Mandamento V

O valor da vida- Vícios e violência na família

Mandamento V- Não matar

 

Objetivos

Mostrar que a partilha de vida promove a pessoa, ao contrário do vício e da violência que fere a vida e a dignidade da mesma.

 

Preparação para o encontro

Organizar no centro da sala, de preferência no chão, sobre um tecido colorido, uma Bíblia, colocando de um lado uma bela flor viva, e do outro lado, uma flor morta, murcha.

Revistas e jornais.

 

Acolhida

Oração inicial: Creio

 

O Quinto Mandamento da Lei de Deus proíbe qualquer tipo de atentado contra a vida, pois o ser humano é precioso aos olhos de Deus.

 

Ver

Reflexão

Pedir para os catequizandos olharem as revistas e jornais procurando e recortando cenas e manchetes que lembrem a beleza e o valor da vida. Depois peça que expliquem o motivo da escolha.

O ser humano é a coroa da obra da coroa da criação de Deus e sua vida tem um valor infinito. Valorizar as imagens de recortes apresentados pelos catequizandos em sua fala, acentuando o valor da vida e a beleza do ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus.

Pedir para olharem novamente as revistas procurando cenas que retratem situações de desrespeito à vida. Depois expliquem o motivo da escolha.

Explique que tais situações de desrespeito à vida não são queridas por Deus. Pelo contrário, ele que é Pai, deseja que todos os seus filhos tenham vida plenamente respeitada.

Ler Gn 4, 2-16.

Associar o texto bíblico com as realidades de morte que ocorrem em nossos dias, procurando explicar suas causas.

Explicar que assim como a causa do assassinato de Abel foi a inveja e o ciúme do seu irmão Caim, também em nossos dias as mortes, assassinatos e desrespeitos têm suas causas. É importante conhecermos estas causas para podermos combatê-las e assim defender a vida. Para ajudar os catequizandos organize um debate sobre as causas da violência, do aborto, das drogas, mortes no trânsito. Anotar as respostas e partilhar com o grupo.

Esclarecer possíveis dúvidas de acordo com a doutrina da Igreja.

 

Quais as situações de desrespeito à vida que estão acontecendo em nossa comunidade?

Como você tem reagido a elas?

E a sua vida? Você agradece a Deus por ela?

 

Iluminar

Debate

 

Ler o Depoimento de Augusto Joench Matins – 21 anos (Saco dos Limões – Florianópolis – SC)

Desde a minha infância tive amor familiar dos meus pais, que sempre participavam ativamente da Igreja e me educaram da melhor maneira possível.

Apesar disso, com 15 anos de idade, me envolvi com amizades que me levaram a fumar meu primeiro baseado. Experimentei também a cocaína e, em pouco tempo, já estava totalmente dominado pela droga.

Tornei-me uma pessoa sem sentimentos. Via os meus pais sofrerem, mas, meu coração de pedra não reagia. Mentia para mim mesmo, tudo para poder usar a droga.

Sem força de vontade, meu corpo e pensamentos eram dominados pela droga, que me tornou um ser sem moral, fraco, doente, sem emoções, sem prazer de viver.

Não aguentava mais. Tudo em minha vida era em função disso: três anos de treva total.

Em outubro fui internado numa clínica onde fiquei em tratamento por um mês. Começou ali minha caminhada de recuperação.

Há três anos e meio que não uso maconha, cocaína e álcool. Um movimento jovem me ajuda no tratamento, e nele encontro forças para superar as dificuldades da dependência química.

Novas amizades, novos ambientes... eis o segredo para os jovens em recuperação!

Revitalizar-se na fé, seguir e amar Jesus “Caminho, Verdade e Vida”, é a outra e a mais poderosa alavanca para manter-se na sobriedade!

“Só por hoje.”

“As drogas não levam a lugar nenhum. Por isso, jovem, ame a vida”!

 

O que quer dizer “amar a vida”?

Quais as situações que os vícios promovem em nossas vidas?

Por que os vícios geram violência e morte?

Você acredita que Jesus é “Caminho, Verdade e Vida”?

 

Leitura da passagem bíblica - Rm 12, 9-21

Momento de silêncio para interiorizar a Palavra de Deus

Refletir: O que o texto diz para nós, para a nossa realidade?

À luz da Palavra de Deus, da boa notícia de Jesus, o que a vida nos pede?

Neste momento recordar situações, acontecimentos, pessoas e famílias feridas pelo sistema das drogas pelas quais queremos rezar. Depois fazer uma oração silenciosa em profunda comunhão...

 

Exame de consciência.

5º Não matando: Tive ódio? Recusei o perdão a quem me pediu? Desejei a morte para mim ou para outros? Ensinei a praticar pecados? Seduzi alguém ao pecado? Defendi o assassínio de bebês através do aborto? Desejei a guerra, ou me entusiasmei por ela? Falei que “a terra está cheia demais, e precisa mesmo morrer gente”?

 

Agir

Tomar posse do amor que Deus tem por nós.

O amor é a fonte da vida. Quem se ama, e quem é amado não consome drogas. Cuida da sua vida e da dos outros... A vida nova está dentro de nós. Queremos viver! Queremos dar um grito de não às drogas e não à violência. Queremos comer e beber coisas boas e na quantidade certa, quer dizer, coisas que nos façam crescer. É vida nova!

 

Celebrar

Convidar os catequizandos para que meditem sobre como Deus vê tudo o que acontece no mundo.

Fazer preces espontâneas, pedindo pelas situações de violência, de fome, das guerras e de todas as formas de desrespeito à vida.

Em seguida imaginar cada situação de agradecimento a Deus pelo dom da vida, tirando-a do lado do vaso com a flor seca e fazendo sua prece.

Cada catequizando faz a sua prece segurando nas mãos a flor vida que estava ao lado da Bíblia. Após cada prece cantar o refrão: “Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida plenamente”.

Concluir com a oração do Pai Nosso.

 

 


 O quinto dos Dez Mandamentos da Lei de Deus-  Catequese do Pe. Reginaldo Manzotti

 

-  “Ouvistes o que foi dito aos antigos, disse Jesus: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes.” (Mt 5, 21-22). O quinto dos Dez Mandamentos da Lei de Deus se aplica à legítima defesa, ao homicídio voluntário, ao aborto, a eutanásia e ao suicídio.

O suicídio, por exemplo, faz-nos lembrar que cada um é responsável por sua vida diante de Deus, pois foi Ele quem nos colocou no mundo. Portanto, a nossa existência tem Deus como único soberano e, por isso, devemos preservá-la. Essa atitude contradiz a inclinação natural do ser humano, porque somos administradores e não proprietários da vida e devemos conservá-la e perpetuá-la.

Existem distúrbios psíquicos graves, como a angústia, o medo, o sofrimento e a tortura que podem levar a pessoa a tentar contra a própria vida. Deus, na sua misericórdia, irá avaliar o que levou a pessoa naquele momento a chegar ao suicídio.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz: Não se deve desesperar da salvação as pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a vida (CIC 2283).

O Mandamento: não matarás, nos coloca que a vida é sagrada. Não matarás, porque só Deus é dono da vida, do começo ao fim. Ninguém em nenhuma circunstância pode reivindicar para si o desejo de destruir a vida de um inocente.

Neste quinto mandamento devemos entender que a legítima defesa não é uma exceção à proibição de matar um inocente. A ação de defender-se pode acarretar um duplo efeito, o de defender-se para conservar a própria vida e o da morte do agressor.

Quem defende a sua vida não é culpável de homicídio, se a consequência de protegê-la for a morte do agressor. O princípio primeiro é a defesa da própria vida e este é fundamental na moralidade. A legítima defesa pode não ser só um direito, mas um dever grave.

O quinto mandamento coloca também como gravemente pecaminoso o homicídio direto e voluntário. E, ainda, o assassino e os que cooperam voluntariamente com o assassinato, pois cometem um pecado que clama ao céu por vingança.

Este mandamento proíbe qualquer intenção de provocar, mesmo que indiretamente, a morte de uma pessoa. Qualquer negócio ou prática mercantil que provoque a fome, a morte dos irmãos é tida como homicídio.

Dentro do mandamento não matar, existe uma situação que está nas páginas dos jornais e existe um ponto que deve ser lembrado, quando se fala sobre a dignidade da pessoa humana.  É imoral produzir embriões humanos, destinados a serem explorados como material biológico disponível (CIC 2275).

O quinto mandamento ainda implica em problemas sérios que hoje são sombras e a Igreja classifica como cultura da morte. O aborto é uma expressão e um pecado contra esse mandamento, porque à luz da Palavra, à luz dos nossos valores, a vida já na concepção é plena. Não se trata de um objeto, mas um ser, uma pessoa, um filho de Deus.

A Didaqué nos ensina: “Não mataras o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido (Instrução dos doze apóstolos 2, 2)”.

Deus, Senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida, para ser exercido de maneira condiga ao homem, por isso a vida deve ser preservada com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto é crime nefando. O diagnóstico pré-natal é licito, mas nada pode justificar o aborto.

O mesmo se dá com a eutanásia. A vida deve seguir os desígnios de Deus, a eutanásia, seja direta ou indireta, é moralmente inadmissível. Porém, interrupção de procedimentos médicos caros, perigosos e desproporcionais pode ser legítima.

Lembre-se: O amor a si mesmo permanece como um princípio fundamental na moralidade, portanto, é legitimo fazer respeitar o próprio direito à vida.

 Apresenta diariamente programas de rádio e TV que são retransmitidos para milhares de emissoras do país e exterior.


 

Quinto Mandamento: Não matar

1) Que nos proíbe o quinto Mandamento: não matar?

O quinto Mandamento: não matar, proíbe dar a morte ao próximo, nele bater ou feri-lo, ou causar qualquer outro dano no seu corpo, por nós ou por meio de outrem. Proíbe também ofendê-lo com palavras injuriosas e querer-lhe o mal. Neste Mandamento Deus proíbe ainda ao homem dai, a morte a si mesmo, isto é, o suicídio.

2) Por que é pecado grave matar o próximo?

Porque o que mata usurpa temerariamente o direito que só Deus tem sobre a vida do homem; porque destrói a segurança da sociedade humana, e porque tira ao próximo a vida, que é o maior bem natural que ele tem neste mundo.

3) Haverá casos em que seja lícito matar o próximo?

É lícito tirar a vida do próximo: durante o combate em guerra justa; quando se executa por ordem da autoridade suprema a condenação à morte em castigo de algum crime; e finalmente quando se trata de necessária e legítima defesa da vida, no momento de uma injusta agressão.

4) No quinto Mandamento proíbe também Deus fazer mal à vida espiritual do próximo?

Sim, Deus no quinto Mandamento proíbe também fazer mal à vida espiritual do próximo com o escândalo.

5) Que é o escândalo?

O escândalo é toda palavra, ação ou omissão, que é ocasião para os outros de cometerem pecados.

6) É pecado grave o escândalo?

O escândalo é um pecado grave, porque tende a destruir a maior obra de Deus, que é a redenção, com a perda das almas: pois que ele dá ao próximo a morte da alma tirando-lhe a vida da graça, que é mais preciosa que a vida do corpo; e porque é causa de uma multidão de pecados. Por isso, Deus ameaça os escandalosos com os mais severos castigos.

7) Por que no quinto Mandamento Deus proíbe ao homem dar a morte a si mesmo, isto é, suicidar-se?

No quinto Mandamento Deus proíbe o suicídio, porque o homem não é senhor da sua vida, como o não é da dos outros. A Igreja, por seu lado, castiga o suicida com a privação da sepultura eclesiástica.

8) É proibido no quinto Mandamento também o duelo?

Sim, o quinto Mandamento proíbe também o duelo, porque o duelista participa da malícia do suicídio e do homicídio, e fica excomungado todo o que voluntariamente nele toma parte, ainda que seja como simples espectador.

9) É também proibido o duelo, quando é excluído o perigo de morte?

Sim, é também proibido este duelo, porque não só não podemos matar, mas nem sequer ferir voluntariamente a nós mesmos ou a outrem.

10) Pode a defesa da honra justificar o duelo?

Não. Porque é falso que no duelo se repare a ofensa, e porque não se pode reparar a honra com uma ação injusta, irracional e bárbara, qual é o duelo.

11) Que nos ordena o quinto Mandamento?

O quinto Mandamento ordena-nos que perdoemos aos nossos inimigos e queiramos bem a todos.

12) Que deve fazer quem danificou o próximo na vida do corpo, ou na da alma?

Quem danificou o próximo, não basta que se confesse, mas deve também reparar o mal que fez, compensando o próximo dos danos que lhe causou, retratando os erros que lhe ensinou, e dando-lhe bom exemplo.

 

-- Catecismo de São Pio X, 1905.