Eu e minha família participamos do Plano Deus

 

 

Objetivos

Mostrar que a família é essencial a Igreja porque nela surge a vida cristã.

Compreender que a família é a raiz da sociedade de onde ela cresce e se nutre.

 

Preparação para o encontro

Prepare com papel, ou outro recurso, tijolinhos com o nome dos catequizandos, com espaço para eles escreverem os nomes das pessoas da sua família (pai, mãe, irmãos...).

Fazer um cartaz com o contorno de uma igreja,e outro com o de uma casa.

 

Acolhida

Entregar para os catequizandos um “tijolinho” no início do encontro. Pedir para eles escreverem os nomes das pessoas da sua família (pai, mãe, irmãos...).

 

Oração inicial: Ave Maria

 

 Senhor, nosso Deus, agradecemos-te por podermos participar deste encontro. Agradecemos também por podermos confiar em teu amor e em tua bondade. Orienta-nos para que possamos entender o Vosso plano e participarmos dele. Ajuda-nos a construir um mundo de paz para todas as pessoas. Amém.

 

Ver

Inicie o encontro, conversando sobre a realidade das famílias dos catequizandos.

 

Em seguida, contar a história do Severino

 

Severino foi desabafar com um padre na paróquia:

- Estou magoado com minha mulher. Ela não me ouve! Só briga o tempo todo. Até as crianças ficam contra mim.

- Eu tenho a solução – respondeu o padre. – Pegue este frasco de água milagrosa. Por uma semana, quando você estiver com alguém de sua família, encha a boca com essa água e só cuspa quando estiver sozinho.

Severinho achou meio esquisito, mas concordou. Nos primeiros dias sua mulher ainda resmungava sozinha. Passados os dias, porém, parou de ralhar com ele. Voltou a ser carinhosa como no começo do casamento. As crianças ficaram menos desconfiadas, até vinham sentar no colo do pai.

Então Severino viu que a maioria das discussões eram causadas por ele mesmo. Com a boca fechada pela “água milagrosa”, compreendeu que, para sermos ouvidos pelos outros, precisamos aprender a ouvir primeiro.

 

Questionar:

Qual foi o “milagre” alcançado pela água?

O que a história de Severino nos ensina sobre a vida em família?

Você sabe ouvir o outro?

 

Iluminar

A família é a igreja doméstica. Ali se aprendem as primeiras e fundamentais noções sobre Deus, religião, oração, Bíblia e comunidade. É junto dos pais que a vivência do Evangelho vai, pouco a pouco, sendo concretizada nos seus valores fundamentais de fraternidade, partilha, solidariedade, perdão, salvação, misericórdia. A fala e o testemunho da família vão educando aquele filho(a) que Deus lhe confiou para fazer parte da humanidade.

Muito do que somos vem da família, seja por causa das leis de hereditariedade, seja pelo convívio. As pessoas com quem nos encontramos pela vida afora deixam marcas profundas na nossa vida de muitas formas:

- dando exemplos;

-comunicando o que sabem e suas experiências de vida;

- estimulando a nossa imaginação;

- despertando todo tipo de sentimentos (raiva, compaixão, saudade, medo, segurança, admiração, respeito, revolta, vergonha, afeto, solidariedade...);

- anunciando sua crença religiosa; cobrando comportamentos; apresentando desafios à nossa criatividade e ao nosso desenvolvimento...

...e de que outras maneiras?

Sendo assim, todos os povos transmitem sua cultura por meio do encontro de pessoas e gerações. Uns ensinam aos outros, pela palavra e pelo comportamento, o que tem ou não tem valor para cada cultura. Não foi assim que você aprendeu?

As religiões, que são parte da cultura, passam pelo mesmo processo. Uns vão comunicando aos outros as tradições religiosas, vão contando as histórias da fé que praticam. Por exemplo: em muitas religiões de origem africana, a transmissão da fé é realizada por intermédio da história dos antepassados. Também era assim a transmissão da fé no povo da Bíblia.

 

Dinâmica

1.º Dividir o grupo em dois subgrupos.
2.º Dar a cada grupo 10 tiras de papel.
3.º O grupo1, com as tiras, construirá uma casa. O grupo 2 uma igreja.

1.º O primeiro grupo escreverá em cada tira o que é importante para bem viver numa casa, que pode ser a casa familiar, grupal, como também a casa do país.
2.º O segundo Grupo escreverá o que Deus planejou de bom para nós.

3.º Na 10.ª tira de papel pode-se escrever: “Tudo faremos para colaborar com Deus no seu projeto de salvação da humanidade”.
4.º Com as tiras, cada grupo constrói no chão a sua casa/igreja. O catequista chamará atenção sobre o que será colocado como alicerce, para que esta casa/igreja não caia. Nas colunas, colocar o que sustentará toda a casa/igreja. .
O amor a Deus e ao próximo são a base para a boa convivência de todos

5.º Pode-se fazer uma comparação entre as duas casas e perceber que queremos construir a vida, do jeito que Deus quer. Deus detesta a opressão e todo o tipo de atitude que provoca dor e morte.

 

Tempestade de idéias

É importante que todos partilhem suas opiniões e em grupos e cheguem a um consenso sobre a melhor resposta para a questão:

Como a família deve participar da sociedade e da igreja?

Incentive os catequizandos a partilharem suas respostas. Valorize e aproveite das respostas para explicar aspectos importantes de nossa fé e da participação da família na igreja.

É importante que o catequista valorize esta construção coletiva, dizendo que a família, como participante da sociedade e da igreja, é o povo de Deus a caminho do Reino.

 

Agir

Solicite aos catequizandos que continuem rezando todos os dias pelas suas famílias e que procurem exercitar o “saber ouvir” os pais, irmãos e outros membros da família. Também procurem usar a cooperação em casa.

 

Celebrar

Convide os catequizandos a sentarem ao redor da igreja.

Depois convide, em clima de oração, para que cada catequizando colar o tijolo com o seu nome e o da sua família, assumindo o compromisso: a nossa família deve se igreja.

Convide para rezar ao redor da igreja um Pai Nosso de mãos dadas.

 

 


QUEBRANDO A CUCA...

A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações dentro dela constituem os fundamentos da liberdade, da segurança e da fraternidade no conjunto social. A família é a comunidade na qual, desde a infância se podem assimilar os valores morais, tais como honrar a Deus e usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade.

Lugar seguro: A nossa família é um porto seguro para viver. É um lugar longe das tempestades sem abrigo e aconchego, dos infortúnios que os percalços da vida estabelecem e todos nós precisamos. A família é o nosso porto seguro, é o melhor lugar seguro para nascer, crescer e se desenvolver. Interessante, Deus nos ama tanto que nos fez nascer numa família, pois sabia que sozinhos nada seríamos, não seríamos nada mesmo. É possível viver, sozinhos? Claro que não! Para viver precisamos dos outros. E estes outros em nossa vida quem são? São os membros de nossa família. A família é o nosso porto seguro, onde podemos ser nós mesmos e encontrar apoio nas dificuldades de nossa vida. Se, por acaso, não conseguimos traçar um ideal de vida, maior do que nós, a família está sempre pronta para nos segurar e sustentar. A família faz ser segura a própria vida, pois é onde se encontram auxílios para crescer e se desenvolver como pessoa e como cristão.

Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e Maria. A Igreja não é outra coisa senão a “família de Deus”. Desde suas origens, o núcleo da Igreja era em geral constituído por aqueles que, “com toda a sua casa”, se tornavam cristãos.

A família enquanto célula da sociedade é, por desejo de Deus, chamada a ser uma célula eclesial, uma igreja doméstica, uma igreja de casa, uma casa que se torna uma pequena igreja. É assim que a Igreja será uma grande família: se as famílias forem realmente igrejas; igrejas vivas, atuantes, fermentadas pelo amor traduzido em comunhão, celebrando e cultivando a vida, acolhendo o mistério da Trindade-Comunidade para irradiá-lo no testemunho ao mesmo tempo humilde e corajosamente generoso.

Os pais devem ensinar que a realidade familiar deve ser construída pela acolhida e por um amor profundo que leva a uma educação que abre progressivamente a uma descoberta do dom da vida, chamados a atingir gradativamente uma autonomia própria. Pai e mãe são como jardineiros (oferecem as condições) e os filhos são como as plantas (que crescem a partir das próprias raízes, tronco, galhos e folhas) e que há um tempo devem produzir frutos. Assim, os pais devem ensinar os filhos a serem discípulos missionários de Cristo caminho, verdade e vida.

Uma nova cultura familiar

A sociedade atual, tão marcada pelo individualismo, pelo utilitarismo, pelo materialismo, pelo hedonismo, pela perda do sentido dos valores morais, pelo medo e pela relativização dos compromissos definitivos, pelo neo-paganismo tem deixado seus efeitos nefastos e corrosivos na realidade familiar. Os jovens se encontram diante de uma variedade de propostas de modelos contrastantes. O pluralismo não permite um quadro unitário de valores. Porém, não será impossível à graça divina fazer acontecer este milagre da comunhão e do amor a serviço da vida.

Dizem que a família está em crise. Na verdade, o que entrou em crise foi o modelo familiar do passado. É hora de descobrirmos novas formas de relacionamento familiar, adequadas às exigências e desafios de nossa época, da sociedade de hoje.

Até pouco tempo atrás o pai sustentava economicamente a casa. Era o chefe da família, enquanto a mãe se dedicava aos serviços domésticos e a educação dos filhos. Os filhos eram educados para funções

masculinas, como serviços pesados e as filhas eram educadas para funções femininas, como serviços manuais e atividades domésticas.

Condições econômicas e culturais levaram a mudanças no modelo. Já não é possível dividir os papéis entre os sexos. Dia após dia, a mulher conquista novos espaços na sociedade. Por outro lado, a miséria e a violência estão privando muitas famílias da figura do pai. Pais e mães perdem a autoridade sobre os filhos. Desemprego e excesso de trabalho competem para minar os laços...

Diante das situações concretas das famílias de hoje, a catequese tem uma missão: promover uma nova cultura familiar. Não se trata de impor qualquer modelo, mas sim de iluminar com a fé a vida das famílias dos catequizandos.

Esta nova cultura familiar leva à valorização:

Do papel da família na transformação da sociedade;

Da individualidade e da autonomia de seus membros;

Dos laços afetivos no respeito às diferenças;

Da co-responsabilidade pelas crianças, enfermos, idosos e portadores de necessidades especiais.