Jesus e a Lei do amor

 

Objetivos

Que os catequizandos compreendam que a lei do amor é a regra mais importante para quem segue Jesus Cristo.

 

Preparação para o encontro

Mesa com toalha, flores, vela. Cartazes com as frases do Evangelho:

“Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros” (Jo 13, 34 a).

 

Acolhida

Oração inicial: Creio

 

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TEXTO

 “Eu vos dou um novo mandamento...” – disse Jesus. (Jo 13, 34)

“A Nova Lei é denominada também a lei do amor porque leva a agir pelo amor infundido pelo Espírito Santo e não pelo temor; uma lei de graça, por conferir a força da graça para agir por meio da fé e dos sacramentos. Uma lei de liberdade, pois nos liberta das observâncias rituais e jurídicas da antiga Lei, nos inclina a agir espontaneamente sob o impulso da caridade e, enfim, nos faz passar do estado de servo, ‘que não sabe o que faz o seu senhor’, para o de amigo de Cristo, ‘porque tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer’ (Jo 15,15), ou ainda para o filho-herdeiro (CIC 1972)”.

Diante disso, em termos gerais, pode-se dizer que o Antigo Testamento tem sua base na justiça, isto é, na lei, na retribuição imediata ou castigo.

Por sua vez, o Novo testamento apresenta uma proposta que vai mais longe – em vez da obrigação e ameaça de castigo, é a graça do Espírito Santo que indica, inspira as ações, tendo Jesus como modelo.

Não é mais a lei escrita na pedra, no pergaminho ou no papel, ou na cultura do povo, mas no coração de cada pessoa que orienta o que se deve e o que não se deve fazer. A resposta a cada situação concreta é particular – o mesmo fato pode ter respostas diferentes, conforme a diversidade dos dons que o Espírito Santo manifestar.

A Nova Lei não é uma ruptura com a antiga Lei, mas o seu aperfeiçoamento. A cobrança, a pressão vinda de fora é substituída pela adesão da vida no Espírito Santo, que é cultivada a partir da fé em Cristo e praticada com fé, esperança e caridade.

Assim, pode-se compreender que há duas formas para tocar o coração humano: pela ameaça ou pelo amor. A primeira está associada à punição, ao castigo, à dor, ao autoritarismo. A segunda é movida pela liberdade pessoal e responsável, pela alegria, pelo prazer, pela amizade verdadeira.

No entanto, ter a liberdade para agir não significa menos exigência; pelo contrário, ela é mais completa porque vai de encontro com a realidade em que se vive. Conta com a sensibilidade de cada um. Também conta com a inspiração pessoal e não depende de uma lei padrão, igual para todos.

Assim como os dons do Espírito Santo são muitos, a resposta também é múltipla, em conformidade com a proposta do Evangelho de Jesus, que age diferentemente no coração de cada um de nós.

(Crescer em Comunhão Vol. IV – 21ª edição atualizada – Livro do Catequista- pg.16)

Reflexão sobre o texto:

Quais as atitudes e gestos que realizam porque é norma?

Quais as atitudes que realizam porque consideram importante?

Quais as atitudes que vocês realizam, por amor, em seus grupos, na família, na escola?

 

Jo 13, 34-35 – Jo 15, 12-13 – I Jo, 18-21

Em João 13, Jesus nos diz: “Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado... Nisso conhecerão que vós sois meus discípulos...”

Com esse mandamento do AMOR e não, simplesmente normas a seguir, Jesus nos ensina que se quisermos ser seus discípulos, devemos sempre agir com Amor no nosso coração, seja para com os de nossa casa, com os amigos, com os mais carentes e sofredores da nossa sociedade, com os doentes e até com os mais pecadores, como Jesus mesmo fez.

Em João 15, 17 Jesus nos alerta: “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.

Esse mandamento do amor é tão importante que Jesus não só pede, mas nos dá uma ordem, um nova lei: A Lei do Amor.

A I carta de João nos ensina: “No amor não há temor... porque temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor”.

Se alguém disser “amo a Deus” e odeia o seu irmão é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus a quem não vê.

Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus ame também o seu irmão.

 

Iluminar

É possível amarmos a Deus e esquecermos do nosso próximo, de alguém que precisa de ajuda?

Dê sua opinião: as pessoas, hoje, são sensíveis ao sofrimento, à dor e necessidades dos mais pobres? Justifique a resposta.

Fale de você: o que você faz quando vê alguém sofrendo, passando fome ou sendo maltratado?

Você sente, em seu coração, que precisa dedicar mais amor e atenção para alguma pessoa?

HISTÓRIA

Contam que um certo homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede. Foi quando ele chegou a uma casinha velha - uma cabana desmoronando - sem janelas, sem teto, batida pelo tempo. O homem perambulou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.

Olhando ao redor, viu uma bomba a alguns metros de distância, bem velha e enferrujada. Ele se arrastou até ali, agarrou a manivela, e começou a bombear sem parar. Nada aconteceu.

Desapontado, caiu prostrado para trás e notou que ao lado da bomba havia uma garrafa. Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu o seguinte recado: "Você precisa primeiro preparar a bomba com toda a água desta garrafa, meu amigo.

PS. “Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir."

O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água! De repente, ele se viu num dilema:

Se bebesse aquela água poderia sobreviver, mas se despejasse toda a água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá no fundo do poço, toda a água que quisesse e poderia deixar a garrafa cheia para a próxima pessoa...

Mas, talvez isso não desse certo.

Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar a água fresca e fria ou beber a água velha e salvar sua vida? Deveria perder toda a água que tinha na esperança daquelas instruções pouco confiáveis, escritas não se sabia quando?

Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba começou a chiar. E nada aconteceu!

E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância! A bomba velha e enferrujada fez jorrar muita, mas muita água fresca e cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela até se fartar.

Encheu-a outra vez para o próximo que por ali poderia passar, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota ao bilhete preso nela:

"Creia-me, funciona! Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta!"

Reflexão:

Saiba olhar adiante e compartilhar!

Aquele homem poderia ter se fartado e ter se esquecido de que outras pessoas que precisassem da água pudessem passar por ali. Ele não se esqueceu de encher a garrafa e ainda por cima soube dar uma palavra de incentivo.

Se preocupe com quem está próximo de você, lembre-se: Você só poderá obter água se a der antes. Cultive seus relacionamentos, dê o melhor de si!

 

Agir

O que você pretende fazer concretamente para viver o amor ao próximo? Descreva a sua decisão.

 

Celebrar

Oração final: Obrigado, Deus, nosso Pai, por nos revelar sua vontade. Nós queremos segui-la sempre. Ajuda-nos a sermos perseverantes. Que possamos amar a Vós e ao próximo a cada dia de nossa vida. Amém!


A CARIDADE, VIRTUDE SUPREMA

 

Sendo a caridade a virtude mais excelente, entende-se que na última Ceia dissesse Jesus aos Apóstolos: "Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros" (João 13,34-35). O mandamento novo assinala a medida com a qual devemos aos demais: assim como Cristo nos amou. Os mandamentos da lei de Deus resumem-se em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor, portanto, é a perfeição da Lei. Assim, concluímos que a caridade é a virtude mais importante do cristão, enquanto peregrinamos nesta terra, e será também a nossa ocupação no céu, onde não existirá mais a fé - já que veremos Deus face a face - , nem existirá também a esperança, porque teremos chegado à meta. Somente a caridade permanecerá. Vejamos em que consiste esta virtude, que resume e coroa toda a vida sobrenatural.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. A caridade, virtude sobrenatural

Como já vimos, a caridade é uma das três virtudes teologais, infundida por Deus na vontade, com a qual amamos a Deus sobre todas as coisas - por quem Ele é - e a nós e ao próximo por amor a Deus. Por esta virtude que o Espírito Santo infunde, e porque nos capacita para amar a Deus tal qual é, é um dom sobrenatural. Com a mesma caridade com que amaremos eternamente no céu, amamos já na terra. A caridade pode debilitar-se em conseqüência dos pecados veniais, e perde-se quando se comete um pecado mortal. Para recuperá-la, é necessário aproximar-se da confissão sacramental, com as disposições exigidas. Se fazemos atos de amor a Deus e amamos com obras o próximo, esta virtude crescerá em nós.

2. O amor a Deus sobre todas as coisas

A primeira obrigação que o ser humano tem - a maior de todas - é amar a Deus "com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças" (Marcos 12,30); quer dizer, temos de amar a Deus sobre todas as coisas. Ele nos criou, é infinitamente digno de ser amado e nos amou antes. E quando podemos dizer que amamos a Deus sobre todas as coisas? Quando cumprimos os mandamentos, dispostos a perder tudo antes de que nos afastemos de Deus por um só pecado.

3. O amor a nós mesmos

Dentro da virtude da caridade está presente também o amor a si mesmo; mas é evidente que deve ser um amor ordenado, buscando os verdadeiros bens da alma e do corpo em relação à vida eterna. Se alguma vez desejássemos algo que nos afaste de Deus, nós não estaríamos amando-nos de verdade, por nos afastarmos de nosso fim real que é o único que nos pode fazer felizes.

4. O amor ao próximo

Um cristão não pode dizer que ama a Deus, se não ama a seu próximo. Como adverte São João, "se alguém diz que ama a Deus e odeia a seu irmão, é um mentiroso, porque quem não ama a seu irmão a quem vê, como poderia amar a Deus a quem não vê?" (1 João 4,20). As razões nas quais se funda a fraternidade cristã são claras: todos somos filhos do mesmo Pai celestial e, em conseqüência, irmãos; fomos redimidos com o sangue de Jesus Cristo e estamos destinados ao céu. Cristo mesmo se identifica com o próximo para urgir nosso amor: "Todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes" (Mateus 25,40). Por isso temos de querer aos demais por amor a Deus. A pura simpatia, a admiração ou o altruísmo, não são a caridade que Cristo nos pede.

5. O mandamento de Cristo abarca a todos

O Senhor nos deixou em testamento o amor: "Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos" (João 13,34-35). Ele nos deu o exemplo com sua vida, e nos ensinou a querer aos demais sendo amáveis na convivência, compreendendo, desculpando e perdoando. A caridade para com o próximo pressupõe respeitar seus direitos de justiça, mas exige também praticar as obras de misericórdia, ajudando-os em suas necessidades espirituais e materiais. Já não podemos excluir a ninguém, nem sequer aos inimigos: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos amaldiçoam e rezai pelos que vos caluniam" (Lucas 6,27-28).

6. As obras de misericórdia

Para ensinar de maneira gráfica como viver a caridade, Jesus Cristo propôs a parábola do bom samaritano (Lucas 10,30-37). Na realidade Ele é o bom samaritano, que curou nossas feridas com seu infinito amor misericordioso. Quando praticamos as obras de misericórdia - as sete corporais e as sete espirituais - vamos nos identificando com o coração de Cristo, de quem aprendemos a dar de comer ao faminto, a ensinar a quem não sabe, a dar bom conselho, a corrigir, a perdoar, a consolar, a sofrer com paciência, a rogar a Deus por todos etc..

7. Caridade ordenada

A caridade exige amar primeiro a Deus e depois aos outros. Existe uma hierarquia no amor a Deus e ao próximo. Dentro do amor ao próximo, temos a obrigação de querer mais àqueles que estão mais próximos de nós: os pais, irmãos, o sacerdote, professores, amigos; vem logo depois os necessitados de ajuda espiritual e material. No amor a nós mesmos está, antes de tudo, a nossa necessidade espiritual, antes mesmo da necessidade material dos outros.

8. Propósitos de vida cristã

·                     Aprender as Obras de Misericórdia espirituais e corporais:

1.      Espirituais:

1ª Dar bom conselho
2ª Ensinar os ignorantes
3ª Corrigir os que erram
4ª Consolar os trintes
5ª Perdoar as injúrias
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do próximo
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos

2.      Corporais
1ª Dar de comer a quem tem fome
2ª Dar de beber a quem tem sede
3ª Vestir os nus
4ª Dar pousada aos peregrinos
5ª Assistir aos enfermos
6ª Visitar os presos
7ª Enterrar os mortos
 

·     Acostumar-se a agir sinceramente por amor a Deus, porque o que assim se fizer - grande ou pequeno - adquire um mérito sobrenatural.

 

·     Comprovar o amor a Deus, observando se ajudamos aos demais com obras de verdade.