Exaltação da Santa Cruz

 

 

Objetivos

Falar da Festa da Exaltação da Santa Cruz.

Explicar porque, para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; Folhas de papel sulfite.

 

Acolhida

Oração inicial: Pelo sinal da santa cruz; livrai-nos Deus Nosso Senhor; dos nossos inimigos. 

 

Senhor Jesus por Tuas chagas fomos curados!
Por Tua cruz fomos libertados!
Jesus que em seu próprio corpo levou nossos pecados ao madeiro a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por Tuas chagas fomos curados. (1Pe 2,24)
Ó Jesus, em cujos ombros foram abertas feridas por causa do peso da cruz, feridas causadas pelo madeiro e pelos nossos pecados,

Se a cruz pesar seja nosso Cirineu,
Se a cruz pesar e eu cair, ajuda-me a levantar,
Que a Tua cruz seja a minha salvação.

 

Ver

A Cruz

Certa vez, um homem cheio de fé cristã fez um pedido e prometeu que carregaria uma cruz sobre os ombros, até a cidade mais próxima, para que o  pedido fosse atendido. 
Pois bem, nosso personagem fez sua cruz e iniciou sua jornada.
Aproximadamente na metade de seu trajeto, em um pequeno vilarejo, ele já sem forças e com os ombros quase sangrando, avistou uma pequena fábrica de cruzes e perguntou ao proprietário: 
- "O senhor trabalha com troca? " 
O fabricante sem pensar: 
- "Sim, trabalho." 
O cristão: 
- "Então vou 'experimentar' algumas pois já não estou agüentando o peso da  minha..." 
Passado um bom tempo "experimentando" cruzes e mais cruzes ( pois uma era muito grande, outra muito pesada, outra muito pequena... ), o cristão grita: 
- "Achei ! Finalmente encontrei uma cruz na medida certa !!! Quanto lhe devo meu nobre amigo ??? 
O fabricante com um pequeno sorriso, suavemente responde: 
- "Você não me deve nada meu amigo...", já sendo interrompido pelo cristão, ainda eufórico: 
- "Como não devo, o senhor teve trabalho e tenho que remunerá-lo por isso !!!" 
O fabricante ainda com o sorriso em seu rosto: 
- "Amigo, cada um tem a sua cruz a ser carregada e Deus sabe bem o peso que cada uma deve ter." 
O cristão: 
- "Não estou lhe entendendo..." 
O fabricante: 
- "É simples: quando você começou a experimentar as cruzes, você deixou de lado a sua e no meio a bagunça feita em meu estabelecimento, você optou por esta cruz que é simplesmente a mesma que entrou apoiada em seus ombros..."

 

Iluminar

Ler João 3, 13-17

A cruz não é a exaltação do sofrimento, da fraqueza. É a exaltação do que pode converter o sofrimento e a fraqueza em capacidade de amar. É o amor que vive até a morte.

Nós, homens, temos uma visão distorcida da redenção que gera muitas dificuldades para a nossa fé. Imaginamos uma espécie de ajuste: Jesus mediador entre Deus e o homem, paga ao Pai o preço dos nossos pecados, que é o seu sangue, e o Pai, “satisfeito”, perdoa aos homens as suas culpas. Mas esta visão é demasiado humana, inexata, ou pelo menos parcial. Para nós, mesmo humanamente falando, é intolerável: um pai que precisa do sangue do filho para ser aplacado (acalmado, abrandado). Bem outra é a verdade: o sofrimento do Filho tem a antecedência (é espontâneo e livre) e é algo tão precioso aos olhos do Pai que este lhe responde, da sua parte, outorgando ao Filho o maior dom que podia: doa-lhe uma multidão de irmãos, constitui-os “primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8,29). “Pede-me – diz-lhe – e eu te darei por herança os povos e por domínio os confins da terra” (Sl 2,8). Desta forma, não é tanto o Filho que paga uma dívida ao Pai, quanto o Pai que salda uma dívida com o Filho, por lhe ter restituído “todos os filhos que estavam dispersos” (Jo 11,52). E paga-o divinamente, em grau infinito, pois ninguém de nós pode, sequer de longe, imaginar a glória e alegria que o Pai concedeu ao Cristo ressuscitado.

“E Jesus, dando um grande grito, expirou”. O grito de Jesus na Cruz é um grito de parto. Naquele momento nascia um mundo novo. Era destruído o grande “diafragma” (“que separa; que divide”) do pecado e a reconciliação se operava. Foi portanto, um grito de sofrimento e simultaneamente de amor. Nascemos naquele grito. O grito de Jesus na Cruz é o grito de alguém que morre dando à luz uma vida.

 

Fazer a Dinâmica celebrativa - A cruz de Cristo.

 

Perceba que a CRUZ tem duas dimensões: uma vertical e outra horizontal. A dimensão vertical nos leva a olhar para o alto, para Deus e a colocá-lo em PRIMEIRO LUGAR em nossa vida.  A dimensão horizontal nos faz olhar para os lados, para os irmãos, para o próximo. Esses olhares para o alto e para os lados, para Deus e para os irmãos completa a nossa vivência cristã inspirados e iluminados pela Cruz de Jesus, numa atitude de ouvir a Deus e perceber o clamor e as necessidades dos irmãos. É a vitória do amor, a vitória de Jesus, o Cristo, de Jesus, nosso Salvador!

 

Agir

O Beato Papa João Paulo II confiou aos jovens a Cruz de Cristo e disse: “ Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”.

A cruz para muitos é sinal de loucura, para nós é sinal de salvação, é sinal do esplendor, da vida e da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado.

Que possamos dar uma resposta generosa ao chamado de Deus em nossa vida e testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo.

 

Celebrar

Ó Santa Cruz bendita onde a humanidade foi redimida e o Filho do homem teve suas mãos transpassadas e o seu peito aberto de onde jorrou água e sangue.
Ó Santa Cruz, instrumento de morte e de castigo, mas que pelo Sangue Redentor tornou-se sinal de nossa salvação.
Jesus na Tua cruz eu coloco a minha cruz.
(Coloque sua intenção)
Salve, ó cruz, doce esperança, concede aos réus remissão;
dá-nos o fruto da graça, que floresceu na Paixão.
Louvor a vós, ó Trindade, fonte de todo perdão
aos que na Cruz foram salvos, dai a celeste mansão.

Jesus dai-nos a graça de viver os frutos da Tua redenção. (3x)

Amém.

 

 


 

Exaltação da Santa Cruz

Por: Pe. Candido Ap. Mariano- Pároco da Paróquia Santa Cruz e São Dimas - Piracicaba Sp

 

A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)
No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)
Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!” 
A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.

 

Nenhum exemplo de virtude deixa de estar presente na cruz

 

A Paixão de Cristo foi útil porque ela nos serviu de exemplo. Como disse S.Agostinho: “A Paixão de Cristo é suficiente para ser o modelo de toda a nossa vida.” Quem quer que queira ser perfeito na vida, nada mais é necessário fazer senão desprezar o que Cristo desprezou na cruz, e desejar o que nela Ela desejou.

Se nela buscas um exemplo de caridade, - “ninguém tem maior caridade do que aquele que dá sua vida pelos amigos”. (Jo 15,13). Ora, foi o que Cristo fez na cruz. Por isso, já que Cristo entregou a sua vida por nós, não nos deve ser pesado suportar toda espécie de males por amor a Ele.

“O que retribuirei ao Senhor, por todas as coisas que ele me deu?” (Sl 116 (114-115),12).

Se procurar na cruz um exemplo de paciência, nela encontrarás uma imensa paciência. A paciência manifesta-se extraordinária de dois modos: ou quando alguém suporta grandes males pacientemente, ou quando suporta aquilo que poderia ser evitado e não quis evitar. Cristo na cruz suportou grandes sofrimentos. Ver 1 Pd 2,23. Cristo na Cruz suportou também os males que poderia ter evitado, mas não os evitou (Mt 26,53). Realmente, a paciência de Cristo na cruz foi imensa.

Se desejares ver na cruz um exemplo de humildade, basta-te olhar para o crucifico. Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer. “Humilhou-se e foi obediente até à morte”. (Fl 2,8).

Se queres na cruz um exemplo de obediência, seque Aquele que se fez obediente ao Pai, até à morte: Rm 5,19.

Se na cruz estás procurando um exemplo de desprezo das coisas terrenas, seque Aquele que é o Rei e o Senhor dos Senhores, no qual estão os tesouros da sabedoria, mas que na cruz aparece nu, ridicularizado, escarrado, flagelado, coroado de espinhos, na sede saciado com fel e vinagre, e morto. Não de deves apegar às vestes e às riquezas, “porque dividiram entre si as minhas vestes” (Sl 22(21),19). Comentando Hb 12,2, S.Agostinho nos diz: “O homem Cristo Jesus, desprezou todos os bens terrenos, para mostrar que devem ser desprezados”.