Advento- Devo anunciar Cristo que vem

 

Objetivos

Levar os catequizandos a:

Descobrir que o Advento é um período de conversão e preparação para o nascimento de Jesus.

É o período de quatro semanas que antecedem o Natal.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; Coroa do Advento.

 

Acolhida

Oração inicial: Oração da Paz

 

Ver

Brincadeira da cara metade:

Entregar para cada catequizando a metade de um cartão com palavras como: CONVER-SÃO, PER-DÃO, RECON-CILIAÇÃO, A-MOR, JUSTI-ÇA, PARTI-LHA, ESPE-RA, FRATER-NIDADE, VI-DA...

Cada catequizando deverá procurar a metade da palavra que completa seu cartão e juntos falar o que entenderam da mesma.

 

Iluminar

O advento nos ajuda a pôr os pés na estrada e ir ao encontro daquele que vem. O tempo do Advento é o tempo da “manifestação do Senhor”. São três etapas definidas:

• a preparação, no período denominado, Advento;
• a celebração, centralizada nas cerimônias do nascimento do Senhor;
• tempo de manifestação pública, marcado pela Festa da Epifania.

Vamos entrar no Advento em clima de esperança, trazendo presente que todas as pessoas, pobres, ricos, crianças, jovens, adultos, idosos, estão sempre buscando a felicidade, manifestada em anseios de mais amor, compreensão, ternura, acolhida, mas também casa, comida, saúde... Na esperança, ainda, de que justiça e paz se abracem e que todos os povos esqueçam as guerras, as diferenças, os confrontos e que possam caminhar para uma maior reconciliação.

 

Ler Marcos 1, 1-8.

O Batista não era um homem de fino trato, ao contrário, abandona os requintes da classe sacerdotal a que pertencia e retira-se no deserto. Na maior simplicidade anunciava uma só coisa a todos: não há tempo a perder, pois o Messias está próximo! É preciso confessar os nossos pecados, mudar de vida e acolher não a ele, mas alguém muito maior do que ele. Enquanto ele, o Batista, batizava com água, Ele, o Messias, batizará com o Espírito!

O catequista faz a conclusão, explicando o que é Advento, como João Batista estava preparando a vinda de Jesus e pergunta: “E vocês como estão se preparando para o nascimento de Jesus.”

1. Como se formou o Tempo do Advento

O Tempo do Advento só se encontra nos livros litúrgicos ocidentais. Nenhuma família litúrgica oriental o possui. Porém, na liturgia romana, é por ele que começa o Missal, o Lecionário e a Liturgia das Horas.

As suas origens encontram-se na Gália e na Espanha, e remontam ao século IV. Mas ainda se lhe não chamava então Advento.

Na Gália, por volta do de 360, Santo Hilário, Bispo de Poitiers, referia-se a um período de preparação de três semanas para a Epifania, com início no dia 17 de Dezembro e termo no dia 6 de Janeiro.

Em Espanha, no ano 380, o Concilio de Saragoça determinava: "ninguém deve faltar à igreja nas três semanas que precedem a Epifania".

Por que razão falam esses dois testemunhos de Epifania e não de Natal? Porque ainda não se celebrava o Natal, festa que viria a nascer em Roma só por volta do ano 375, e demorou alguns anos a ser acolhida por todas as Igrejas do Ocidente.

Como instituição litúrgica, o Tempo do Advento só se formou nos finais do século VI. Consistia então em seis semanas de preparação para o Natal. Foi São Gregório Magno (590-604) que o reduziu a quatro semanas, duração que ainda mantém.

Hoje, quando o Advento começa, sente-se que estão próximas as festas com que os cristãos celebram, todos os anos, o nascimento de Jesus.

2. Os dois Adventos de Cristo

A palavra advento significa vinda ou chegada. Escrevendo a Tito, Paulo refere-se, nestes termos, aos dois adventos ou vindas de Cristo: Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, e a viver no mundo presente com toda a sobriedade, justiça e piedade (1ª. vinda), aguardando a bem-aventurada esperança e a manifestação gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (2ª. vinda).

Na sequência da doutrina da revelação ensinada por Jesus e lembrada pelo Apóstolo, S. Cirilo de Jerusalém explicava, no século IV, aos seus neófitos: "Anunciamos o advento de Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro. Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino divino. No seu primeiro advento, Cristo foi envolvido em faixas e deitado num presépio; no segundo, será revestido com um manto de luz. No primeiro suportou a Cruz, sem recusar a ignomínia; no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão dos Anjos. Por esse motivo, afirmamos na nossa profissão de fé, tal como a recebemos por tradição, que acreditamos naquele que subiu aos Céus e está sentado à direita do Pai e que há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim"(LH, vol. I, p. 135-136).

É precisamente dessas duas vindas de Cristo e da preparação para elas pela catequese e pela penitência que falam as orações e leituras do Tempo do Advento, o que dá a este período litúrgico características algo semelhantes às da Quaresma.

3. Conhecendo a Coroa do Advento.

 

Agir

Participar das Celebrações e Novena de Natal de sua comunidade.

 

Celebrar

Lc 1, 39-45

Maria é uma figura central na caminhada para o Natal.

Ela é que sai de seu lugarejo e vai às pressas à casa de Isabel.
Maria tem pressa, não para fazer compras, nem para ir a um baile, nem para fofocas com as vizinhas, nem para investir seu dinheiro no banco, ou na bolsa de valores de Jerusalém.
Ela tem pressa para encontrar-se e partilhar sua experiência de ser mãe com outra mãe, Isabel.

 

PARA REFLETIR

• A nossa pressa é só para comprar, consumir?
• A nossa pressa é para encontrar-se e melhorar as relações entre pais, filhos, amigos, vizinhos, colegas de trabalho... com Deus?
• A nossa pressa é para praticar a solidariedade com as dores, inquietações, necessidades humanas?
• A nossa pressa é para encontrar-se, festejar, celebrar, alegrar-se, abraçar-se, trocar afetos, reconciliar-se...?
Advento é convite para preparar bem a grande festa do aniversariante: Jesus Cristo. Nesta festa há lugar para os que forem capazes de construir relações igualitárias, onde ninguém ficará à margem, mas todos serão convidados a entrar na ciranda e cantar, dançar, pular, porque a salvação do nosso Deus chega a toda a humanidade e se torna vida na acolhida fraterna entre irmãos e irmãs.

Tempo do Advento é tempo de ficarmos todos, como Maria e Isabel, atentos ao que Deus nos pede, até nas pequenas coisas do nosso dia-a-dia.

 

Oração final: Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à gloria da ressurreição. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.  

 

 


O Advento e seu significado

 

O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória.
O tempo do Advento formou-se progressivamente a partir do século IV e já era celebrado na Gália e na Espanha. Em Roma, onde surgiu a festa do Natal, passou a ser celebrado somente a partir do século VI, quando a Igreja Romana vislumbrou na festa do Natal o início do mistério pascal e era natural que se preparasse para ela como se preparava para a Páscoa. Nesse período, o tempo do Advento consistia em seis semanas que antecediam a grande festa do Natal. Foi somente com São Gregório Magno (590-604) que esse tempo foi reduzido para quatro domingos, tal como hoje celebramos.
Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até a figura geométrica da coroa, o círculo, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade. 
Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas, quase em todas as partes do mundo é usada a cor vermelha. No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando celebra-se o Domingo de Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.
Pe. Agnaldo Rogério dos Santos - Reitor dos Seminários Filosófico e Teológico da Diocese de Piracicaba

 

Eu Sou a Luz do mundo (Jo 12, 8)

 

A vela sempre teve um significado especial para o homem, sobretudo porque antes de ser descoberta a eletricidade ela era a vitória contra a escuridão da noite. À luz das velas São Jerônimo traduzia a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, nas grutas escuras de Belém onde Jesus Cristo nasceu.

Em casa, a noite, quando falta a energia, todos correm atrás de uma vela e de um fósforo, ainda hoje.

Acender velas nos faz lembrar também a festa judaica de “Chanuká”, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos do rei Antíoco IV.
Antes da era cristã os pagãos celebravam em Roma a festa do deus Sol Invencível (Dies solis invicti) no  solstício de inverno, em 25 de dezembro. A Igreja sabiamente começou a celebrar o Natal de Jesus neste dia, para mostrar que Cristo é o verdadeiro Deus, o verdadeiro Sol, que traz nos seus raios a salvação. É a festa da luz que é o Cristo: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo 12, 8). No Natal desceu a nós a verdadeira Luz “que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1, 9).

Na chama da vela estão presentes as forças da natureza e da vida. Cada vela marca um ano de nossa vida no bolo de aniversário. Para nós cristãos simbolizam a fé, o amor e  o trabalho realizado em prol do Reino de Deus. Velas são vidas que se imolam na liturgia do amor a Deus e ao próximo. Tudo isso foi levado para a liturgia do Advento. Com ramos de pinheiro uma coroa com quatro velas prepara os corações para a chegada do Deus Menino.

Nessas quatro semanas somos convidados a esperar Jesus que vem. É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja nos faz lembrar a espera dos Profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus.

A Coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanado. A branca significa a paz que o Menino Deus veio trazer; a roxa clara (ou rosa) significa a alegria de sua chegada.

A Coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo e nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas.

As quatro velas do Advento simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo. No primeiro domingo do Advento, acendemos a primeira vela que simboliza o perdão a Adão e Eva. Cristo desceu a Mansão dos mortos para dar-lhes o perdão. No segundo domingo, a segunda vela, acesa coma primeira, representa a fé dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, que creram na Promessa da Terra Prometida, a Canaã dos hebreus; dali nasceria o Salvador, a Luz do Mundo. A terceira vela, acessa com as duas primeiras, simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias porque reuniu sob seu reinado todas as tribos de Israel, assim como Cristo reunirá em si todos os filhos de Deus. É o domingo da alegria. Esta vela têm uma cor mais alegre, o rosa ou roxo claro. A última vela simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria. É a vela branca.

Tudo isso para nos lembrar o que anunciou o Profeta: “Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.” (Is 11,1-2).

 “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. 3. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos” (Is 9,1-6).

Prof. Felipe Aquino

 

As velas do Tempo do Advento

 

1º DOMINGO DO ADVENTO-ACENDE-SE A PRIMEIRA VELA

A luz nascente nos conclama a refletir e aprofundar a proximidade do Natal,onde Cristo Salvador e luz do mundo brilhará para a humanidade.Lembra ainda o perdão concedido a Adão e Eva.A cor roxa nos recorda nossa atitude de vigilância diante da abertura e espera do senhor que virá.

 

2º DOMINGO DO ADVENTO –ACENDE-SE  A SEGUNDA VELA

A  segunda vela acesa nos convida ao desejo de conversão,arrependimento dos nossos pecados e também o compromisso de prepararmos ,assim como  São João Batista,o caminho do senhor que virá.Esta vela lembra  ainda a fé dos patriarcas e de São João  Batista,que anuncia a salvação para todos os povos.

 

3º DOMINGO DO ADVENTO –ACENDE-SE  A  TERCEIRA VELA(ROSA)

A   terceira vela acesa nos convida à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus.A cor litúrgica de hoje ,o rosa,indica  justamente o Domingo da Alegria ,ou o domingo Gaudette,onde  transborda nosso coração de alegria pela  aproximidade da chegada do Senhor.Esta vela lembra ainda a alegria celebrada pelo rei Davi e sua promessa que,agora,está se cumprindo em Maria .

 

4º DOMINGO  DO ADVENTO –ACENDE-SE A  QUARTA  VELA

A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o salvador ,nossa expectativa da chegada definitiva  da luz ao mundo .Simboliza ainda nossa fé em Jesus Cristo,que ilumina todo homem que vêm a este mundo e também  os ensinamentos dos profetas,que anunciaram  a chegada do salvador