Advento- devo anunciar o Cristo que vem

 

 

Objetivos

Falar do Advento e da necessidade de anunciar o Cristo que vem.

Preparação para o encontro

Bíblias;

Material para confecção da Coroa do Advento.

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

 Escrever no quadro: "Marana tha"! Vem Senhor Jesus! 

Ver

Ler Is 40,3 e Mc 1, 2-3.

A profecia de Isaías se realiza na pessoa de João Batista, aquele que veio preparar os caminhos do Senhor. João nos estimula a viver a espera do Natal de modo ativo e eficaz.

Todos nós somos chamados a ter diante dos olhos uma figura exemplo de anúncio da vinda do Senhor, o qual encarnando e vivenciando com afinco sua missão de anunciar o Messias, constituiu-se como o “precursor”: João Batista.

A vigilância na fé, na oração e na penitência faz de João Batista um significativo exemplo desta preparação da vinda do Senhor a que os jovens são chamados tanto a aderir quanto a realizar. Assim como João Batista, cada um de nós é chamado a pregar no mundo de hoje a conversão, que se inicia de dentro para fora, tratando-se de uma adesão pessoal e verdadeira à pessoa de Cristo, que nos convida a tomar parte na sua amizade que liberta e que nos realiza verdadeiramente. Entretanto, essa verdadeira alegria se traduz na mudança de vida, de costumes, de práticas.

 

- A preparação dos caminhos do Senhor se converte, para o cristão, em compromisso urgente na construção de um mundo melhor.

 Hoje, com pesar, vemos situações e realidades que nos afastam do que somos em essência, ou seja, criados “à imagem de semelhança de Deus”, e ofuscando assim a nossa relação com o Senhor. Uma ilustração bastante significativa desse apelo à conversão é a cor “roxa” com a qual a liturgia se reveste neste tempo litúrgico. Ela nos evoca que necessitamos de uma conversão do coração, das práticas; necessitamos “arrependermo-nos e crer no Evangelho”. Advento é tempo de esperança!

Iluminar

O Advento faz desejar ardentemente o retorno de Cristo, único capaz de transformar as estruturas injustas de ódio e discórdia num convívio de irmãos. Enquanto desejamos que o Senhor venha, tememos que o mundo não esteja preparado para recebê-lo.

 

O “JÁ” E O “AINDA NÃO”

A vinda de Cristo e sua presença entre nós já é um fato. Ele continua presente na Igreja e no mundo, prolongando-se até o final dos tempos. Mas, se Cristo está presente, que sentido tem esperar sua vinda?

A liturgia celebra o mistério de Cristo, ao mesmo tempo presente e ausente; posse e herança; graça e promessa. Portanto, o Advento se situa entre o “já” e o “ainda não” da salvação de Cristo.

Na verdade, Ele está presente entre nós; sua presença, porém, não é ainda total, definitiva. Bilhões de pessoas ainda não ouviram a mensagem do Evangelho, não reconheceram Cristo, não pertencem à sua Igreja.

Constatamos também que o mundo ainda não foi ainda inteiramente reconciliado com o Pai e muito falta para que a Boa Nova atinja e transforme todas as esferas do mundo e da história. É preciso, portanto, continuar anunciando a vinda do Senhor e implorar: “Venha a nós o vosso Reino”!

 

Falar sobre a Espiritualidade do advento

 

DINÂMICA

1) Usar frases do tempo do Advento para fazer uma reflexão e construir algumas práticas e propostas.

A) “Levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima”(Lc 21, 28).

• Diante de que precisamos erguer a cabeça?
• De que maneira podemos criar coragem e erguer a cabeça diante de situações onde a vida é ameaçada?

B) “Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis” (Lc 21, 34).

• Quando e como o nosso coração é insensível?
• Qual o remédio para torná-lo sensível?

C) “Cresça o amor entre vocês” (1Ts 3, 12).

• É o amor a atitude fundamental em nossa vida? Por que sim? Por que não?
• Que práticas podemos sugerir para vivenciar o amor preparando-nos para o Natal?

D) “Foi nesse tempo que Deus enviou a sua Palavra a João” (Lc 3, 2).

• Como é que Deus está falando, hoje?
• Com quem Ele pode estar falando?
• Aonde ele está falando? Em que fatos?
• Eu o escuto falando na minha vida? Como?

E) “Esta é a voz daquele que grita no deserto; preparem os caminhos do Senhor” (Lc 3, 4).

• Quais são, hoje, os grandes desertos, onde predomina a surdez, a indiferença, a acomodação diante do valor da vida e da fé?
• Que sinais poderíamos criar para fazer o deserto florir?

F) “Deus está no meio do povo e vem para renovar o seu amor. Não tenha medo e nem se acovarde, pois, Ele é o libertador” (Sf 3, 16-17).

• É tempo de preparar a festa, porque ele vem. Que tipo de festa Deus quer?
• Como preparar bem esta festa?

G) “Maria partiu às pressas dirigindo-se a uma cidade da Judéia, entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 39-40).

• Maria e Isabel se encontram e partilham os mesmos sonhos e a mesma missão.
• Como são nossos encontros entre amigos, familiares? Eles criam um relacionamento fraterno, de respeito, de igualdade, amizade, ajuda, compreensão...? Como?
• Com quem precisamos nos encontrar para uma verdadeira reconciliação? Que propôs tas temos?

As respostas podem ser criativas:

• Em forma de Rapp, ou música popular.
• Desenhos animados ou em quadrinhos.
• Colagem de figuras.
• Trabalho em argila, ou massa.
• Palavras em faixas.
• Uso de fantoches.
• Uso de símbolos desenhados ou reais.
• Mensagens escritas em forma de cartões.

 

Para refletir

1. Por que Advento é compromisso?

2. Advento é esperança. Quais são as minhas, as nossas esperanças?

3. Como concretizá-las?

4. Como estamos vivendo comunitariamente o Advento?

 

Agir

Confeccionar uma coroa do Advento.

Celebrar

Advento é convite para preparar bem a grande festa do aniversariante: Jesus Cristo. Nesta festa há lugar para os que forem capazes de construir relações igualitárias, onde ninguém ficará à margem, mas todos serão convidados a entrar na ciranda e cantar, dançar, pular, porque a salvação do nosso Deus chega a toda a humanidade e se torna vida na acolhida fraterna entre irmãos e irmãs.

 

Oração final: Ave Maria.


TEMPO DE PREPARAÇÃO PARA O NATAL

 

Introdução

Advento é uma palavra latina que significa aproximar-se, vir chegando aos poucos. Durante as quatro semanas do advento preparamo-nos para o Natal. No advento ouvimos as vozes sempre atuais dos profetas bíblicos, anunciando a vinda do Messias.

Também ouvimos a voz de João Batista e do próprio Jesus anunciando a proximidade do Reino de Deus.Este tempo litúrgico, próprio do Ocidente, foi instituído para que os fiéis se preparassem para a celebração do Natal. Mas, em pouco tempo, adquiriu também um significado escatológico. De fato, recorda a dupla vinda do Senhor, isto é, a vinda entre os homens e a vinda no final dos tempos. Com isso, o advento apresenta-se como um tempo de alegre expectativa, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de atenção e vigilância, durante o qual nos preparamos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita para a chegada de seu noivo, seu amado.

1. Origem do advento

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV, na Gália (atual França) e na Espanha, este período tinha caráter ascético, com jejum e abstinência durante seis semanas. Este caráter ascético era também uma fase da preparação dos catecúmenos para o batismo. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor. No Concílio Vaticano II, após a reforma litúrgica, o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas.

2. Teologia do advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e insere-nos no caráter missionário da vinda de Cristo. Jesus encarna-se de fato e torna-se presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15). O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação, cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O caráter missionário do Advento manifesta-se na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando as pessoas ao encontro de Cristo. Não se pode esquecer que toda a Humanidade e a Criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

3. Espiritualidade do advento

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá! Desta certeza resulta a alegre expectativa da renovação da vida, pois a fé cristã acredita que aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não estamos diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo, mas que só se consumará definitivamente na Parousia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus! O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (1Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições. O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" em nossas próprias vidas, lutando contra o pecado através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

4. As figuras do advento

ISAÍAS. É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, nos capítulos 40-55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo, e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim os exilados. As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos. 

JOÃO BATISTA. É o último dos profetas e, segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (Lc 7,26-28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1,76s). A figura de João Batista encarna o espírito do Advento. É o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a ser também profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmos, levando por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

MARIA. Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-nos a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus quis o sim de Maria, Ele também espera o nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, nós precisamos preparar-nos para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo.

5. A Celebração do advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o “Glória”, para que na festa do Natal nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus. As vestes litúrgicas devem ser de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, sinal de conversão em preparação para a festa do Natal. A exceção está no terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo. Isso para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e numa referência à segunda leitura que diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto” (Fl 4, 4). Vários símbolos do Advento ajudam-nos a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. A coroa pode ser pendurada no presbitério, colocada no canto do altar, ou em qualquer outro lugar visível. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo, sem começo e sem fim, simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha, que enfeita a coroa, representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. Um pequeno rito para acender as velas pode ser colocado no início da celebração eucarística, no início da liturgia da palavra ou em qualquer outro momento, desde que se harmonize com a celebração. Em qualquer caso, deve ser um momento que celebra o caminho de espera do Senhor. O acender das velas deve ser acompanhado de uma oração própria e de um canto, o mesmo para os quatro domingos. No primeiro domingo deste tempo litúrgico, acende-se a primeira vela, que simboliza o perdão a Adão e Eva. No segundo domingo, a segunda vela acesa representa a fé dos patriarcas. Eles creram no dom da terra prometida. A terceira vela simboliza a alegria do rei David, que celebrou a aliança e sua continuidade. A última vela acesa no último domingo, ou seja, o que antecede o Natal, representa o ensinamento dos profetas que anunciaram um reino de paz e de justiça.

6. Coroa do advento

A origem da coroa do Advento remete-nos aos povos da Alemanha, que durante a escuridão do inverno faziam a união de luzes ao redor das folhas verdes, na expectativa da primavera que renovaria a natureza. A origem deste costume é pagã. Os cristão assimilaram estas tradições, marcando a espera do natal (nascimento de Jesus, luz do mundo) com a confecção de uma coroa luminosa, nos mesmos moldes das antigas tradições germânicas. Entre as famílias protestantes, a coroa é originalmente feita com galhos de pinheiro, enfeitada com fitas vermelhas. As velas eram roxas ou púrpuras, a cor da realeza. A quarta vela era rosa e expressava alegria. A vela do meio, incluída somente na noite do Natal, era branca e simbolizava o Cristo. Em casa, cada família colocará a Coroa do Advento num lugar apropriado, num lugar de encontro da família.

7. Conclusão

O tempo do Advento marca o início de um novo ano litúrgico. Tudo se renova para a fé cristã, e a alegria da aproximação do Cristo irrompe entre nós e invade nossas lares. È preciso fazer do Advento um tempo forte de oração e discernimento, tempo de balanço de vida e correção dos erros passados. Advento é tempo de clamar, com voz alta, mas suave: Vem Senhor Jesus!

Fonte: https://www.saoluis.org.br/editorial/materialAntigo/textosEditorial/advento.htm