Mandamento VII

Bullying- os sonhos roubados

 Mandamento VII- Não furtar

 

Objetivos

Mostrar ao catequizando a necessidade de se observar esse mandamento e que ele engloba não só o roubo material (coisas) como o imaterial (dignidade, liberdade).

 

Preparação para o encontro

Montar um altar com a bíblia, velas, flores, figuras de adolescentes e um espelho.

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

Debate:

 

“Eu sofri muito na escola...zombavam, até tapas na cara me davam...e comecei ir mal na escola só notas baixas e recuperação, ainda por cima apanhava até deixar marcas da minha mãe pelas notas baixas...e brigas dentro de casa por causa das bebedeiras do meu pai...e a rejeição por causa da minha outra irmã caçula...foram tantos sofrimentos na minha infância que não sinto nenhum pouco saudade dessa época...na escola eu vivia pelos cantos sozinha...não porque eu queria...mas porque já tinha receio pelos maus tratos e os professores nem aí...hoje às vezes choro ao lembrar da minha infância...tenho dificuldades para me relacionar...sou de poucos amigos...trabalhos em grupos então é uma tortura...já passei em 4 vestibulares estaduais e qualquer coisa que me acontece de mal na faculdade já abandono os estudos...e me tranco em casa...é muito complicado sei que devo aprender a conviver com isso...é uma sequela como se fosse um acidente...”

Sofri de bullying, há não muito tempo assim e confesso que as consequências foram as piores possíveis. Para quem já tem problemas em casa (afinal todos temos) ainda ter que aguentar piadinhas e estorvos é extremamente desagradáveis. Convivi com isso e sei do que estou falando. Tive problemas de baixa autoestima, insegurança, paranóia, síndrome do pânico, depressão e tentei me suicidar várias vezes. Hoje, já superei tudo isso, graças a Jesus, mas na época, sofri muito, me sentia a pior pessoa do mundo, sentia que não era digna de estar ali, porque achava que todo mundo era melhor que eu, mas ao mesmo tempo sentia ódio e desejo de vingança, e isso me corroia.

 

O bullying gera transtornos muito graves que, se não solucionados a tempo, podem causar mortes, tanto de quem sofre, como de quem pratica o bullying. Exemplo disso são aqueles estudantes malucos que voltam às antigas escolas ou faculdades e metralham tudo... porque sofreram de bullying no passado...

Carregamos isso como uma mochila pesada nas costas e parece que nada, nem ninguém poderá tirar esse peso, essa mania de se achar insignificante e querer ser ao mesmo tempo notado e ignorado por todos. Hoje, não tenho mais transtorno algum, mas as lembranças continuam em minha memória... infelizmente, isso não se apaga nunca.

 

Obs: Um dado muito importante deve servir de alerta para todos nós: estudos mostram que, em 80% dos casos, aqueles que praticam esse tipo de violência afirmam que a causa principal desse comportamento é a necessidade de replicar em outras pessoas a violência que sofreram em casa ou na própria escola. As atitudes dessas pessoas envolvem a necessidade de dominar, de impor autoridade e coagir, desejando, na verdade, ser aceitas e pertencer ao grupo e de chamar a atenção para si. Mostra ainda a dificuldade de lidarem com seus sentimentos, de colocarem-se no lugar do outro e perceberem os sentimentos das pessoas.

 

Quem já sofreu bullying?

Como se sentiu?

O que o bullying gera?

O que a pessoa que pratica bullying que tirar do outro?

Explique a frase: praticar bullying é roubar os sonhos dos outros!

 

Iluminar

Palavra de Deus: Tg 2, 1-9

A Palavra de Deus ilumina o meu relacionamento com os outros. Ela me diz que devo amar cada pessoa como amo a mim mesmo. Não importa que ela seja, se pensa e age igual ou diferente de mim, se está na prisão, se é mal afamada, se é mendigo, se é gorda ou magra; todos têm a mesma dignidade que eu tenho, pois somos todos filhos e filhas de Deus.

Dinâmica

Aplicação : Somos responsáveis pelas nossas atitudes e palavras, dependendo da nossa decisão podemos alegrar, animar ou destruir alguém.

Objetivo: Mostrar que a atitude de agredir fisicamente ou verbalmente pode tirar a alegria e a vida, só Deus tem o direito de tirar a vida, pois foi Ele que a deu. Mostrar também o esforço da vela em permanecer acesa, pois assim como a vela ninguém foi feito para sofrer e/ou morrer.

Material: Vela, pires e fósforo.

Procedimento: Colocar uma vela sobre um pires e acende-la. Deixar queimar um pouco, logo colocar aos poucos um copo de boca para baixo por cima da vela.

Aplicação: Explicar que assim acontece quando o ato agredir alguém, roubamos-lhe o ar, a vontade de viver, muitas vezes matamos alguém com as palavras. Apaga a luz da vida que existe na pessoa, não volta mais a iluminar e fica sem vida. Só Deus tem o direito de tirar a vida, e só Ele pode trazer de volta. Sempre que tiramos algo de alguém estamos pecando contra o 7º mandamento.

 

Falar sobre o 7º Mandamento

“O sétimo mandamento proíbe tomar ou reter injustamente os bens do próximo ou lesá-lo, de qualquer modo, nos mesmos bens. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrestres e dos frutos do trabalho dos homens. Exige, em vista do bem comum, o respeito à destinação universal dos bens e ao direito de propriedade privada. A vida cristã procura ordenar para Deus e para a caridade fraterna os bens deste mundo.” (Catecismo da Igreja Católica, can. 2401)

 

"O respeito às pessoas e aos seus bens"
Devemos Ter respeito à dignidade do ser humano e para isso devemos praticar a virtude da temperança, para não nos apegarmos aos bens deste mundo; a virtude da justiça, para preservar os direitos do próximo e a solidariedade.

O mandamento não roubar não se limita somente ao fato de tirar um bem material dos outros, mas inclui os bens morais, espirituais, intelectuais, a honra e dignidade das pessoas; condena os seqüestros, a corrupção ativa e a passiva, como quando se faz um lobby para obter lucros e vantagens indevidos e em detrimento dos outros. O mandamento condena a recusa de pagamento das dívidas devidas, dos compromissos assumidos com os outros e inclui o respeito à liberdade, à vida digna que não pode ser coagida em nome de ideologias ou de razões políticas duvidosas.

 

Exame de consciência.

Não roubando; Não cobiçando as coisas alheias: Prejudiquei alguém ou tive desejo de prejudicar, enganando no troco, nos pesos e nas medidas, ou roubando? Fiz dívidas desnecessárias à subsistência? Paguei as minhas dívidas? Comprei coisas a fiado, sem ter como pagar? Gastei meu salário com outras coisas, faltando em casa para a comida? Recusei a dar esmolas, nem que seja de comida? Roubei de Deus o dinheiro que devia dar a Ele para o sustento da Igreja? Deixei de devolver algo que não me pertence? Paguei com justiça os meus empregados?

 

Agir

Para refletir...
Roubamos também a nossa vida? A vida dos outros?

 

Celebrar

Oração Final: Creio

 

 


 

7º Mandamento "Não roubarás"

 

Não roubarás (Ex 20,15; Dt 5,19; Mt 19,18).

O Sétimo Mandamento proíbe roubar ou reter injustamente os bens do próximo ou danificá-lo. Ensina que cada pessoa deve e precisa trabalhar honestamente e assim suprir o seu sustento e o de sua família. O Sétimo Mandamento destaca o valor primordial e a importância do trabalho. O homem é seu autor e destinatário. Por meio de seu trabalho, o homem participa da obra da criação. Unido a Cristo, o trabalho pode ser redentor. Ele é a sentinela da virtude.

A Bíblia está repleta de condenações ao roubo, à corrupção, às injustiças com os mais fracos e tantas vezes explorados em seus salários e trabalhos. São Paulo diz aos coríntios que: “Nem os ladrões, nem os avarentos… nem os rapinadores herdarão o Reino de Deus” (1 Cor 6,10). E os profetas acusaram os que exploram os irmãos. E todo roubo cometido exige reparação na mesma medida. O Evangelho mostra que Zaqueu ficou tão constrangido na presença de Jesus, que sabia que ele era corrupto, que lhe prometeu restituir quatro vezes tudo o que tinha roubado. A justiça exige a restituição do bem roubado, seja de uma pessoa, de uma instituição ou do Estado. Por ser impessoal, muitos pensam que podem fraudar o Estado, sem culpa; de forma alguma, os bens públicos são de todos e devem atender antes de tudo as necessidades dos mais fracos. Nunca vimos em nosso país, como hoje, tanto roubo deslavado; tanta corrupção nos órgãos públicos do executivo, legislativo e judiciário. Há uma verdadeira hemorragia de dinheiro do Estado, sangrando o seu corpo. Quem paga por isto são os mais pobres. A lei moral proíbe também os atos que, visando o dinheiro fácil e sujo, praticam a exploração dos seres humanos: a sua compra, venda e troca como mercadorias: crianças, prostitutas, etc.

O Mandamento exige também não poluir a terra, o ar e a água, e não esbanjar os recursos naturais que as gerações sucessoras deverão usar. Há muito desperdício e consumismo em nossos dias; é um pecado contra o sétimo Mandamento.

O sétimo Mandamento lembra ainda que os animais são confiados à administração do homem, que lhes deve benevolência. Podem servir para a justa satisfação das necessidades do homem, como alimentação e serviço, mas devem ser tratados com respeito.

A Igreja lembra a necessidade da justiça social. Os bens criados por Deus para todos deve de fato chegar a todos conforme a justiça, e por meio da caridade, mas não por meios violentos como a revolução e a luta de classes pregado pelo marxismo e vivido no comunismo. Não resolveu o problema social e apenas gerou milhões de vitimas inocentes.

O Mandamento lembra que a esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus. Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem roupa, sem remédios, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da parábola? “Foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25,45).

Profº Felipe Aquino

 

Sétimo mandamento: não roubar

1) Que nos proíbe o sétimo Mandamento: não furtar?

O sétimo Mandamento: não furtar, proíbe tirar ou reter injustamente as coisas alheias, e causar dano ao próximo nos seus bens de qualquer outro modo.

2) Que quer dizer furtar?

Furtar quer dizer: tirar injustamente as coisas alheias contra a vontade do dono, quando ele tem toda a razão e todo o direito de não querer ser privado do que lhe pertence.

3) Por que se proíbe o furtar?

Porque se peca contra a justiça, e se faz injúria ao próximo, tirando e retendo, contra o seu direito e contra a sua vontade, o que lhe pertence.

4) Que são as coisas alheias?

São todas as coisas que pertencem ao próximo, das quais tem a propriedade ou o uso, ou simplesmente as tem em depósito.

5) De quantos modos se tiram injustamente as coisas alheias?

De dois modos: com o furto e com o roubo.

6) Como se comete o furto?

Comete-se o furto tirando ocultamente as coisas alheias.

7) Como se comete o roubo?

Comete-se o roubo tirando com violência ou manifestamente as coisas alheias.

8) Em que casos se podem tirar as coisas alheias, sem cometer pecado?

Quando o dono se não opõe, ou então, quando se opõe injustamente, como aconteceria se alguém estivesse em extrema necessidade, contanto, que tirasse só o que lhe é estritamente necessário para suprir à necessidade urgente e extrema.

9) É só com o furto e com o roubo que se prejudica o próximo nos seus bens?

Prejudica-se também com a fraude, com a usura e com outra qualquer injustiça contra os seus bens.

10) Como se comete a fraude?

Comete-se a fraude enganando o próximo no comércio com pesos, medidas ou moedas falsas, ou com gêneros deteriorados; falsificando escrituras e documentos; em suma, fazendo falsidades nas compras, nas vendas ou em qualquer outro contrato, e ainda quando se não quer dar o preço justo ou o preço combinado.

11) De que modo se comete a usura?

Comete-se a usura exigindo sem titulo legítimo um juro ilícito por uma quantia emprestada, abusando da necessidade ou da ignorância do próximo.

12) Que outras injustiças se cometem contra os bens do próximo?

São injustiças fazê-lo perder injustamente o que tem, danificá-lo nas suas propriedades, não trabalhar como se deve, não pagar, por malícia, as dívidas e mercadorias compradas, ferir ou matar os animais do próximo, estragar ou deixar estragar-se o que se tem em depósito, impedir alguém de auferir um lucro justo, auxiliar os ladrões, e receber, esconder ou comprar as coisas roubadas.

13) É pecado grave roubar?

É um pecado grave contra a justiça quando se trata de matéria grave, porque é de suma importância que seja respeitado o direito que cada um tem sobre os próprios bens, e isto para bem dos indivíduos, das famílias e da sociedade.

14) Quando é grave a matéria do furto? 

É grave quando se tira coisa importante, e ainda quando, tirando-se coisa de pouca monta, o próximo sofre com isso grave dano.

15) Que nos ordena o sétimo Mandamento?

O sétimo Mandamento ordena-nos que respeitemos as coisas alheias, que paguemos o justo salário aos operários, e que observemos a justiça em tudo o que se refere à propriedade alheia.

16) Quem pecou contra o sétimo Mandamento, basta que se confesse disso?

Quem pecou contra o sétimo Mandamento, não basta que se confesse, mas é necessário que faça o que puder para restituir as coisas alheias e reparar os danos causados ao próximo.

17) Que é a reparação dos danos causados?

A reparação dos danos causados é a compensação que se deve dar ao próximo pelos frutos e lucros perdidos por causa do furto e das outras injustiças cometidas em seu prejuízo.

18) A quem se devem restituir as coisas roubadas?

Àquele a quem se roubaram; aos seus herdeiros, se já tiver morrido; e se isso for verdadeiramente impossível. deve-se dar o seu valor aos pobres e a obras pias.

19) Que se deve fazer, quando se acha alguma coisa de grande valor?

Deve-se empregar grande diligência para achar o dono, e restituir-lhe fielmente.

* sobre o oitavo mandamento: não mentir -- Catecismo de São Pio X, 1905. 

 

Perguntas e respostas sobre bullying

1. O que é BULLYING

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. "É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ).

Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

2. O que não é bullying?

Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.

Para Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. ''Quando o alvo supera o motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor'', explica a especialista.

3.  O que leva o autor do bullying a praticá-lo?

Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir.

Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. ''O autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado", diz.

4. O espectador também participa do bullying?

Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores.

Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. Os que atuam como platéia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar.

''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um co-autor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).

5. Como identificar o alvo do bullying?

O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir'', afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação cesse. Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas.

As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos. "Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs., Thesaurus Editora tel. (61) 3344-3738).

6. Quais são as consequências para o aluno que é alvo de bullying?

O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento. Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que 41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas.

As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"

Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.