que zelam da Igreja e que estão à disposição dos fiéis e das comunidades, do material litúrgico usado nas celebrações etc. Tudo o que se refere ao bom funcionamento da Igreja.

A segunda finalidade nos mostra que uma das formas de evangelização da Igreja se dá através das pastorais, movimentos e serviços eclesiais, por isso ela precisa formar os leigos para que estejam a serviço da Igreja e do Povo de Deus e para que a sua evangelização tenha eficácia.

A terceira finalidade do Dízimo é ajudar as pessoas necessitadas através das Pastorais Sociais da Igreja. São Paulo nos diz que três são as virtudes teologais: fé, esperança e caridade, no entanto a maior delas é a caridade. Por isso, a evangelização da Igreja exige que ela faça também um serviço de promoção humana.

Por que o Dízimo é uma experiência de Fé?
A Palavra de Deus não deixa nenhuma duvida, Dízimo é uma forma de experimentar o grande amor que Deus tem para todos aqueles que confiam na sua Palavra e nos seus ensinamentos, como nos diz a Sagrada Escritura: ―Façam a experiência comigo, diz o Senhor‖ (Mt 3:10).Deus convida a cada um de nós para fazermos esta experiência de amor para com Ele. Quantas pessoas já fizeram e hoje são felizes, porque acreditaram na Palavra de Deus e nesta experiência de amor!

Quais são os fundamentos do Dízimo?
Para justificar a necessidade de contribuir com o Dízimo, podemos indicar quatro fundamentos distintos, que são: bíblico, teológico, comunitário e pastoral.
 

Fundamentação bíblica do Dizimo

O dízimo não é uma invenção humana e nem uma forma da igreja explorar financeiramente as pessoas ou uma forma de manutenção física das pessoas que trabalham para Deus. Pensar desta forma é minimizar a existência do dízimo, é reduzi-lo a um plano financeiro, o que está muito distante da verdade.

O dízimo é um preceito bíblico que surgiu de forma espontânea como uma resposta da criatura humana à bondade divina. Quem aceita o dízimo em sua vida está atendendo a um chamado divino e aceitando que Deus entre em seu coração, transformando-o em um ser mais generoso, mais bondoso e mais responsável. Ser dizimista é aceitar a partilha, a doação, a comunhão... O dízimo tem uma origem bíblica, por ter seu fundamento na palavra de Deus sendo, portanto, um mandamento divino.

O dízimo não está diretamente presente no Novo Testamento, mas nele também não se nega a existência do dízimo. Paulo em suas cartas recomenda a realização de coletas em que cada um daria de acordo com a sua prosperidade. Não se estabeleciam valores para a doação, cada um ofertava conforme a sua disponibilidade financeira. Este entendimento perdura nos dias de hoje na Igreja Católica onde não se utiliza os 10% como uma referência para as doações ou devoluções, não é uma imposição. Todo cristão que entrega a sua vida nas mãos de Deus deseja agradecê-Lo pela abundância de graças derramadas e o gesto concreto de agradecimento é através da devolução do dízimo.

Muitos que ainda não entenderam a dimensão do dízimo utilizam os mais diversos argumentos para não se tornarem dizimistas, pois ainda estão muito apegados às coisas mundanas e não conseguem realizar a partilha, porque o egoísmo está entranhado em seu ser. Estas pessoas que se apegam ao que é material devem estar cientes que desobedecem a um mandamento divino.

A Bíblia, repetimos, está repleta de citações referentes ao dízimo, fundamentando todos os nossos argumentos. Do Gênesis ao Apocalipse encontramos referências divinas a este ato de partilha. Abaixo tentamos relacionar a maior quantidade possível de referências que encontramos na literatura especializada. Claro que existem muitas mais citações e referências que não arrolamos. Após a leitura destes textos esperamos conseguir fazer com que o leitor se entregue à experiência de vivenciar o dízimo em um nível espiritual, em uma demonstração de fé e de confiança em Deus.

Após a leitura reflita sobre a relação do texto com a prática da devolução do dízimo. Você perceberá que, para facilitar, as passagens propostas estão na mesma ordem dos livros na Bíblia. Você também poderá encontrar muitas outras passagens sobre o tema nas Escrituras Sagradas e, isto ocorrendo, será sinal de que você foi sensibilizado pela evangelização dizimal.

Estas passagens foram retiradas da Edição Ave Maria. Procure ler estas passagens bíblicas observando o seu contexto; atenção  à época em que foi escrito, os costumes do povo; leiam, também, os versículos anteriores e posteriores; não se apeguem apenas às palavras do texto, mas busquem entender o todo.

 

Gn 1, 1-31

Gn 4, 3-4

Gn 8, 20-22

Gn 14, 17-22

Gn 24, 3

Gn 28, 19-22

 Gn 35, 1-7

Ex 19.5

Ex 22, 28-31

Ex 25, 1-9

Ex 35, 4-29

Ex 36, 3-7

Lv 1, 1ss

Lv 2, 1ss

Lv 3, 1ss

Lv 4, 1-4

Lv 5, 6-8

Lv 5, 14-19

Lv 5, 25-26

Lv 6, 13

Lv 7, 1-21

Lv 14, 10-11

Lv 16, 5-13

Lv 17, 2-4

Lv 22, 17-22

Lv 27, 30-34

Nm 15, 1-31

Nm 18, 8-13

Nm 18, 20-21

Nm 18, 23-32

Dt 8, 11-20

Dt 11, 13-15

Dt 12, 6-19

Dt 14, 22-29

Dt 15, 4

Dt 20, 6

Dt 26, 10-16

Dt 28, 11-14

2Rs 12, 9-16

1Cr 29, 1-20

2Cr 24, 8-10

2Cr 31, 3-21

Ne 10, 33-40

Tb 1,6-8

Jó 1, 21

Sl 19, 6-9

Sl 22, 1-6

Sl 24, 8-10

Sl 36, 21-26

Sl 126, 2-6

Pr 3, 9-10

Pr 19, 16-17

Pr 27, 18

Eclo 7, 31-40

Eclo 29, 11-35

Eclo 35, 1-21

Is 40, 30-31

Am 4, 4-5

Ml 3, 3-4

Ml 3, 6-11

 

Mt 5, 23-24

Mt 6, 19-21

Mt 6, 24-34

Mt 7, 7-11

Mt 17, 23-26

Mt 19, 21-30

Mt 22, 16-21

Mt 23, 23

Mt 25, 31-46

Lc 6, 30-38

Lc 9, 13-17

Lc 10, 5-8

Lc 11, 41-42

Lc 12, 16-21

Lc 14, 28-34

Lc 17, 12-19

Lc 18, 9-14

Lc 19, 1-10

Lc 20, 20-26

Lc 21, 1-6

At 2, 42-47

At 4, 32-37;

At 5, 1-11

At 5, 29

At 6, 1-7

At 20, 32-38

1Cor 2, 14-16

1Cor 4, 7-8

1Cor 9, 1-14

1Cor 9, 16-19

1Cor 16, 1-3

1Cor  15, 57-58

2Cor 8, 1-15

2Cor 9, 6-12

2Cor 9, 5-15

2Cor 11, 7-9

Gl 2, 10

Flp 2, 12-16

Flp 4, 17-20

Cl 3, 5-6

1Tim 1, 1ss

1Tim 5, 16-18

1Tm 6, 6-12

1Tm 6, 17-21

Hb 2, 3-4

Hb 7, 4-10

Hb 11, 1-3

Tg 2, 14-26

Ap 20, 12-15

Todas estas passagens fundamentam o conteúdo das postagens deste blog: tudo o que recebemos vem de Deus; somos co-responsáveis pela manutenção de nossa comunidade; a partilha com os mais necessitados; a dimensão social do dízimo; a nossa missão evangelizadora; o compromisso dos batizados  e tantos outros temas aqui tratados. É importante perceber nesta fundamentação que o dízimo não é só uma questão financeira, é uma questão de evangelização, de fé em Deus e amor ao próximo.

Fonte: https://papocatolico.blogspot.com.br/2012/02/dizimo-fundamentacao-biblica.html


Principais passagens:

A fundamentação bíblica está bem clara na Sagrada Escritura. O Dízimo é um mandamento, uma expressão da vontade de Deus a todo o seu povo, quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento.A palavra dízimo tem origem na contribuição legal da décima parte dos bens das tribos de Israel para o sustento dos sacerdotes, órfãos e viúvas. No Novo Testamento a contribuição deixou de corresponder precisamente ao valor de 10%, e tornou-se o cumprimento do mandamento do amor, posto em pratica pela partilha alegre e generosa. Eis alguns textos, que irão nos ajudar nesta reflexão, mostrando que o termo Dízimo evoluiu na compreensão do povo de Deus:

―Todos os dízimos da terra são propriedade do Senhor... São coisas consagradas ao Senhor‖ (Lv 27:30).

― Malaquias capítulo 3 versículos 6 e seguintes.Tragam o Dízimo ao templo do Senhor, para que haja alimento em minha casa‖ (Ml 3:10).

―Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo‖ (Jô 15:12).―Cada um dê conforme o impulso do seu coração, não dê de má vontade ou constrangido, pois Deus ama a quem dá com alegria‖ (II Cor 9:7).

― A oferta da viúva: ...“Depositou tudo o que tinha...” (Marcos 12, 41-44)

― “Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de diversas ervas e desprezais a justiça e o amor de Deus. No entanto, era necessário praticar estas coisas, sem contudo deixar de fazer aquelas outras coisas.” ( Lucas 11, 42)


Fundamentação Teológica
A fundamentação teológica do Dízimo baseia-se no plano de Deus. E tem suas origens no Antigo Testamento, onde o povo reconhece que tudo vem de Deus, a vida, o trabalho, os bens materiais, etc... Não existe Dízimo sem ligação com Deus. É algo que vem d’Ele e volta pa Ele através das mãos do homem, impulsionadas pela fé, como reconhecimento de que tudo o que temos e somos a Ele pertence e sem Ele nada temos e nada somos.

As virtudes da fé, esperança e caridade são dons gratuitos de Deus. O sinal de que efetivamente recebemos esses dons sobrenaturais se revela em nossa vida, em nossas atitudes. Quem tem fé, acredita na Palavra de Deus segundo a qual devemos ser sinal do seu amor no mundo, espera que todos os irmãos vivam dignamente e ama seus irmãos em concreto, oferecendo sua colaboração para que as suas necessidades sejam satisfeitas de modo organizado.

Fundamentação Comunitária
Terceiro fundamento do Dizimo é o comunitário. A comunidade é uma família, a família do povo de Deus, onde se testemunha o Cristo pela vivencia da fraternidade como expressão de fé. A comunidade verdadeira se ama e se ajuda. Por isso, todos são responsáveis por tudo o que acontece nela. A igreja não é um conjunto de pessoas alheias umas ás outras. Se assim fosse, não seria uma comunidade unida. O povo de Deus que é a Igreja esta organizado, sua missão é exercida por pessoas que exercem funções em benefícios de todos. A comunidade de fé esta no mundo e por isso se organiza de modo humano.O retrato de uma comunidade verdadeira está em Atos dos Apóstolos: “Todos os fieis viviam e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um”.Que lindo exemplo que cada um de nós deveríamos seguir. Você que é católico, vem á igreja todos os domingos e não contribui com o dizimo, gostaria de ver sua comunidade funcionando bem? Então, retribua e faça com alegria e amor.

Fundamentação Pastoral
O quarto fundamento do dizimo é o pastoral, a evangelização. A atividade pastoral gera despesas com atividades missionárias em geral, salário dos missionários que estão a serviço das comunidades, ajuda ás paróquias e comunidades pobres em locais distantes, em outras regiões do país. Jesus fala sobre o trabalho dos evangelizadores e defende os seus direitos: “O trabalhador merece o seu sustento” Mt. 10. 10.São Paulo também afirma: “O ministro do culto vivo do seu ministério” 1Co. 9. 13-14.

Dizimo: opção generosa da pessoa de fé
A bíblia diz que quanto mais uma pessoa é generosa e abre a mão e o coração para partilhar, tanto mais recebe as bênçãos de Deus. O coração do egoísta é fechado para dar e, em conseqüência, também fechado para receber. Só quem é generoso e não tem medo de partilhar o que possui, está de fato aberto para receber as bênçãos de Deus. “A alma generosa será cumulada de bens; e o que largamente dá, largamente receberá” Prov. 11. 25.

Por que em muitas paróquias o dizimo não vai bem?
Em algumas paróquias o dizimo não vai bem porque as lideranças, muitas vezes, não acreditam ou não assumem a pastoral do dizimo como deveríam assumir. Existem pessoas que exercem, ministérios dentro da igreja e não devolvem o dizimo. Alguns por falta de conhecimento da Palavra de Deus, porque não têm consciência do que é ser igreja e outros, simplesmente, por comodidade pessoal.

Cada um tem uma justificativa pela sua omissão. Devolver o dizimo é um dever de todos, a começar pelos padres, diáconos, Ministros da Eucaristia e da palavra, catequistas, coordenadores de comunidades, coordenadores de pastorais, Grupo de Oração e, enfim, pessoas que prestam algum serviço espontâneo na comunidade ou trabalham em festas, rifas, bingos, promoções, etc... . Nenhuma destas pessoas está dispensada de devolver o dizimo. Pelo contrario, essas deveriam ser as primeiras a dar o bom exemplo.

—->Devolver o dizimo é ser justo para com Deus e estar de coração aberto para colaborar com o seu Reino, que é de justiça, amor e paz.

—->Com o dizimo você ajuda a transformar a Igreja para que ela seja cada vez mais unida e fraterna, a fim de que possa cumprir a sua missão evangelizadora como Jesus a quer.

—>Dizimo é sinal de compromisso de fidelidade com Deus, com a igreja e com os pobres. Jesus, na sua bondade infinita, instituiu a sua igreja, para ela evangelizar, catequizar, servir e santificar. E, para que ela possa desempenhar a sua vocação evangelizadora no mundo, necessita de recursos materiais e esses recursos devem provir de nós, seus filhos, que somos e formamos a igreja viva de Cristo aqui na terra.

—->Dizimo é como uma semente, quando plantada e cultivada, teremos a certeza de que produzirá muitos frutos para com Deus, com a igreja e com os pobres. “Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para comer, vos dará rica sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça” 2Co. 9. 10. É só confiar em Deus, devolver o dizimo e os frutos, com certeza virão em abundância.

—->A opção pelo dizimo nasce quando o cristão começa a dar valor á Palavra de Deus. Ao invés de só pedir, aprende também a agradecer, não só no aspecto espiritual, mas também no aspecto material, que é devolução do dizimo.

—->Devolvendo o dizimo, estou colocando em comum uma parte dos meus bens, para que todos possam viver com dignidade, como filhos de Deus. “nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” Jo. 13. 35.