Mandamento IX

Chamados a ser santos- Ficar ou namora

Mandamento IX- Não desejar a mulher do próximo

 

Objetivos

Despertar para o valor da sexualidade e da afetividade de maneira integrada e madura.

Perceber os elementos negativos e inadequados que a sociedade propõe em relação à sexualidade e à afetividade.

 

Preparação para o encontro

Bíblias;

Cópias da música.

 

Acolhida

Oração inicial: Ave Maria

 

Relembrar o sexto mandamento.

Você se lembra o que é castidade?

A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cf. Gl 5,22-23). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo. (Cat. §2345)
Para se viver segundo a castidade é preciso resistir às tentações através dos meios que a Igreja nos ensina: fugir das tentações, obedecer os mandamentos, viver uma vida sacramental, especialmente freqüentando sempre a Confissão e a Comunhão, e viver uma vida de oração.

 

Ver

Dinâmica

- Ler 1 Cor 13,1-13.

-Formar dois grupos: das mulheres e dos homens e pedir para que destaquem :

Qual a parte desta leitura que mais lhe chamou a atenção?

O que este texto nos fala de como deve ser o verdadeiro amor?

O que você pensa sobre o namorar? E sobre ficar?

O que podemos fazer para ter entre nós um bom relacionamento na amizade e no namoro?

 

Depois, conversar sobre o que é consenso e as divergências.

O animador, desde o início, orienta que o debate é um exercício para aprender a ouvir o outro e respeitar as opiniões diferentes.

- Concluir questionando nosso jeito consumista de viver e como isso afeta os relacionamentos, também atingidos pela cultura do fácil e descartável.

 

Ficar ou namorar?

Namorar de acordo com a vontade de Deus

1- Nunca Namorar com uma pessoa que não crê em Deus. 2Cor. 6:14-18 
2- O Namoro precisa começar sempre com Oração. Fp.4:6 
3- Comunicar aos pais de ambos, sobre suas intenções. Ef. 6:1-3 
4- Nunca viver no "agarra-agarra"... - Col. 4:5 
5- Nunca namorar dentro da Igreja. A Igreja é um lugar de adoração a Deus. 
6- Não deixar o grupo de jovens por causa do namoro. Heb. 10:25 

 

-Namoro é tempo de preparação para o casamento. É tempo de sentir-se, de conhecer-se, de querer bem. No namoro se testa os sentimentos e decide-se para o futuro.
 

Iluminar

O 9º Mandamento diz que o casamento precisa ser respeitado. Deus nos pede que sejamos responsáveis, amando a família. É possível viver feliz numa família sem amor?

Quando marido e mulher são felizes, toda a família é feliz. Por isso o casamento não pode acontecer de qualquer jeito. Ele só pode acontecer quando o casal se conhece bem, fazendo crescer no amor, o carinho e a fidelidade entre ambos.

O 9º Mandamento nos faz vigilantes contra a desordem de olhar a mulher, ou o homem, somente pelo seu aspecto físico, como um objeto do qual se usa para fazer publicidade. Este Mandamento nos convida a purificação do coração que requer pudor, paciência e discrição.

Quando um homem e uma mulher se casam, têm o direito de ver seu amor crescer em harmonia.

Casamento não é uma aventura. Não é para um dia, nem para uma semana. É para toda a vida.


Jesus mesmo disse: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8) ou, então, o grande São Paulo: “Está é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honestidade, sem se deixar levar pelas paixões desregradas como os pagãos...” (1Tes 4,3).

 

Nono mandamento

No nono mandamento da lei de Deus proíbe todo o desejo que contamina a pureza da alma. Comprazer-se num pensamento contra a pureza é também pecado, e chamado pecado de complacência. Há obrigação de confessar-se dos pecados de pensamento com todos os casos e com todas as circunstancias que são necessárias. Aquele que é atormentado por maus pensamentos deve rezar para pedir o divino auxilio e estar vigilante para não cair em tentação. Este mandamento prescreve que conservemos o coração puro de toda a mácula, e que nos exercitemos na mortificação dos sentidos para reprimir a concupiscência. A concupiscência é um certo impulso do ânimo pelo qual o homem é levado a desejar coisas deleitosas. A concupiscência é pecado quando nos leva a desejar coisas proibidas pela Lei de Deus, ou a deleitar-nos em tais coisas, ou consentir nelas e não as rejeitar. Há mau desejo quando queremos praticar o mal, se fosse possível, há mau pensamento quando imaginamos o mau sem intenção de o praticar. O mau desejo é um pecado, ainda que se não execute, porque não temos o direito de desejar o que não é permitido fazer. O mau pensamento é pecado, quando consentido, ainda que não haja o desejo de executá-lo.

 

Exame de consciência.

Guardando a castidade; Não cobiçando a mulher (ou marido) do próximo: Tenho visto revistas e filmes pornográficos? Defendi ou propaguei a sua leitura? Acaso me divirto observando na rua o corpo das pessoas, e fazendo gracejos com elas, ou em conversas indecentes sobre as pessoas que passam? Tenho me vestido de maneira sensual?

 

Agir

Assim como é necessária a fidelidade entre o homem e a mulher, também devemos procurar ser sempre fieis.

 

Celebrar

Ó Deus, cria em mim um coração puro, renova--me por dentro com espírito firme; não me afastes para longe da tua face, não me tires o teu santo espírito; devolve-me a alegria da tua salvação, afiança-me com espírito generoso.

 

Oração final:

Sagrado Coração de Jesus, sou fraco e sem a Vossa ajuda posso me tornar um grande pecador. Pelo Vosso Coração Vos suplico com todo o fervor da minha alma que me façais puro. Tende compaixão de mim, afastai para longe os perigos, não me deixeis cair em tentação, dai-me um amor apaixonado à castidade e um amor tão intenso por Vós, que me leve a combater sempre com generosidade e coragem. Criai em mim um coração limpo, um coração digno de Vos amar e de amar a Vossa e minha Mãe Imaculada. "Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós.

Oração Final: Ave Maria.

 

 


 

Namoro: conhecer o outro

 

Namoro é a demonstração pura do amor e carinho para com o outro. É tempo de crescer a dois. A felicidade verdadeira se constrói quando fazemos o outro feliz; quando amamos. E a virtude que gera o verdadeiro amor é a renúncia a si mesmo. Namorar é dialogar. O diálogo é mais do que uma conversa; é um encontro de pessoas em busca do conhecimento e do crescimento mútuo. É pelo diálogo que o casal aprende a se conhecer, a corrigir as falhas, vencer as dificuldades, cultivar o amor e se unir cada vez mais. O amor tem muitas faces: a compreensão, a aceitação do outro, o perdão, a busca da verdade, a paciência, a sinceridade, a fidelidade, a bondade... A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Ser fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro; é muito mais do que isto, é ser verdadeiro em tudo. Não ser fingido, mascarado, mas autêntico, sincero. Totalmente transparente! O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar o seu espírito, e não o seu físico. A castidade é a melhor preparação para o casamento! O casal de namorados (ou noivos) que souber aguardar o casamento para viver a vida sexual é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Um namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, com a vigilância e, sobretudo quando os dois quiserem se preservar um para o outro. Será preciso então, evitar todas as ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo.

Subsídio Catequético da Arquidiocese de Mariana, Catequese com Adolescentes, Preparai o Caminho, nº 9

Muitos pensam que antes de namorar é preciso ficar para experimentar os futuros candidatos ou candidatas à condição de namorado ou namorada. Desfrutar dos prazeres de um contato físico mais íntimo, mas sem compromisso, é o que caracteriza a experiência do ficar.

O ficar é produto do tempo em que vivemos. Nossa sociedade embarcou numa onda de consumismo, imediatismo e satisfação instantânea. Temos aprendido a comprar e usar as coisas por pouco tempo e somente enquanto nos satisfazem. Ensinam-nos todos os dias por meio de músicas, novelas, programas de televisão, internet e rádio que precisamos ser consumidores satisfeitos. Se algo não nos agrada, ou não atende à nossa expectativa, basta jogar fora e comprar algo novo.

Assim, você é o consumidor que tem sempre razão e é feliz. Mas o que mais chama a atenção é que estão nos vendendo a idéia de que podemos fazer a mesma coisa com as pessoas e, o que é pior, que devemos fazer a mesma coisa conosco.

Usar e descartar alguém sem respeitar sua identidade e sentimentos é desvalorizar a pessoa. E aqui, como “consumidores satisfeitos”, podemos perguntar: Qual o preço pago por essa onda da falta de responsabilidade e compromisso do “ficar”? Mães solteiras, famílias destruídas, meninas que estão fazendo aborto, doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS, sem falar das implicações psicológicas, das depressões, das mágoas geradas em nós e nos outros.... Quantas pessoas hoje sofrem porque se sentem desvalorizadas, como embalagens descartáveis inúteis que são jogadas fora, aos milhares, todos os dias.

Será que queremos ser objetos descartáveis? Deus nos fez diferente, nos fez único. Cada um tem sua riqueza de sentimentos, pensamentos e emoções que precisam ser partilhados. Para que essa partilha aconteça de maneira mais plena, precisamos de respeito, diálogo, compromisso e vínculos. E esses fatores só surgem com o tempo, com o namoro.

Jesus nos pediu: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12). E sabemos muito bem que o seu amor foi sempre em vista da promoção humana, valorizando as pessoas, e nunca o contrário. Nos relatos do Evangelho, sempre vemos Jesus que valoriza, promove, resgata, liberta, dignifica a pessoa. Jamais usou, desvalorizou, humilhou e descartou qualquer pessoa que encontrou pelo caminho.

Amor e Afeto

Nossa existência e o mundo que nos rodeia são presentes de Deus. Ainda insatisfeito com os sinais de seu amor, Deus resolveu brindar o ser humano com dois presentes especiais que, na verdade, partem da mesma fonte: o amor.

Sexualidade e afetividade são duas características que embeleza o ser humano, possibilitam o relacionamento e fundamentam a felicidade. A adolescência é a idade da descoberta do outro e do despertar da sexualidade, da afetividade entre homem e mulher e também da amizade sincera. A afetividade nos impulsiona ao relacionamento com as pessoas e à criação de laços consistentes, cujos componentes básicos são o respeito, o cuidado, a sinceridade, a verdade. A sexualidade é um elemento sem distinção, mas também de atração entre homens e mulheres: o corpo, a voz, os gestos, os sentimentos, as atitudes, tudo aquilo que nos caracteriza como indivíduos fazem parte da sexualidade. Enganam-se aqueles que pensam que a sexualidade é apenas sinônimo de sexo. A sexualidade envolve amor, inteligência e decisões acertadas (virtudes que revelam nossa semelhança com Deus), por isso precisa ser assumida e desenvolvida. O prazer pode ser intenso, mas, se não for acompanhado do amor, dará lugar à frustração e à sensação de vazio. Só o amor é fonte de felicidade permanente.

 

O nono dos Dez Mandamentos da Lei de Deus- por Pe. Reginaldo Manzotti

“Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence”. (Ex 20, 17). Este é o nono dos Dez Mandamentos da Lei de Deus e Jesus, no Evangelho de Mateus, também se refere a ele com a seguinte citação: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”. (Mt 5, 28)
Este mandamento proíbe a cobiça da carne, seja do homem ou da mulher. O ser humano é um ser completo composto de espírito e corpo e a própria Palavra de Deus coloca certa tensão entre o espírito e a carne.
São João nos explica três espécies de cobiça ou de concupiscência, como também é conhecida: a da carne; dos olhos; e a soberba da vida. “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente”. (1Jo 2, 15-17)
O coração é um órgão, mas na teologia espiritual é como o centro da personalidade moral da pessoa humana.
Disse Jesus: “Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias”. (Mt 15, 19)
É um erro e exagero achar que o mal vem de fora, pois ele age dentro de nós. Não esqueçamos que o inimigo perdeu tudo, menos a inteligência angelical. Ele é um camaleão, astuto e se apresenta a nós de uma forma sedutora e ele entra em nosso interior e descobre o que mais nos fascina e se mascara com aquela fascinação para nos atrair.
Mas como trabalhar esse desejo da carne? Lembremos o que disse Jesus: bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Por isso, se o coração é a fonte do mal, temos que purificá-lo, de preferência em três níveis: na caridade, na castidade ou retidão sexual e no amor à verdade e à ortodoxia da fé.
A pureza do coração é uma luta, pois todo ser humano vive a sexualidade. Mas como lutar? Primeiro pela virtude do dom da castidade, que permite amar com o coração reto.
Segundo pela pureza de intenções. Pureza no olhar, interior e exterior. Disciplinar os sentimentos e a imaginação. Por exemplo, o belo tem que ser olhado, mas entre olhar e alimentar o desejo tem uma grande diferença. É preciso ter domínio, disciplina nos sentimentos e na imaginação. No Livro da Sabedoria encontramos o texto: “A vista excita os desejos dos insensatos, fantasma inanimado de uma imagem sem vida que provoca a paixão!” (Sb 15, 5).
O pudor também preserva a intimidade da pessoa. É a temperança, é orientar o olhar, os gestos em conformidade com a dignidade da pessoa. O pudor é o respeito à pessoa.
Mas como dominar essas paixões desorientadas? Através de muita oração e do pensamento em Deus. Não é negar a sexualidade, pois a Igreja não é contra a sexualidade. E Deus não quer que nos castremos. É fazer da castidade uma virtude, o que pode ser difícil, mas não impossível.

 

Para Saber Mais . . .

“Antes de mais nada, é essencial lembrar que nosso corpo é templo do Espírito Santo. Não somos proprietários do mesmo e sim administradores. Por isso, não nos é lícito usar do próprio corpo como bem entender, muito embora a nós foi conferida a liberdade de agir, que é zelosamente respeitada por Deus. Porém, assim como Deus respeita nossa liberdade de ação, deveríamos também respeitar os seus desígnios, mesmo que a princípio pareçam incompreensíveis ao primeiro momento. Para muitos, o prazer é considerado algo natural e como tal, lícito, em quaisquer circunstâncias ou hipóteses.  No entanto, os instintos naturais tem duas finalidades, uma mediata e outra imediata. Quando se fala no instinto alimentar, tem-se como finalidade imediata o prazer proporcionado pelo alimento saboroso e como finalidade mediata a satisfação da necessidade orgânica em repor as energias necessárias para a manutenção da vida. O equilíbrio das duas finalidades é que gera a sensação de bem estar e um organismo saudável. Quando alguém come demais, só pelo prazer de comer e chega a passar mal por causa disso, peca não por estar comendo demais, mas porque está fazendo mal ao seu organismo.

            Da mesma forma acontece com a sexualidade. O prazer não é ilícito ; mas somente é permitido obtê-lo dentro do compromisso estabelecido perante à Igreja. A castidade não é algo vergonhoso como tentam muitas vezes veicular pelos meios de comunicação. A castidade está intimamente ligada com a amizade da alma com Deus.

É um desdobramento da graça batismal ( cf. CIC 1619 ) e é proveniente do próprio Deus. A castidade é também obediência, que nada mais é do que submeter a própria vontade à vontade do Senhor. E quem ama realmente o Senhor, cumpre com a sua vontade, respeita seus mandamentos.”