O valor da amizade

 

 

Objetivos

Compreender a necessidade de criar amizades abertas, surgindo um sentido de comunidade, prevenindo-se de uma vida em isolamento.

Valorizar os laços de amizade existentes no grupo, tomando consciência da importância de vivências comunitárias.

Apresentar as características da verdadeira amizade e incentivá-los a ser bons amigos.

 

Preparação para o encontro

Montar um altar com a Bíblia, vela, flores, uma figura de Jesus, vários cartazes com letras do alfabeto (pode ser escrito no quadro)  e uma dobradura de um barco com o nome dos catequizandos (um barco para cada um).

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

Os dois amigos

O mesmo campo de trigo era cultivado por dois amigos. Dedicados, eles trabalhavam com muito esforço, porém muitos anos se passaram sem nenhum retorno. Até que foram surpreendidos por uma grande colheita, que dividiram igualmente.

À noite, depois de um dia repleto de trabalho, um deles pensou: “Sou casado, tenho filhos fortes e uma boa esposa. Já meu amigo é solteiro e não tem apoio de ninguém... certamente necessitará mais do dinheiro da colheita do que eu”. Quando todos estavam dormindo, levantou-se e pôs metade dos sacos de trigo na carroça e saiu.

Ao mesmo tempo, o outro refletia em sua casa: “Para que tanto dinheiro se não tenho filho para sustentar? Os meus gastos são menores que os do meu amigo”. Sem titubear, encheu a carroça com metade dos sacos de trigo e foi para a casa do amigo.

Era uma noite de inverno, mas o entusiasmo era tão grande que nada os impediria. Porém, que surpresa! Os dois se encontraram frente a frente. Olharam-se e entenderam imediatamente a mútua intenção. Um deles, então disse: “Amigo é aquele que, em silêncio, escuta o silêncio do outro”.

O verdadeiro amigo

Certa vez, João foi visitar uma família pobre que vivia num bairro da periferia de uma grande cidade. Ao terminar a visita, ele se dirigia para o carro, quando notou que um dos meninos do bairro estava admirando o seu automóvel. João, então, mostrou-lhe o carro por dentro e o levou para uma volta no quarteirão. Ao se despedir, João disse que o carro havia sido um presente de seu irmão. O menino olhou para ele e, em vez de dizer “Eu gostaria de ter um irmão desse”, disse “ Eu gostaria de poder ser um irmão com esse.”

Este é o tipo de amizade que devemos cultivar: uma amizade desinteressada, que nos leva a fazer o melhor pelos outros, mesmo que não recebamos nada em troca.

 

Iluminar

Dinâmica da Entrevista – Conhecer os amigos

Dividir o grupo em dois. Cada metade deve fazer uma roda, uma dentro da outra.

Começar com a música – Amigo (Roberto Carlos). Enquanto ela toca, as rodas deverão girar em sentido contrário: uma para a esquerda e outra para a direita.

Quando a música parar, devem se formar pares, cada pessoa encontra-se com aquela outra roda que parou ao seu lado. Sentam-se ali mesmo e batem um papo, rapidinho, por cinco minutos.

Sugestão das perguntas da entrevista: O que você mais gosta de fazer? O que você está achando da perseverança? Diga três qualidades e três defeitos seus e explique...

Colocar novamente a música Amigo para que escutem e analisem a letra.

Concluir: Todos somos diferentes em tantos aspectos: cada um de nós tem um nome, uma família, um endereço, uma qualidade, muitas preferências, muitas amizades; somos diferentes fisicamente, temos sentimentos, características e habilidades próprias.

 

Depois que ouviram a música Amigo, solicitar que fechem os olhos.

Em seguida, diga: “Somente alguns centímetros de onde você está sentado, estão provavelmente algumas das mais poderosas fontes de alegria que você poderá encontrar fora de sua família. Existem poucas coisas na vida que são mais importantes do que os amigos. Agora você pode abrir os olhos e olhar em volta.”

Vamos pensar: Existem dois tipos de amigos:

O amigo que está disposto a compartilhar o que tem e é. Ele diz: “Seja meu amigo. Você é importante para mim. Estou interessado nos seus problemas, idéias e projetos. Gostaria de passar um tempo em sua companhia. Quero partilhar minhas idéias com você e ouvir as suas...”

O amigo que se interessa apenas em receber, mas não quer dar nada. Ele diz: “Seja meu amigo. Você precisa conhecer as minhas idéias e meus planos. Eu tenho uma personalidade fantástica. Passe um tempo comigo para conhecer as coisas que eu gosto de fazer...”

Pedir que fechem os olhos novamente e, enquanto ouvem novamente a música, pensar: Que tipo de amigo eu tenho sido: aquele que partilha ou aquele que é interesseiro.

Em seguida refletir com o grupo sobre as características da boa amizade:

Amizade significa demonstrar interesse pelos outros, nos bons e maus momentos.

Para ter amigos, é preciso ser amigo.

Ao escolhermos nossos amigos, devemos ser uma influência positiva na vida deles.

O cristão deve demonstrar bondade e amizade a todos, incluindo as pessoas que não são tão amigáveis.

Contar as duas histórias da Nossa vida e analisar com o grupo refletindo sobre a amizade verdadeira.

Pedir que as duplas sentem novamente para se conhecerem melhor.

 

Agir

Escolher uma letra que está no altar.

A partir desta letra, pensar em uma característica essencial para uma amizade verdadeira, que comece com esta letra. Escrever numa folha a parte.

Em seguida, cada um vai falando esta característica para a turma.

Colocar todas as características dentro de uma caixa ou saco e pedir que cada um sorteie uma para vivenciar durante a semana.

É sempre bom fazer novos amigos. Que tal, durante esta semana, escolher alguém de sua escola que ainda não é seu amigo para iniciar uma nova amizade?

 

Celebrar

Nós todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai. O primeiro passo para uma amizade verdadeira, para chegar a ter laços mais fortes de união e ajuda mútua é necessário conversar, dialogar, conhecer um pouco mais daquilo que as pessoas têm por dentro.

Fazer a leitura bíblica Eclo 6, 14-17 e refletir com o grupo.

Em seguida, pedir que peguem o barco com o nome do seu parceiro da conversa. Escrever no barco três qualidades que você descobriu deste amigo que você conversou hoje.

Depois de um tempo, entregar o barco para o seu amigo.

 

Oração: “Ó Pai, os meus amigos e amigas são verdadeiros irmãos e irmãs para mim. Eles me ajudam a superar os problemas e a celebrar as vitórias. Dai-me perseverança para ser um amigo(a) fiel, e protegei a todos que me querem bem. Amém.

 

 


QUEBRANDO A CUCA...

 

A amizade é um sentimento que nasce das relações do dia a dia de forma espontânea imprevisível. Amizade não se impõe, nasce da convivência entre as pessoas e só existe quando é recíproca, isto e, quando dois ou mais se consideram amigos, quando a amizade de um encontra resposta amiga de outro. Essa troca vem da confiança que um deposita no outro.

A relação de amizade é suave e ao mesmo tempo profunda. A partir da confiança, os amigos criam um elo capaz de envolvê-los num abraço seguro, afetuoso e compreensivo ou de servir de corrente para enfrentar desafios e auxiliar nos perigos.

A amizade é como um lugar onde não precisamos ter reservas ou ficarmos desconfiados, porque se sabe com quem se está. Se ali eu posso me sentir tranquilo e acolhido, com certeza terei mais condições de cultivar os grandes valores capazes de me tornar uma pessoa feliz. Assim, a qualidade de nossas amizades reflete diretamente na qualidade dos nossos pensamentos, interesses, sentimentos, interferem até em nossas ações e expectativas diante da vida.

A fidelidade do amigo é a qualidade do que não se altera no tempo. Por isso, a amizade verdadeira tem o poder de amadurecer, desenvolver responsabilidades, criar confiança no outro e em si mesmo, ou seja, é uma forma esplêndida de amar.

Conduto, existem também situações opostas, onde o interesse é negativo e altamente destrutivo. Nesses casos, cultivam-se: egoísmo, manipulação, dependência, possessividade, dominação, isolamento, preconceito e violência. Há grupos de “amigos”, por exemplo, que são verdadeiras gangues e se identificam com a força de oprimir outros grupos e pessoas. Isso fere a amizade, pois não se vive em clima saudável de confiança, segurança, espontaneidade. Aliás, relações deste tipo nunca deveriam ser chamadas de amizade. A verdadeira amizade jamais põe em risco a vida e os valores das pessoas e da sociedade, muito pelo contrário.

A amizade nasce quando eu compreendo o outro, acolho o problema do outro e com a realidade do outro eu faço alguma coisa de novo. O bom amigo dá ânimo e estimula a agir na busca de um ideal, ajuda a tornar a pessoa criativa, contribui com o seu projeto de vida. Por isso, é qualidade essencial do amigo, a sinceridade. Ao mesmo tempo em que elogia e valoriza os dons a serem desenvolvidos, é capaz de falar de coisas que nem sempre são muito agradáveis para aquele que ouve, mas que são fundamentais para o seu crescimento.

O valor da amizade

Em nossa vida, precisamos relacionar-nos com pessoas certas, nos momentos certos: seja para laços de pura amizade, seja para o namoro, o noivado, o matrimônio. A amizade é um amor espiritual, que admira e valoriza o outro, além de proporcionar crescimento e amadurecimento mútuos. A própria Bíblia diz que uma amizade sincera é como um tesouro, não tem preço, seu valor é incalculável.

Muitos adolescentes dizem que não tem amigos, apenas colegas. Encontram-se colegas em todos os lugares e de acordo com as circunstâncias: na sala de aula, na comunidade etc.

A amizade é um dom do amor. Surge sem escolha e, muitas vezes, une pessoas completamente diferentes. Quem ama respeita, compreende e admira o que há de diferente e especial no outro. É no relacionamento sincero e respeitoso que se experimenta o amor. E é na verdadeira amizade que começa um grande amor. É no amor das pessoas que se pode sentir o amor de Deus.

 

MAIS UM POUQUINHO

 

Aos Jovens com Afeto, Subsídio CNBB, Caderno 21, 2011

CIC 355,374, 384,1023,1468,2347 (ver Apêndice).

Pesquisas recentes, na área da psicologia e da medicina, indicam que cultivar amigos sinceros evita a solidão e aumenta a imunidade a doenças graves; é fundamental para a saúde física e mental das pessoas. A presença de um amigo pode ser decisiva na recuperação de um doente em estado grave.

O adolescente sente a necessidade de um convívio social mais amplo que o familiar, por isso procura grupos com os quais se identifique. Não é raro perceber adolescentes que, ao encontrar-se em determinados grupos, neguem seus valores para serem aceitos pelos demais. É preciso orientá-los, a fim de que se evitem círculos de amizade que sejam prejudiciais para sua vida. Além disso, é importante educar a formação de sua personalidade para que não se deixem influenciar por grupos nos quais os valores cristãos não são vividos. A comunidade eclesial precisa, portanto, criar espaços de convivência que propiciem aos adolescentes oportunidades de crescimento grupal sadio.