Santos de calça jeans- virtudes (Parábola dos talentos)

 

 

 

Objetivos

Que os catequizandos percebam a importância de uma vida virtuosa, tendo as virtudes como fundamento para a prática do bem.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; cartaz com as virtudes cardeais e as teologais.

Escolher a vida de um santo para ser colocada para o grupo – São Francisco de Assis (DVD), Santa Bernadete, São Tarcísio, São Domingo Sávio – se for possível passar um filme.

Catecismo da Igreja Católica 1805 a 1829.

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

Ler a Parábola dos talentos (Mateus 25:14 a 30)

Explique que os talentos naquela época eram dinheiro, mas para nós são”dons”, (presentes) que só Deus pode nos dar. O que fazer com os presentes que recebemos de Deus? Enterrá-los ou cultivá-los?

Abrir para discussão, avaliando se entenderam o sentido da parábola.

 

Jesus ensinou nessa parábola que, no plano moral,  no plano do espírito,  a desigualdade das aptidões (talentos) não têm nenhuma importância, e que o verdadeiro mérito está no uso que se faz delas.

Ele ressaltou o valor da liberdade de escolha, ou livre-arbítrio, o valor das ações do individuo, ao fazer compreender que só pode ter valor uma ação livre, voluntária.

Talentos como a força física, a inteligência, a coragem, a memória, a riqueza, etc., herdados no nascimento, não são por si só virtuosos, já que todos podem ser postos a serviço do melhor ou do pior, utilizados tanto para o bem quanto para o mal.

Ao trazer a idéia de que o valor do ser humano não depende de seus dons ou de seus talentos naturais, Jesus abriu à humanidade o caminho para o respeito à liberdade individual, e muitas morais modernas não cristãs e até mesmo anticristãs, a adotaram.

 

Falar sobre as virtudes cardeais e teologais.

 

Iluminar

Palavra de Deus: 1 Ts 5, 4-9– Leia e perceba o que a Palavra de Deus nos recomenda.

Agora reflita:

O que quer dizer ser do dia?

O que temos feito de nossa vida? Tenho levado uma vida virtuosa? De que maneira?

Qual a orientação que temos dado aos nossos passos?

De que forma estou procurando descobrir a vontade de Deus em minha vida?

O que é “santidade”?

 

Iniciar a técnica “Opção de Valores”. Esta dinâmica servirá para refletir sobre a escala de valores em nossa vida e para meditar sobre os valores morais diante das escolhas. Siga o procedimento abaixo:

Entregar uma cópia folha de questões e instruções. Pedir que os catequizandos respondam às questões propostas.

Formar pequenos grupos, para que conversem sobre as respostas.

Coletar as respostas e as conclusões dos grupos, questionando sobre o critério utilizado para a realização das escolhas. A partir desta conversa explicar sobre as virtudes, nem nomeá-las ou aprofundar o assunto.

 

Agir

Durante a semana, nos seus momentos de oração, medite sobre como você tem vivido as virtudes. Examine a sua vida e perceba qual é a virtude que mais tem faltado nas suas ações. Peça a graça para vivê-la com mais intensidade, fazendo um compromisso com Deus.

Celebrar

Animador: Com o Papa, pedimos insistentemente que o Pai continue enviando muitos e bons operários para trabalhar na sua grande messe que abrange os cinco continentes.

Lado A: Pai Santo, olha para esta nossa humanidade, que está dando os primeiros passos no caminho do terceiro milênio.

Lado B: A sua vida ainda é fortemente marcada pelo ódio, pela violência e pela opressão.

TODOS: Enviai, Senhor, operários à vossa messe, pois a messe é grande, mas poucos os operários.

Lado A: Mas a fome de justiça, de verdade e da graça ainda encontra espaço no coração de muitos que esperam a salvação realizada pelo Senhor Jesus.

Lado B: Por isso, precisamos de muitos arautos corajosos que anunciem o Evangelho e de servos generosos para esta humanidade sofredora.

TODOS: Enviai, Senhor, operários à vossa messe, pois a messe é grande, mas poucos os operários.

Lado A: Manda à tua Igreja, nós te suplicamos, presbíteros santos, que santifiquem o teu povo com os instrumentos da tua graça.

Lado B: Manda também numerosos consagrados e consagradas, que façam resplandecer a tua santidade no meio do mundo.

Lado A: Impelidos por teu Santo Espírito, os missionários levem a salvação do Senhor Jesus até os últimos confins da terra.

TODOS: Amém!

 

Oração da Madre Teresa de Calcutá

Mantenha seus olhos puros para que Jesus possa olhar através deles.

Mantenha sua língua pura para que Jesus possa falar por sua boca.

Mantenha suas mãos puras para que Jesus possa trabalhar com suas mãos.

Mantenha sua mente pura para que Jesus possa pensar seus pensa-mentos em sua mente.

Mantenha seu coração puro para que Jesus possa amar com seu coração.

Peça a Jesus para viver sua própria vida em você porque:

Ele é a Verdade da humildade.

Ele é a Luz da caridade.

Ele é a Vida da santidade.

 

 


QUEBRANDO A CUCA...

Somente existe liberdade se esta for orientada pelo projeto de Deus que guia a nossa vida para a realização humana. Livremente o ser humano se abre para a graça de Deus que, por sua vez, sustenta a vida orientada para o bem. O esforço da pessoa, sua perseverança e educação treinam-na para a vida moral, mas essa só é possível com o auxílio da graça divina. Tal treinamento que cria a hábito de fazer o bem pela ação da graça divina chama-se virtude: “A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer a bem” (CIC 1803). A palavra "virtude" relaciona-se com o termo “virtus”, do latim, que significa “força”.

A vida virtuosa depende também de uma consciência reta. Na consciência há uma lei inscrita: faça o bem e evite o mal. Contudo, nem sempre as pessoas descobrem essa lei no seu interior, sobretudo quando a voz interior é encoberta pelo hábito do pecado. Por isso, é necessário educar a consciência, a fim de que exista uma consciência reta, orientada para a prática das virtudes (cf. GS 16).

Existem dois grupos de virtudes: as virtudes humanas e as teologais. As virtudes humanas são adquiridas pelo esforço humano, auxiliados pela graça; as virtudes teologais estão em relação a Deus.

As virtudes humanas se agrupam em torno de quatro, chamadas cardeais: são chamadas de "dobradiças", pois todas as outras virtudes humanas se ligam a elas. “São elas: a PRUDÊNCIA, a JUSTIÇA, a FORTALEZA e a TEMPERANÇA” (CIC 1805):

 

a) A PRUDÊNCIA. É a capacidade de discernir sobre as circunstâncias da vida, levando-nos a tomar o melhor caminho, superando as dúvidas sobre como proceder de maneira correta, evitando-se a mal (CIC 1806).

 

b) A JUSTIÇA. Ser justo significa dar a cada um o que lhe é de direito. A justiça nos faz respeitar os direitos e promover a harmonia no relacionamento entre as pessoas (CIC 1807).

 

c) A FORTALEZA. Significa firmeza, constância, resistência nas tentações nas perseguições. É a atitude corajosa que enfrenta as adversidades para que a bem seja praticado (CIC 1808).

 

d) A TEMPERANÇA. É a virtude da moderação no uso dos bens criados. Pode ser traduzida por equilíbrio ou sobriedade. É o autocontrole diante dos - e das paixões que escravizam o ser humano (CIC 1809) .

 

As virtudes teologais fazem referência a Deus. “Dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade e tem a Deus Uno e Trino por origem, motivo e objeto" (CIC 1812). As atitudes morais da vida cristã estão fundamentadas nestas virtudes, sendo elas: fé, esperança e caridade.

 

a) FÉ. "É a certeza a respeito daquilo que não se vê" (Hb 11,1). Consiste em crer na revelação de Deus e no que a Igreja propõe como verdade. A profissão da fé conduz ao testemunho e ao anúncio da mesma (CIC1814).

 

b) ESPERANÇA. Significa não confiar em si mesmo, mas na graça de Deus e nas suas promessas. A esperança nos leva a desejar a felicidade da Vida Eterna no Reina que há de vir (CIC 1817).

 

c) CARIDADE. A caridade é o sinônimo do amor e consiste no novo mandamento de Jesus, pois nos convida a amar como Ele nos amou (cf. Jo 15,12). Doar-se no amor é o fundamento da vivência moral cristã, consistindo na maior de todas as virtudes: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas e a caridade.” (Cor 13,13). O amor é um sair de si, desejando-se o bem do outro sem querer nada em troca. É, portanto gratuito, refletindo a atitude de Deus que é todo gratuidade.

 

Resposta para a folha de Opção de Valores:

1. Justiça

2. Fortaleza, fé, esperança

3. Prudência, fortaleza, temperança

4. Temperança

5. Prudência, temperança

6. Fé

7. Justiça, prudência.


A PARÁBOLA DOS TALENTOS

 

"Portanto, não durmamos como os outros fazem, mas vamos ficar acordados, e sejamos sóbrios". Esta exortação de Paulo aos cristãos de Tessalônica, que ouvimos na liturgia deste 33º domingo do tempo comum, está em sintonia com a parábola dos talentos que Jesus conta no Evangelho. Ficar acordados significa estar conscientes, de forma produtiva e responsável. Significa tomar como responsabilidade a tarefa de multiplicar as energias vitais, para vencer qualquer tipo de “paralisia”, medo ou comodismo. É tornar a nossa vontade capaz de multiplicar os frutos da Providência divina, que de nós serão também cobrados. A exortação de Paulo é um apelo para uma vida de filhos da luz e do dia, e não da escuridão da noite. Essas expressões, muitas vezes, podem levar a uma interpretação, em que o dia é o bem, e a noite é o mal, o pecado. Mas o contexto, e especialmente os versículos que imediatamente vem a seguir, nos ajudam a entender que o convite de Paulo para os seus irmãos, não diz respeito, principalmente e apenas sobre a vida moral. Muito mais do que isso, é um apelo teológico para: fé, amor e capacidade de ter esperança. Trata-se de ter uma fé despertada para crescer juntamente com a caridade fecunda e uma esperança enraizada nos talentos que Deus nos deu para frutificar. Os talentos, portanto, seriam a fé, a esperança e a caridade. As Virtudes Teologais. É o material colocado em nossas mãos, de acordo com as nossas capacidades, para produzir e multiplicar.

A parábola dos talentos ensina-nos que as virtudes teologais não são, realmente, dons estáticos, algo que pode ser escondido sob a terra do medo, do desânimo ou da falta de responsabilidade: "Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence”. Eis o mau exemplo de operário.

Os talentos são um dom de Deus. Como na parábola, são dados para os servos do senhor, mas a parábola também afirma que os dons estão nas mãos dos servos. À responsabilidade deles foram confiados.

O dinamismo destes grandes presentes, portanto, depende de nossas próprias mãos, assim como as mãos da mulher da primeira leitura dos Provérbios, que recebe elogio: "Ela fia lã e linho, e com habilidade trabalham suas mãos”. Eis o bom exemplo de operário! Trabalhar com fé, esperança e caridade! Isto é, que esses talentos possam crescer em nossas mãos, e permitir que o dom dado a nós, em embrião, no dia do nosso batismo, possa criar raízes e tornar-se uma planta vigorosa.

Nosso trabalho é, portanto, manter viva em nós a fé, a esperança e o amor, porque são talentos confiados por Deus, às nossas mãos, para serem multiplicados.

Não é raro acontecer entre nós, nos momentos em que surgem as vicissitudes existenciais, que os sofrimentos e contradições que criam as frustrações, levem-nos a não ter mais confiança em nada, nem em ninguém. O olhar para o futuro é um olhar sem esperança. Temos medo. Alguns chegam a não acreditar mais no amor como o sentido de nossas vidas. 

Gosto da mulher sábia e fecunda dos Provérbios que nos desafia a colocar as mãos para trabalhar esses dons. Essa mulher não os deixou sufocados nem por egoísmo, nem por desespero e nem pelo ceticismo.

Ela nos convida a caminhar, a mover-nos na dinâmica da vida e a permanecermos abertos e confiantes; capazes de trabalhar o amor entre nós. É verdadeira forma de trabalhar os talentos que Deus nos deu.

A fé, esperança e caridade são talentos dados a nós, porque são o caminho para uma comunhão de vida com Deus, assim como Jesus conclui nos dois primeiros diálogos com os servos que foram capazes de fazer a sua história, fazendo bom uso de seus talentos: "Servo bom e fiel, vem participar da minha alegria"!

Participar no que é o próprio mestre, no que é a sua alegria, sua vida interior. A fé, a caridade, assim como a esperança, são o nome da ligação entre o homem e Deus. É por isso que eles são um presente, tanto em relação à sua origem, que é o amor de Deus, tanto em relação à forma como os recebemos. É preciso estar acordados, sempre! Só assim participaremos da alegria do próprio Senhor.

Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.