Namoro ou amizade

 

6º Encontro – Namoro ou amizade

 

Objetivos

Compreender a necessidade do cristão de fazer opções certas na vida.

Agir de forma transformadora, a partir da nossa fé e identidade cristã.

Tomar consciência de que o ser humano cresce, desenvolve-se e amadurece e deve adquirir um processo de relacionamento sadio com as pessoas.

Tomar atitudes conscientes nos momentos certos.

Despertar para o valor da sexualidade e da afetividade de maneira integrada e madura.

Perceber os elementos negativos e inadequados que a sociedade propõe em relação à sexualidade e à afetividade.

Preparação para

o encontro

Montar um altar no centro, com as cadeiras em volta ou sentados no chão. Colocar a Bíblia, a vela, flores, panos coloridos em uma altura maior. No chão, colocar tudo que é descartável (papel, copos, papel higiênico, guardanapo, papel toalha, sacolinhas e sacos plásticos, latas, caixas de leite, vidros, garrafas pets, etc.... tudo usado sem limpar...pode pedir para os catequizandos trazerem).

Deixar a porta da sala, somente aberta com uma fresta bem apertada. Receber com um abraço os catequizandos na porta e ajudá-los a passar pela fresta da porta.

 

Acolhida

Fazer com que eles percebam a dificuldade em entrar na sala. Dizer: “Seja bem vindo, Deus te ama muito!”

Colocar a música – É preciso saber viver

 

Ver

Contar a historinha

Nossa vida:

No quarto dia de férias na praia, o pai viu o filho com uma menina. Dois dias depois, ou ele estava enganado, ou o filho já estava mesmo com outra. Terminadas as férias, ao retornar à cidade onde morava, vendo o jovem sozinho e tranquilo em casa, perguntou:

- E as suas namoradas?

- Que namoradas? Aquelas eram apenas “rolo”; só “ficamos”!

E o pai não entendeu mais nada.

 

Pare e pense:

Você se identifica com esta história?

Você já ficou com alguém? Alguém já ficou com você? Como você se sentiu?

Você gostaria de ser algo que fosse descartável?

Você já foi descartado por alguém? Como sentiu?

Nossa sociedade embarcou numa onda de consumismo, imediatismo e satisfação instantânea. Temos aprendido a comprar e usar as coisas por pouco tempo e somente enquanto nos satisfazem. Ensinam-nos todos os dias por meio de músicas, novelas, programas de televisão, internet e rádio que precisamos ser consumidores satisfeitos. Se algo não nos agrada, ou não atende à nossa expectativa, basta jogar fora e comprar algo novo.

Muitos pensam que antes de namorar é preciso ficar para experimentar os futuros candidatos ou candidatas à condição de namorado ou namorada. Desfrutar dos prazeres de um contato físico mais íntimo, mas sem compromisso, é o que caracteriza a experiência do ficar.

O ficar é produto do tempo em que vivemos.

Assim, você é o consumidor que tem sempre razão e é feliz. Mas o que mais chama a atenção é que estão nos vendendo a idéia de que podemos fazer a mesma coisa com as pessoas e, o que é pior, que devemos fazer a mesma coisa conosco.

Usar e descartar alguém sem respeitar sua identidade e sentimentos é desvalorizar a pessoa.

 

- Sem constrangimentos, o catequista pode falar de como se vive o namoro no modo cristão, lembrando-se que está trabalhando com adolescentes em fase de descoberta do amor e da sexualidade e que, por isso, precisam ser bem orientados para uma prática madura e responsável no relacionamento a dois.

 

Ler o texto: – O SONHO DE TODOS NÓS (Subsídio Catequético da Arquidiocese de Mariana, Catequese com Adolescentes, Preparai o Caminho, nº 9)

 

Amar e receber amor é o desejo mais profundo e fundamental do ser humano. Descobrir o amor é mergulhar na surpresa e no valor da própria existência. Quem ama trilha o caminho da felicidade e da realização pessoal, cresce saudável e possui ideais de vida. A qualidade de vida depende da intensidade do amor que se vive. A existência sem amor é como um deserto sem água ou um túnel sem luz. Amar é viver, é comunicar. Trazemos em nós a aspiração para amar, nos comunicar e nos relacionar com o próximo. Disso dependem a felicidade, o equilíbrio e a saúde integral da pessoa, nas dimensões física, psíquica e espiritual.

Quando nos isolamos no egoísmo, no individualismo e na acomodação, não conseguimos desenvolver-nos nem ter uma vida feliz, sadia e alegre.

O amor é um sentimento forte que gera laços profundos entre esposo e esposa, entre pais e filhos, irmãos e irmãs, amigos e amigas, namorados e namoradas. Para coroar todas essas formas de amar, existe o amor que os é transmitido por Deus e direcionado a todos os seres humanos, a cada ser vivo e a toda criação.

 

Analisar a letra da música: É preciso saber viver...

 

Iluminar

Pedir para que cada um escolha um ou dois dos objetos descartáveis colocados no altar.

Dividir as turmas em grupos pequenos.

Cada grupo deverá criar alguma coisa que tenha vida, com as embalagens que escolheram e depois montar uma história para elas.

Depois de um tempo, os grupos colocarão o que criaram no altar, enquanto um dos integrantes do grupo conta a história do que montaram. Refletir:

Vocês usam estas embalagens?

Elas serviram para alguma coisa? E depois de utilizadas o que elas são?

Foi difícil você montarem alguma coisa com elas?

Vocês gostariam de ser alguma dessas embalagens? Qual delas e por quê?

Quando uso o meu próximo ou próxima como uma embalagem descartável, estou transmitindo amor?

Vocês gostariam de ser  pessoas descartáveis?

 

Ler Palavra de Deus – Mt 7, 12-20 e comentar:

Foi difícil passar hoje pela porta?

O que vocês acham que Jesus quis nos dizer com esta passagem bíblica?

Por que devemos escolher passar pela porta estreita?

O que devemos escolher para passar pela porta estreita?

 

Agir

Motivar os catequizandos a elaborar um propósito concreto sobre o namoro que procurarão viver de agora em diante.

 

Celebrar

Encerrar o encontro com a oração:

“Senhor, Vós nos criastes e encheste-nos de honra e glória. Nossa maior honra é ser Vossos filhos. Enquanto estamos neste mundo corremos o perigo de não conservar a honra que Vós nos destes.  O pecado é o que mais nos prejudica neste sentido. Fazei, Senhor, que sejamos pessoas honradas. Ajudai-nos também a respeitar os outros. Ajudai-nos a respeitar os nossos colegas. Todos eles são importantes diante de Vós. Queremos viver neste mundo como dignos filhos Vossos. Amém.”

 

Aviso: Pedir para cada um trazer no próximo encontro algum objeto pessoal (que tenha um significado em sua vida)

 

 

É Preciso Saber Viver (Roberto Carlos)

Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou viver na solidão
É preciso ter cuidado
Prá mais tarde não sofrer
É preciso saber viver...

Toda pedra no caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem
Você pode escolher
É preciso saber viver...

É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
Saber viver!...

Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem
Você pode escolher
É preciso saber viver...

É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
Saber viver! Saber viver!...(2x)

 

Namoro: conhecer o outro

 

Namoro é a demonstração pura do amor e carinho para com o outro. É tempo de crescer a dois. A felicidade verdadeira se constrói quando fazemos o outro feliz; quando amamos. E a virtude que gera o verdadeiro amor é a renúncia a si mesmo. Namorar é dialogar. O diálogo é mais do que uma conversa; é um encontro de pessoas em busca do conhecimento e do crescimento mútuo. É pelo diálogo que o casal aprende a se conhecer, a corrigir as falhas, vencer as dificuldades, cultivar o amor e se unir cada vez mais. O amor tem muitas faces: a compreensão, a aceitação do outro, o perdão, a busca da verdade, a paciência, a sinceridade, a fidelidade, a bondade... A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Ser fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro; é muito mais do que isto, é ser verdadeiro em tudo. Não ser fingido, mascarado, mas autêntico, sincero. Totalmente transparente! O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar o seu espírito, e não o seu físico. A castidade é a melhor preparação para o casamento! O casal de namorados (ou noivos) que souber aguardar o casamento para viver a vida sexual é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Um namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, com a vigilância e, sobretudo quando os dois quiserem se preservar um para o outro. Será preciso então, evitar todas as ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo. (Subsídio Catequético da Arquidiocese de Mariana, Catequese com Adolescentes, Preparai o Caminho, nº 9 )

Muitos pensam que antes de namorar é preciso ficar para experimentar os futuros candidatos ou candidatas à condição de namorado ou namorada. Desfrutar dos prazeres de um contato físico mais íntimo, mas sem compromisso, é o que caracteriza a experiência do ficar.

O ficar é produto do tempo em que vivemos. Nossa sociedade embarcou numa onda de consumismo, imediatismo e satisfação instantânea. Temos aprendido a comprar e usar as coisas por pouco tempo e somente enquanto nos satisfazem. Ensinam-nos todos os dias por meio de músicas, novelas, programas de televisão, internet e rádio que precisamos ser consumidores satisfeitos. Se algo não nos agrada, ou não atende à nossa expectativa, basta jogar fora e comprar algo novo.

Assim, você é o consumidor que tem sempre razão e é feliz. Mas o que mais chama a atenção é que estão nos vendendo a idéia de que podemos fazer a mesma coisa com as pessoas e, o que é pior, que devemos fazer a mesma coisa conosco.

Usar e descartar alguém sem respeitar sua identidade e sentimentos é desvalorizar a pessoa. E aqui, como “consumidores satisfeitos”, podemos perguntar: Qual o preço pago por essa onda da falta de responsabilidade e compromisso do “ficar”? Mães solteiras, famílias destruídas, meninas que estão fazendo aborto, doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS, sem falar das implicações psicológicas, das depressões, das mágoas geradas em nós e nos outros.... Quantas pessoas hoje sofrem porque se sentem desvalorizadas, como embalagens descartáveis inúteis que são jogadas fora, aos milhares, todos os dias. Será que queremos ser objetos descartáveis? Deus nos fez diferente, nos fez único. Cada um tem sua riqueza de sentimentos, pensamentos e emoções que precisam ser partilhados. Para que essa partilha aconteça de maneira mais plena, precisamos de respeito, diálogo, compromisso e vínculos. E esses fatores só surgem com o tempo, com o namoro.

Jesus nos pediu: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12). E sabemos muito bem que o seu amor foi sempre em vista da promoção humana, valorizando as pessoas, e nunca o contrário. Nos relatos do Evangelho, sempre vemos Jesus que valoriza, promove, resgata, liberta, dignifica a pessoa. Jamais usou, desvalorizou, humilhou e descartou qualquer pessoa que encontrou pelo caminho.

Amor e Afeto

Nossa existência e o mundo que nos rodeia são presentes de Deus. Ainda insatisfeito com os sinais de seu amor, Deus resolveu brindar o ser humano com dois presentes especiais que, na verdade, partem da mesma fonte: o amor.

Sexualidade e afetividade são duas características que embelezam o ser humano, possibilitam o relacionamento e fundamentam a felicidade. A adolescência é a idade da descoberta do outro e do despertar da sexualidade, da afetividade entre homem e mulher e também da amizade sincera. A afetividade nos impulsiona ao relacionamento com as pessoas e à criação de laços consistentes, cujos componentes básicos são o respeito, o cuidado, a sinceridade, a verdade. A sexualidade é um elemento sem distinção, mas também de atração entre homens e mulheres: o corpo, a voz, os gestos, os sentimentos, as atitudes, tudo aquilo que nos caracteriza como indivíduos fazem parte da sexualidade. Enganam-se aqueles que pensam que a sexualidade é apenas sinônimo de sexo. A sexualidade envolve amor, inteligência e decisões acertadas (virtudes que revelam nossa semelhança com Deus), por isso precisa ser assumida e desenvolvida. O prazer pode ser intenso, mas, se não for acompanhado do amor, dará lugar à frustração e à sensação de vazio. Só o amor é fonte de felicidade permanente.

 

O Namoro Humano

O namoro é um encontro de duas pessoas. Encontro original, diferente, tocante, envolvente. Começa carregado de impulso, instinto, atração. Traz, porém consigo, horizontes maiores, surpresas arrebatadoras, descobertas e sonhos fascinantes. O namoro tem rumo, direção, objetivo. Não é um encontro qualquer. Não é epidérmico, nem destinado ao surfismo, à superficialidade, mas às profundezas e às alturas. 
No namoro encontram-se duas histórias, duas consciências, dois futuros, duas necessidades, duas diferenças, dois mistérios que irão se olhar, se acolher, dialogar, sorrir, desabafar, confidenciar, confiar, decidir e conviver. O namoro é porta de entrada em direção à vida, ao amor, à família, à paternidade. 
O namoro humano acontece mais na alma, no coração, na intenção, na consciência do que no corpo. Como é pobre, equivocada, vazia e frustrante a experiência do namoro onde só rola paixão, ciúme, sexo, transa. Egoísmo e imaturidade,despreparo e desconhecimento de si e do outro, fazem do namoro uma brincadeira erótica, cheia de enganos e desilusões. É preciso distinguir entre o que é gamar, gostar, amar. O coroamento do namoro é a decisão em contrair núpcias, formar família, transmitir e educar vidas e pessoas. 
Namoro não é passa tempo, não é programa de fim de semana, não é mera camaradagem, companheirismo, aproveitamento, curtição, muito menos fuga de casa, medo de sobrar, imitação da moda (todo mundo faz), busca de auto-afirmação. Namoro é conhecimento mútuo, partilha de vida, esperança em ser mais, tempo de crescimento e amadurecimento. 
O namoro verdadeiro é iluminado por um ideal, um valor objetivo, a realização de si e do outro. Pelo namoro as pessoas se preparam para a missão de ser esposos, de formar família e principalmente para responsabilidade e a beleza inaudita de serem pais de seus filhos. Muitos casamentos são forçados, apressados, imaturos, falsos, interesseiros, inseguros, despreparados porque o namoro e o noivado não foram além da carne, transformaram-se em erotismo, prazer, curtição, no sentido de “aproveitar a juventude”. Assim não pode dar certo. 
Somos pessoas frágeis, feridas, portadoras de condicionamentos, imaturidades e até portadores de patologias profundas. Não é pois aconselhável namorar cedo demais. Namoro precoce é um risco. Logo aparecem as brigas, ciúmes, dificuldades de diálogo e até falta de assunto. Começa o afastamento das boas amizades, isolamento, as rupturas com a família, o desleixo nos estudos. Deste modo o namoro acaba em sofrimento e desgaste que envolve muita gente. 
Precisamos devolver ao namoro o seu significado autêntico, livrá-lo da banalidade e de interesses egocêntricos. Namoro é uma experiência do amor humano que é visibilidade do amor de Deus pelo mundo. Se há alguém enamorado pela humanidade é Deus. Os namorados podem fazer uma grande experiência do amor de Deus através do namoro. O amor dos namorados ajuda-nos a descobrir o coração enamorado de Deus por seus filhos e filhas. É no namoro que está o início da educação de uma criança, e são colocados os alicerces de uma família estável, duradoura e feliz. Todos queremos ser decisivamente, autenticamente, pessoalmente amados. O caminho normal para esta experiência é o namoro que requer maturidade física, psicológica, ética e social. Namoro não é assunto privatizado, um relacionamento a dois, sem conseqüências para a vida. Pelo contrário, o que mais repercute na existência humana é o namoro porque é experiência de amor e caminho para a auto realização, para o bem da família e conseqüentemente da sociedade. 
Em nossos dias, a experiência sexual é cada vez mais precoce e fortemente influenciada pela pornografia via internet, celular etc., por outro lado, a permissividade sexual dos adultos recebe também o nome de namoro. Chegou a hora de restituir ao namoro seu autêntico significado, ou seja, uma etapa, uma experiência de amar e ser amado com exclusividade, fidelidade, respeito, pois, amar é querer o bem do outro, amor de benevolência.
(Dom Orlando Brandes)

 

Para refletir

No quarto dia de férias na praia, o pai viu o filho com uma menina. Dois dias depois, ou ele estava enganado, ou o filho já estava mesmo com outra. Terminadas as férias, ao retornar à cidade onde morava, vendo o jovem sozinho e tranquilo em casa, perguntou:

- E as suas namoradas?

- Que namoradas? Aquelas eram apenas “rolo”; só “ficamos”!

E o pai não entendeu mais nada.

 

Namorar de acordo com a vontade de Deus

1- Nunca Namorar com uma pessoa que não crê em Deus. 2Cor. 6,14-18 
2- O Namoro precisa começar sempre com Oração. Fp.4,6 
3- Comunicar aos pais de ambos, sobre suas intenções. Ef. 6,1-3 
4- Nunca viver no "agarra-agarra"... - Col. 4,5 e Mt. 5, 8
5- Nunca ir à Igreja só para namorar. A Igreja é um lugar de adoração a Deus. Tt 2, 6-8
6- Não deixar a catequese ou grupo de jovens por causa do namoro. Heb. 10,25 

7- O namoro precisa ser uma caminhada rumo à imagem de Cristo – Rm 8,29;  Ef 4,15-16

 

Perguntas

1. Que tipos de relacionamento você conhece entre homem e mulher?

2. O que é namoro para você?

3. Explique a frase:. “no namoro são colocados os alicerces de uma família estável, duradoura e feliz.”

4. O que acha mais importante no relacionamento entre uma moça e um rapaz?

5. Escreva cinco itens que deseja encontrar nos seu/sua futuro(a) namorado(a).