QUARESMA

2º Encontro –  Quaresma

 

 

Objetivos

Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período.

Preparação para

o encontro

Num material à tua escolha, recorta a forma de um fruto, sementes de girassol ou outra a escolha.

Bíblias.

Acolhida

A Quaresma é o tempo em que nos renovamos. O tempo em que olhamos para nós próprios, buscamos o que há de pior em nós e tentamos melhorá-lo. É o tempo em que, privilegiadamente, tentamos aproximar-nos mais da perfeição e do legado que Jesus nos deixou.

Este é o tempo em que cada um de nós faz uma caminhada: em direção a Cristo, em direção à Páscoa, em direção à Salvação, em direção à Perfeição.

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Explicação sobre a quaresma

O que quer dizer Quaresma?

A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na manhã da quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.

Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Iluminar

Leituras: Gn 9, 8-15

1 Pd 3, 18-22

Mc 1, 12-15

Quando compramos as sementes de uma planta, fazemos de acordo com a planta, a flor, os frutos que queremos ter. Por isso, antes de pensar na tua semente, pensa: que fruto quero dar? Lembra-te que dar fruto, aqui, significa ser e dar aos outros o fruto que escolheres.

Pedir para que desenhem uma árvore com com todas as parte: raiz, tronco galhos folhas...

Distribuir para cada um os desenhos de frutos e pedir para que escrevam nele os frutos que querem produzir a partir desta quaresma.

 

REFLETIR:

“BANCA DE DEUS”

Uma mulher entrou num mercado e viu, para surpresa sua, que Deus também tinha uma banca.

- Que vendes aqui? – perguntou.

- Tudo o que o coração quiser. – respondeu Deus.

Quase não acreditando no que estava a ouvir, a mulher foi pedindo:

- Desejo paz de espírito, amor, felicidade, sabedoria... não só para mim, mas para toda a gente.

Deus sorriu e disse:

- Penso que não me compreendeste bem: aqui não se vendem frutos, mas só sementes.

 

Depois de ter escolhido o fruto que quer ser, pensa na semente de que você precisa. Ou seja, pensa no que é preciso de ter (comportamento, característica) para poder dar o fruto que escolheste. Por exemplo, se o fruto for a paciência, a semente poderá ser a escuta; ou se for a alegria, a semente poderá ser o sorriso.

Entregar uma semente para cada elemento do grupo, ou algo que simbolize uma semente. Deverá ser algo pequeno, que caiba no porta-moedas, mas não tão pequeno que se perca com facilidade.

Esta semente deverá andar sempre contigo. Lembra-te que somos sempre na medida em que sabemos desenvolver os talentos (ou sementes) que nos deram.

 

Depois de plantarmos uma semente em boa terra e de a regarmos, ela começa a desenvolver-se e nasce uma raiz. A raiz é algo de importante numa árvore: é através da raiz que a árvore se alimenta e é também a raiz que sustenta a árvore – uma raiz muito pequena, nunca poderá dar uma grande árvore!

Quais são as tuas raízes? Em quê ou quem é que te apoias quando as coisas se tornam difíceis? Do quê ou de quem é que precisas para dar os teus frutos?

Em forma de raiz, escreve as tuas raízes em papel de cenário (ou no material em que decidires fazer a tua árvore).

 

Depois de ganhar raízes, as árvores começam a crescer, e surge o tronco. O tronco diz-nos muito acerca da “resistência” de uma árvore: um tronco largo aguenta melhor as tempestades, chuvas e qualquer agressão externa que um tronco estreito.

E a ti, o que é que te dá força e segurança?

Escreve-os no tronco da tua árvore.

 

Os ramos de uma árvore são a sua possibilidade de chegar mais longe, mais alto, de tocar até o Céu, quem sabe? São a sua extensão para poder chegar aos outros, tocar outras árvores.

E tu? Como podes chegar mais longe? Até Deus, até aos outros?

Até onde queres chegar?

Escreve isso nos teus ramos!

 

As folhas são algo de efémero numa árvore. Quando chega o Outono, secam, mudam de cor e caem, para que na Primavera seguinte outras possam nascer.

Quais são as folhas que em ti precisam de cair e dar lugar a outras melhores?

Depois de cada um partilhar o que são as suas “folhas”, o animador dá uma folha de árvore a cada elemento, e cada jovem solta a folha e deixa-a voar.

 

No fim da caminhada, não deixes o teu fruto perdido.

Coloca-o em lugar de destaque, de forma que te recordes sempre o que escolheste ser.

E não te esqueças de frutificar!

 

Nota: Qual o sentido da árvore? Quando está toda desenvolvida, a árvore dá fruto. O fruto simboliza o fim do crescimento. E que sentido terá a Quaresma se não nos ajudar a preparar e a crescer para podermos frutificar?

Agir

Buscar sempre uma vida frutuosa.

Celebrar

Oração: Pai Nosso

 

 


 

Por que a Quaresma?

 

Desde os primórdios do Cristianismo a “Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, afim de obter a conversão. Ela nos faz lembrar as palavras do Mestre divino: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3).

 Esses quarenta dias que precedem a Semana Santa, são colocados pela Igreja para que cada um de nós se prepare para a maior de todas as Solenidades litúrgicas do ano, a Páscoa, a grande celebração da Ressurreição de Jesus, a vitória Dele e nossa sobre o Mal, sobre o pecado, sobre a morte e sobre o inferno.

 A celebração litúrgica não é mera lembrança do passado, algo que aconteceu com Jesus e passou, não. Jesus esta´ presente na Liturgia. O Catecismo diz que: “Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.” (§1069). Isto é, pela Liturgia da Igreja Ele continua a nos salvar, especialmente pelos Sacramentos, e faz tornar presente a nossa redenção.

 Mas, para que o cristão possa se beneficiar dessa celebração precisa estar preparado, com a alma purificada e o coração sedento de Deus. A Igreja recomenda sobretudo que vivamos aquilo que ela chama de “remédios contra o pecado” (jejum, esmola e oração), que Jesus recomendou no Sermão da Montanha (Mt 6, 1-8) e que a Igreja nos coloca diante dos olhos logo na Quarta-feira de Cinzas, na abertura da Quaresma.

 A meta da Quaresma é a expiação dos pecados; pois eles são a lepra da alma. Não existe nada pior do que o pecado para o homem, a Igreja e o mundo.

 Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm com objetivo de livrar-nos do pecado.  O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas, especialmente aquelas que se referem ao corpo (gula, luxúria, preguiça), não dominem a nossa vida e a nossa conduta. A esmola socorre o pobre necessitado e produz em nós o desapego e o despojamento dos bens terrenos; isto nos ajuda a vencer a ganância e o apego ao dinheiro. A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus recomendou na noite de sua agonia: “Vigiai e orai, o espírito é forte mas a carne é fraca”.

A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).

 “A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados”(Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” ( Eclo 29,15).

Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi a se vos dará” (Mt 7,7) . E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17).

Quaresma é pois  tempo de rompimento total com o pecado. Alguns pensam que não têm pecado, se julgam irrepreensíveis, como aquele fariseu da parábola que desprezava o pobre publicano (Lc 18,10 ss); mas na verdade, muitas vezes não percebem os próprios pecados por causa de uma consciência mal formada que acaba encobrindo-os. Para não cairmos neste erro temos de comparar a nossa vida com aqueles que foram os modelos de santidade: Cristo e os Santos.

Assim podemos nos preparar para o Banquete pascal glorioso do dia 23 de março próximo, encontrando-se com o Senhor ressuscitado e glorioso com a alma renovada no seu amor.

No Brasil, a CNBB incorporou `a Quaresma a Campanha da Fraternidade, para aproveitar esse tempo forte de espiritualidade para o exercício da caridade e também da cidadania. Neste ano o tema é “Escolhe pois a vida”; a luta contra todo desrespeito `a vida humana, sobretudo o aborto, eutanásia, inseminação artificial, manipulação de embriões, uso da “camisinha”, da pílula abortiva do dia seguinte, etc.

 É uma grande oportunidade que Deus nos dá para lutarmos especialmente contra o aborto que ronda e ameaça ser legalizado em toda a América Latina. Nenhum católico pode se calar neste momento. O silêncio dos bons não pode permitir que a audácia dos maus sobressaia e implante o terrível crime em nosso país. O chão sagrado desta Terra de Santa Cruz, não pode ser manchado com o sangue inocente de tanta criança assassinada no ventre das mães. Nem as cobras fazem isso.

 

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

 

 

Saiba Mais

 

Qual o significado destes 40 dias?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

 

O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?

A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.

 

Ainda é costume jejuar durante este tempo?

Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus.

Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.

Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.

O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e revertê-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.