Semana Santa

 

 

Objetivos

JESUS nos resgatou do pecado e morte eterna a preço de Sangue; levar o catequizando a uma atitude de gratidão e conversão.

Preparação para

o encontro

Cópias das folhas de mensagem.

Crucifixo, vela, fósforo e um copo.

Balas ou bombons.

Acolhida

Relembrar o encontro anterior.

Colocar no meio da sala um crucifixo grande.

Em cima da cruz colocar a frase da Paixão de JESUS: “Ele se entregou por nós”.

Receber os catequizandos com a música: Um Certo Galileu ou Ninguém te ama como Eu  (ou outra a escolha).

Oração inicial: Creio

Ver

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho. A Semana Santa tem seu ponto culminante no Domingo de Páscoa (ressurreição de Jesus), passando pela Quinta-feira Santa (Santa Ceia), Sexta-feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão( paixão e morte de Jesus Cristo) e Sábado de Aleluia. 

Explicar sobre o significado de cada dia da Semana Santa.

Mostrar a cruz e falar do grande amor de Jesus por nós. Ler o poema “A cruz de Cristo”.

Os Evangelhos da Paixão, da morte e da ressurreição de Jesus são os textos mais antigos e mais sagrados da Igreja. Todos os anos a Igreja celebra na "Semana Santa" os últimos dias de Jesus em Jerusalém.

Os evangelistas atestam o acontecimento. Testemunham que tudo isto faz parte do plano de Deus para a redenção: Jesus foi entregue aos homens permanecendo, apesar disso, nas mãos de Deus. Sofre e morre para nos salvar. Com a sua morte é uma nova vida que começa. O amor de Deus por nós, homens, manifesta-se na Paixão e morte de Cristo: Mistério da fé.

Os mensageiros de Cristo dão testemunho de que:

- Ele é nosso Mediador: entregou-Se a Si mesmo em resgate por nós (1Tm 2,6).

- Ele é o Cordeiro de Deus: tira o pecado do mundo (Jo 1,29).

-Ele é o Filho de Deus: pela sua morte reconciliou-nos com Deus (Rm 5,10).

-Ele é o servo de Deus: para todos os que Lhe obedecem, tornou-Se fonte de salvação eterna (Hb 5,9).

-Ele é o Redentor: Deus anulou o documento da nossa dívida, fê-lo desaparecer pregando-o na cruz (Cl 2,14).

-Ele é o Salvador: pelas suas chagas fomos curados (1 Pd 2,24).

Julgar

Dinâmica: A vela e o copo

Participantes: Indefinido.

Tempo Estimado: 10 minutos.

Material: Uma vela, fósforos e um copo de vidro transparente.

Descrição: Colocar uma vela sobre a mesa e acende-la cuidadosamente. Deixar que se queime por alguns segundos.

Em seguida, pegar um como transparente e, cuidadosamente e lentamente, colocar sobre a vela. Aos poucos, ela se apagará.

Deixá-la assim e pedir que as pessoas falem o que sentiram ou observaram, quando viram a experiência.

 

Qual é a luz que não se apaga? (Não responder, ler o texto primeiro)

 

Texto: Como nasceu o domingo? ( fragmento do texto do Frei José Ariovaldo da Silva)

 

Tudo aconteceu no "primeiro dia da semana" (Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1.13; Jo 20,1.19)! Naquele tempo, entre os judeus, a semana começava com o dia seguinte após o sábado. Jesus morreu no sexto dia (para nós hoje: sexta-feira) e passou o sábado (sétimo e último dia) na sepultura... E foi precisamente a partir do seguinte, o “primeiro dia da semana”, que os discípulos e discípulas sentiram que tudo se renovou... A partir deste dia a Vida foi sentida como mais forte do que a morte.

    Por isso, por ser o “primeiro dia da semana”, este dia passou a ter para os cristãos um sentido simbólico especialmente profundo. Primeiro, porque ele nos lembra o início da criação do mundo. A saber, foi nesse "primeiro dia" que Deus deu início à criação. E fazendo o que? Criando o sol (cf. Gn 1,3-5)! Agora, com o despontar do novo Sol na pessoa do Ressuscitado, esse mesmo dia (o "primeiro da semana"), passou a ser o dia da Nova Criação, o dia do começo da Nova Vida para Jesus e sua Comunidade.

    O "primeiro dia da semana" se tornou, para os cristãos, o dia memorável, inesquecível. O dia mais importante da semana! Precisamente por causa da impressionante vitória da Ressurreição. Tanto que até deram um nome a este dia. Passaram a chamá-lo de dia do Senhor (cf. Ap 1,10). Em latim: dies dominica, de onde vem a palavra “domingo”: Assim surgiu o “domingo”, que significa exatamente isso: "dia do Senhor".

    Neste dia, passando da morte para a vida, Cristo se tornou "o Senhor dos vivos e dos mortos" (Rm 14,9). Ninguém mais domina sobre Ele. Ele é o Senhor... (cf. Fl 2,9-11). Por isso que o primeiro dia da semana agora é d'Ele, do Senhor, é Domingo. Mais que isso, podemos até dizer que Domingo é Ele mesmo. Pois, como vencedor das trevas do pecado e da morte, Ele agora é o Dia que não tem fim, o Primeiro Dia, o Senhor dos dias... O primeiro dia da semana agora é do Senhor, é Domingo, porque, neste dia, Cristo vem como o Senhor dos dias, o Primeiro, a Luz que nunca mais se apaga, o Sol que não conhece ocaso.

 

Perguntas para a reflexão em grupo:

1) Em sua vida, existe algum dia que para você se tornou especial, inesquecível, memorável? Por que? Em que dia da semana foi?

2)  Por que será que o primeiro dia, de repente, se tornou o dia mais importante da semana para os discípulos e discípulas de Jesus? O que foi que aconteceu mesmo com eles(as) e com a gente, para que este dia se tornasse tão especial?

3) No texto que você acabou de ouvir, o que foi novidade para você?

4) Pode dizer o que significa a palavra "domingo"? E por que os cristãos deram esse nome ao primeiro dia da semana?

 

Falar sobre a ressurreição de Jesus, a Páscoa Cristã. (Mt 28, 1-10)

Há  um duplo aspecto no mistério pascal: por sua morte nos liberta do pecado, por sua Ressurreição nos abre o acesso a uma nova vida. Consiste na vitória sobre a morte e o pecado e na nova participação na graça. 

 

1) Qual o significado da palavra “Páscoa”? Qual o sentido que ela tinha para os hebreus?

A palavra PÁSCOA, que chegou até nós pelo latim, pascha, na verdade vem do hebraico, pessach, que quer dizer trânsito, passagem.

2) Qual o significado da Páscoa para o Cristão? A Páscoa cristã é a celebração do sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Mas, simbolicamente, também é uma festa de libertação.

3) Para que Jesus morreu na Cruz?

4) Como devemos nos preparar e celebrar a Páscoa?

Agir

 Refletir: A nossa ressurreição vai acontecer a partir do momento que assumirmos JESUS na nossa vida. Quando amarmos verdadeiramente o próximo e assim removermos todas as pedras que atrapalham (comodismo, omissão, falta de  perdão).

Celebrar

Avisos: Horários e locais das celebrações da Semana Santa e Páscoa.

Oração final

Sinal-da-Cruz

Abraço da paz e distribuição de balas (ou bombons).

 


 

Padre Joãozinho explica a Liturgia da Semana Santa

 

Em que consiste a Semana Santa?
Padre Joãozinho - Inicialmente, devemos atentar que, na verdade, não é uma semana que é santa, mas é uma semana de santificação, em que devemos ficar mais santos. Assim, a dita Semana Santa parte da Vigília Pascal e daquela ceia celebrada por Jesus antes de sua morte e Ressurreição. Para os judeus, a Páscoa se tornou uma festa anual. Já para os cristãos, estava muito bem definido, inicialmente, se deveria ser anual, mas acabou se tornando semanal. No Ocidente católico, ela se torna diária, porque a Ressurreição é permanente. Assim, a Semana Santa, a Quaresma e todo ano litúrgico nascem desse embrião, que é o fato marcante da nossa fé, a Ressurreição de Cristo.
E a maneira de celebrar também foi mudando com o passar do tempo?
Padre Joãozinho - A celebração da fração do pão - como era chamada no início por ser uma grande partilha – era precedida por diversas orações. Após a fração também faziam orações, mas no meio era uma grande festa, um grande encontro da comunidade e se prolongava por muito tempo. Aos poucos, a festa foi sendo deslocada para o final e se chamou ágape. E a ação de graças se tornou a parte mais propriamente litúrgica e, hoje, nos a chamamos de Eucaristia. Em grego é eukharistía, ou seja, era aquela oração de ação de graças, que hoje nós rezamos de modo muito especial na Oração Eucarística. Lia-se a Palavra de Deus, rezavam as preces, professavam a fé, mas isso foi progredindo, ao longo dos séculos, até se tornar no Ocidente essa liturgia que nós conhecemos por Missa. No sábado, a Vigília Pascal é muito mais longa porque ela é a mãe de todas as celebrações e deveria girar em torno de uma figura fundamental, o catecúmeno, isto é, aquele que se converteu e, depois, se preparou e recebeu uma catequese durante a Quaresma, para ser batizado na Vigília Pascal. Hoje em dia, muita gente pergunta "por que essa Missa de sábado é tão longa?", mas não é uma Missa de sábado, é uma Vigília Pascal. É a mãe de todas as celebrações.

O que é o Tríduo Pascal e quais celebrações compreende?
Padre Joãozinho - Eu sempre pergunto aos meus alunos de Liturgia: “Quantos são os dias do Tríduo Pascal?”. Eles começam a responder contando a quinta-feira, sexta, sábado e domingo, mas o resultado é quatro. E outros perguntam: “E a Missa do Crisma, pela manhã, dos padres com o bispo, na Catedral? Faz parte do tríduo pascal?”. A resposta é a seguinte: esta Missa do Crisma é a última celebração da Quaresma. A partir da Ceia da Quinta-feira Santa, com a instituição da Eucaristia à noite, começa o primeiro dia e vai até a sexta-feira, mais ou menos ao meio dia. Isto porque o dia litúrgico não começa a zero hora e vai até à meia noite, como o nosso, porém começa numa véspera e vai até a outra véspera. Segue o ritmo do sol e é assim o dia judaico. Por isso que nós rezamos as vésperas, na Liturgia das Horas. Na véspera já se celebra o que vai acontecer no dia seguinte. Por exemplo, em honra à Santa Teresinha se reza as suas vésperas, antecipando o que se comemora no seu dia. Assim, o tríduo começa na quinta, é o dia da ceia, mas também já é o dia da morte, do sofrimento e do sacrifício, que vai da sexta até o sábado, pelo meio dia. Temos também um segundo dia de morte, sepultura e silêncio, mas se formos pensar, o primeiro dia já é o dia da morte, porque mesmo instituindo a Eucaristia, depois tem o translado, o altar é desnudado e fica até a celebração da sexta. Depois, começa um grande silêncio, que, muitas vezes, é esquecido. No sábado as pessoas não sabem o que fazer, contudo é um dia de retiro. É um dia do túmulo, da ausência de Deus, um Deus que desapareceu. É a "celebração da ausência" e, na véspera do domingo, já começamos a celebrar o dia da vida, da Ressurreição, que vai se prolongando até o domingo de manhã com as Missas de Páscoa e, a rigor, o domingo de Páscoa a tarde já não seria mais domingo. Tanto que a Igreja demorou muito para permitir Missa vespertina de domingo, existindo tal possibilidade por motivos pastorais.

Quando tem início a Semana Santa?
Padre Joãozinho - Com o Domingo de Ramos e, em alguns lugares, se prolonga com uma série de exercícios de piedade popular. Eu estive celebrando, por muito tempo, em Minas Gerais, onde acontecem as procissões, como a do Encontro, as Vias Sacras e uma série de outras orações que não estão previstas na Liturgia. O Papa mesmo realiza a Via Sacra no Coliseu. Contudo, a rigor, não faz parte da Liturgia, pode ser celebrada em qualquer dia do ano. A Semana Santa, portanto, começa no Domingo de Ramos e vai até o Domingo de Páscoa e, depois, ela se prolonga na qüinquagésima pascal. São 50 dias de Páscoa. Primeiramente, há a oitava da Páscoa que são oito dias em que a Igreja continua repetindo o mesmo dia de Páscoa. Então, por oito dias se repete o mesmo grito: “O Senhor ressurgiu! Aleluia”. E a qüinquagésima pascal termina em Pentecostes, quando vem o Espírito prometido pelo Ressuscitado. Praticamente, nós temos uma semana de Páscoa, uma repetição do que aconteceu por ser muito importante. Jesus está vivo, é Ressuscitado e, com a Semana Santa, a oitava da Páscoa e os dias até Pentecostes, temos quase 60 dias de celebração de tempo santo e tempo pascal.

Na Quinta-feira Santa, muitas vezes, se dá mais atenção ao Rito do Lava Pés, do que a Instituição da Eucaristia, qual o sentido dessas duas celebrações?
Padre Joãozinho - Deve-se tomar cuidado porque o Lava Pés e a Instituição da Eucaristia estão, na verdade, conexos, porque o Cristo que serve lavando os pés, reconhecendo a necessidade de ser disponível para com o irmão e ser solidário, é o mesmo Cristo que se faz Pão, o Pão da Solidariedade e Pão do povo. Ele se entrega até a última gota de sangue e água na cruz. Então, este gesto já é a antecipação do sacrifício na Cruz. Por isso, sacrifício é um serviço. O evangelista Marcos disse isso, no capítulo 10, versículo 45. Jesus veio para servir, e não para ser servido, e dar a vida em resgate de muitos. É serviço e resgate, serviço e sacrifício, serviço e entrega. Tanto que o Evangelho de João não tem a Instituição da Eucaristia, mas tem o Lava Pés. Se lermos os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e colocá-los em paralelo, veremos que apresentam a Instituição, e João trouxe o Lava Pés. Por isso que a Liturgia da Quinta-feira Santa coloca o Lava Pés joanino e a Instituição dos outros evangelistas.

Quais são os símbolos oficiais da Páscoa?
Padre Joãozinho - É difícil fazer um elenco oficial de símbolos, mas, liturgicamente, a Páscoa é cheia de símbolos, e outros são muito popularescos, como é o caso do ovo e coelho. Um mês antes da Páscoa, eu entrei no supermercado e já estavam à venda os ovos de chocolate. As igrejas ainda nem pensaram em se ornamentar para a Semana Santa e os supermercados já ornamentados para o marketing da Páscoa. Não vi nenhuma imagem de Jesus Cristo. Mas no Domingo de Ramos já temos o ramo como símbolo. Eu tenho uma certa dúvida quanto aos ramos por motivos ecológicos, mas sugiro que sejam ramos pequenos, e acho que um dia a Igreja vai permitir ramos que não sejam de árvores. Contudo, o ramo é um símbolo muito curioso, porque o mesmo povo que diz “Hosana ao Filho de Davi” com o ramo na mão, depois, com um outro ramo na mão, que é a cruz, crucifica-o. É uma celebração contraditória que sintetiza toda a Semana Santa. Depois, ao longo da semana, quando começa o Tríduo Pascal, teremos na Quinta-Feira Santa a água, utilizada no Lava Pés. Um outro símbolo já na sexta, é a cruz. Assim como a água do Lava Pés e a Eucaristia fazem a força simbólica da quinta-feira, na sexta nos reunimos em torno da cruz. E é o único dia do ano em que não há Missa. Eu celebro para as sacramentinas, em Taubaté, que são religiosas de clausura, e é único dia em que elas não tem Adoração com o Cristo exposto. Elas sentem saudades, pois ficam 24 horas e 364 dias por ano em Adoração perpétua. Mas na sexta-feira, a Igreja traslada a Eucaristia para um altar lateral, justamente para simbolizar esta ausência de Cristo. No Sábado Santo, são muitos os símbolos. Começando pela música, como o Exulte. Em muitos lugares, há um dificuldade em cantá-lo, mas deve ser proclamado pelo diácono. Há também o catecúmeno, que vai receber o batismo e ser um outro Cristo. A Vigília Pascal deveria terminar no domingo de manhã e já seria a celebração de domingo de manhã. Como isso não é possível para muitos, temos a Missa de domingo de manhã. Nesta, não há nenhum símbolo em especial, a Liturgia é muito discreta em ficar multiplicando símbolos, porque o coração de tudo isso é a Palavra que se fez carne e se manifestou a nós, o Cristo Ressuscitado.

E quanto aos símbolos populares?
Padre Joãozinho - Muito se associa o coelho com os ovos, mas coelho não põe ovo. Porém, o coelho seria o símbolo da Ressurreição, porque é madrugador e por acordar muito cedo, lembra o Cristo que ressuscitou de madrugada. Já o ovo é um embrião. Outro dia, eu estava vendo uma notícia de uma tentativa de preservação de ovos de tartaruga. Ali estava um filhote em potencial que poderia viver 100 anos. Mas, se alguém chega e põe uma cadeira de praia em cima, os ovos são destruídos. O ovo é frágil, mas ao mesmo tempo é forte. Ele é símbolo de um embrião de vida e Jesus veio nos trazer a vida nova, a partir da fragilidade da morte. Veio romper o sepulcro e se manifestar em vida plena, em vida total e eterna. Quando um pintinho, por exemplo, rompe com a casca de ovo, nos lembra o Ressuscitado saindo do sepulcro.

 

Páscoa ( Frei Ildo Perondi, OFM )

 

             A Páscoa era uma antiga festa dos pastores de ovelhas. Era uma festa pré-israelítica. Era celebrada na primavera, e era marcada pelo sacrifício de um animal novo, com um ritual de sangue, para obter a fecundidade dos rebanhos e ter a proteção dos animais, espantando os espíritos maus para longe dos rebanhos. É provável que era esta a festa que os hebreus queriam celebrar no deserto (Ex 5,1). Não havia necessidade de sacerdote e nem de local para a festa.

A Festa dos Ázimos era celebrada mais pelos agricultores e era celebrada por ocasião da primeira colheita (1). Assim se comiam os primeiros frutos da terra e se fazia o pão sem fermento para lembrar que tudo era novo e que não havia nada de velho, nem o fermento. O pão ázimo era também considerado símbolo de pureza.

Em Ex 12,1ss temos a celebração da Páscoa, mas é feita junto com a Festa dos Ázimos. Esta festa foi celebrada pelo povo de Deus antes da sua partida do Egito, rumo à Terra Prometida. Foi celebrada às pressas; cozinhando-se o suficiente para comer na noite da festa, sem deixar sobras. Devia-se comer de pé, com o cajado na mão, pois era a noite da partida da casa da escravidão.

Com o sangue do cordeiro a ser sacrificado devia-se manchar as portas das casas, pois este era um sinal que ali morava uma família dos hebreus. Naquela noite o Senhor estava para passar nas casas e estava para acontecer a décima praga contra o faraó do Egito e seu povo (a morte dos primogênitos). Onde Deus encontrasse o sinal do sangue, Ele não entrava.

O verbo hebraico usado é mesmo Pesah, que pode significar pular e também passar. Então Deus “pulava” a casa onde a família estivesse celebrando a Páscoa. Mas o significado que foi adquirindo com o tempo e ganhando mais força foi o de “passagem”. Deus passou pelas casas dos hebreus. Assim, a Páscoa foi sendo celebrada como a “Passagem” da terra da opressão (Egito) para a Terra Prometida (Palestina-Canaã-Israel). Passagem da escravidão para a libertação. Passagem de uma vida velha para uma nova vida. Outra tradição considerava também a Páscoa como a “passagem do mar” na marcha rumo à Terra Prometida (Ex 14).

Depois que o povo já estava na terra, tornou-se uma festa obrigatória. Era comum a família celebrar a Páscoa e durava 7 dias (8 dias na Diáspora (2)). Além de Ex 12 a 15, temos também outros textos bíblicos que lembram a festa: Ex 23,14-15; Ex 34,18; Lv 23,5-8; Nm 28,16; Ez 45,21. E no texto de Ex 12,43-49 se acrescenta que nenhum incircunciso podia celebrar a Páscoa. Em Nm 9,2-14 são mencionados os requisitos de pureza para a celebração da festa.

Porém em Dt 16,1-8, a Páscoa passa a ser uma festa nacional a ser celebrada no Santuário. Israel celebrava assim a sua constituição como povo de Deus. Esta mudança deve ter ocorrido depois da reforma do rei Josias, quando o Templo passou a se tornar cada vez mais o centro de toda a religião de Israel. Assim, parece que a festa era celebrada no Templo, mas continuava a ser festejada também no ambiente familiar.

No início da celebração, o menino pergunta ao pai: “Por que esta noite é diferente das demais? Por que em todas as outras se come o pão fermentado e nesta noite o pão sem fermento? Por que nesta noite comemos as ervas amargas? Por que em todas as outras noite comemos sentados e nesta noite comemos de pé? ” . A própria celebração responde às quatro perguntas. “Foi porque um dia nós, os hebreus, éramos um povo escravo no Egito e Deus se lembrou de nós, Ele interveio a favor do seu povo e os levou para uma terra nova. Deus libertou o seu povo das mãos do opressor” (cf. Ex 12,26-27; Dt 6,20-23). Assim, para sempre, cada hebreu deveria lembrar a saída do povo do Egito como se fosse a sua própria saída. “Éramos escravos no Egito, hoje somos servos do Senhor” (3).

Celebra-se a festa comendo o cordeiro pascal, os pães ázimos, ervas amargas e os quatro copos de vinho. O cordeiro lembra que Deus poupou a casa dos hebreus, que estava marcada com o sangue, e passou adiante, quando feriu os primogênitos dos egípcios e livrou os filhos de Israel. Os pães ázimos lembram a pressa da saída do Egito. Na noite da libertação eles não tiveram nem tempo de deixar levedar o pão. As ervas amargas lembram como os egípcios haviam tornado amarga a vida dos hebreus, com os duros trabalhos (Ex 1,14).

Assim, todo ano, a festa da Pesah reúne a família em volta da mesa na qual se coloca a bandeja, com os elementos necessários ao ritual, e as taças de vinho. O pai de família é o oficiante, e o filho mais novo faz as perguntas, todos, por seu turno, lêem o texto da narração; canta-se, ora-se, trocam-se idéias, come-se as ervas amargas, experimenta-se a insipidez dos ázimos, degusta-se o vinho... A seriedade da celebração apresenta uma feição de bom humor e de alegria. Do mais pequeno ao maior, revive-se a saída do Egito, porque foi uma libertação para todos e por isso que ela se cumpre ainda hoje.

Jesus era hebreu e também celebrou a Páscoa. O cristianismo deu a ela outro sentido. A Páscoa judaica preparou assim a Páscoa cristã: Cristo, Cordeiro de Deus, é imolado (a Cruz) e o pão e o vinho (a nova Ceia, se transformam em seu Corpo e Sangue), e como no quadro da Páscoa judaica, temos a Semana Santa. Na festa da Páscoa temos a instituição da Eucaristia. Jesus traz assim a salvação ao mundo, e para nós cristãos é a renovação de toda a mística que se celebrava na Páscoa judaica. Assim a Eucaristia é o centro da liturgia cristã, que se organiza ao redor da Missa, sacrifício e redenção. Por seu sacrifício, Cristo é o verdadeiro cordeiro pascal (Jo 19,36); “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (cf. 1Cor 5,7). Ele destruiu o antigo fermento do pecado e tornou possível uma nova vida – santa e pura – simbolizada na Eucaristia (pão sem fermento). Cristo é a Páscoa definitiva que nos convida à nova vida (cf. 1Cor 5,9-10).

Assim também Cristo faz sua passagem deste mundo. Vencendo o pecado, Jesus passa para o Pai, à sua Terra Prometida. O Evangelho de João procura mostrar esta ligação entre a última semana de Jesus e a celebração da Páscoa (Jo 11,55; 1212; 13,1; 18,28; 19,14.31.42).

Páscoa é, portanto, a passagem da morte para a Vida. É isso que a Ressurreição ensina: Jesus vence a morte. A morte não é o fim. Não tem a última palavra. Mas é Deus que ressuscita Jesus e vai nos ressuscitar também. Assim, a Páscoa se torna a “passagem” para a vida nova! É Jesus que nos fez passar da morte para a vida! Das trevas para a Luz! O sinal desta nova Páscoa passa a ser também o Batismo: passagem para uma vida nova.

Poderíamos especular sobre as diversas “Páscoas” em toda a História da Salvação, já que se pode chegar a sete modos diversos de compreendê-la:

1. Páscoa na Criação: passagem do caos à ordem; do vazio à beleza da obra criada por Deus;

2. Páscoa como festa dos pastores: a proteção e a fecundidade dos rebanhos;

3. Páscoa da partida do Egito: naquela noite o Senhor passou e poupou a vida dos hebreus;

4. Páscoa na História de Israel: memória do que o Senhor fez com o povo; da saída do Egito;

5. Páscoa de Jesus: verdadeiro cordeiro e redentor da Humanidade decaída pelo pecado;

6. Páscoa no Batismo: o nascimento para a vida nova;

7. Páscoa e Ressurreição: passagem da morte para a vida; das trevas à luz; da guerra à paz; de todas as situações de opressão para a liberdade...

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1. Segundo a Bíblia de Jerusalém, cf. nota a Ex 12,1, esta festa é posterior ao Êxodo, nascida na época de Josias, e foi juntada com a festa da Páscoa, ligando-a também com a saída do Egito.

2. Os judeus da Diáspora eram considerados aqueles que viviam fora da terra de Israel, seja os que foram exilados, como aqueles que mudaram e foram habitar em outros países, mas que continuaram fiéis à religião e às tradições judaicas.

3. No hebraico o verbo “’avad” pode significar tanto oprimir, escravizar, trabalhar, como servir. Da mesma forma o substantivo “’eved” pode significar tanto o escravo como o servidor. O contexto é que os distingue. O povo era “escravo” do faraó e depois se torna “servo” do Senhor.

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A CRUZ DE CRISTOl
Pra viver entre nós, numa cama emprestada Ele humilde nasceu. E em jumento emprestado Ele andou pela estrada da montanha à cidade, e à cidade desceu. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! A ninguém as deveu!
ll
Tomou um pão de um menino e peixinho emprestado e ambos abençôou: fez o povo assentar-se em redor pelo prado: foi o pão repartindo e a todos saciou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
lll
Numa barca emprestada a vogar de mansinho Ele pôs-se a ensinar. O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho! Para ter seu descanso Ele nem teve lar! Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém foi tomar!
lV
A caminho da tumba, em salão emprestado, um jantar celebrou. Foi em morto envolvido em lençol emprestado e em sepulcro emprestado afinal repousou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
V
Mas o berço entregou, entregou o jumentinho, e o pão multiplicou. Devolveu casa e barca e os tecidos de linho! Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou. Mas as vestes de luz e as marcas da cruz, eram suas, bem suas: e consigo as levou!
(adaptação em português de Isaac Nicolau Salum).

A CRUZ DE CRISTOl
Pra viver entre nós, numa cama emprestada Ele humilde nasceu. E em jumento emprestado Ele andou pela estrada da montanha à cidade, e à cidade desceu. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! A ninguém as deveu!
ll
Tomou um pão de um menino e peixinho emprestado e ambos abençôou: fez o povo assentar-se em redor pelo prado: foi o pão repartindo e a todos saciou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
lll
Numa barca emprestada a vogar de mansinho Ele pôs-se a ensinar. O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho! Para ter seu descanso Ele nem teve lar! Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém foi tomar!
lV
A caminho da tumba, em salão emprestado, um jantar celebrou. Foi em morto envolvido em lençol emprestado e em sepulcro emprestado afinal repousou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
V
Mas o berço entregou, entregou o jumentinho, e o pão multiplicou. Devolveu casa e barca e os tecidos de linho! Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou. Mas as vestes de luz e as marcas da cruz, eram suas, bem suas: e consigo as levou!
(adaptação em português de Isaac Nicolau Salum).

A CRUZ DE CRISTOl
Pra viver entre nós, numa cama emprestada Ele humilde nasceu. E em jumento emprestado Ele andou pela estrada da montanha à cidade, e à cidade desceu. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! A ninguém as deveu!
ll
Tomou um pão de um menino e peixinho emprestado e ambos abençôou: fez o povo assentar-se em redor pelo prado: foi o pão repartindo e a todos saciou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
lll
Numa barca emprestada a vogar de mansinho Ele pôs-se a ensinar. O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho! Para ter seu descanso Ele nem teve lar! Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém foi tomar!
lV
A caminho da tumba, em salão emprestado, um jantar celebrou. Foi em morto envolvido em lençol emprestado e em sepulcro emprestado afinal repousou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
V
Mas o berço entregou, entregou o jumentinho, e o pão multiplicou. Devolveu casa e barca e os tecidos de linho! Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou. Mas as vestes de luz e as marcas da cruz, eram suas, bem suas: e consigo as levou!
(adaptação em português de Isaac Nicolau Salum).

A CRUZ DE CRISTOl
Pra viver entre nós, numa cama emprestada Ele humilde nasceu. E em jumento emprestado Ele andou pela estrada da montanha à cidade, e à cidade desceu. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! A ninguém as deveu!
ll
Tomou um pão de um menino e peixinho emprestado e ambos abençôou: fez o povo assentar-se em redor pelo prado: foi o pão repartindo e a todos saciou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
lll
Numa barca emprestada a vogar de mansinho Ele pôs-se a ensinar. O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho! Para ter seu descanso Ele nem teve lar! Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém foi tomar!
lV
A caminho da tumba, em salão emprestado, um jantar celebrou. Foi em morto envolvido em lençol emprestado e em sepulcro emprestado afinal repousou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
V
Mas o berço entregou, entregou o jumentinho, e o pão multiplicou. Devolveu casa e barca e os tecidos de linho! Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou. Mas as vestes de luz e as marcas da cruz, eram suas, bem suas: e consigo as levou!
(adaptação em português de Isaac Nicolau Salum).

 


 

 

 

A Semana Santa

 

1.         No que consiste a Semana Santa?

2.         Por que a  Semana Santa é chamada de "santa"?

3.         O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos?

4.         Como podem ser usados os ramos bentos no Domingo de Ramos?

5.         O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

6.         O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa?

7.         O que é a Missa do Crisma?

8.         O que a Igreja celebra na noite da Quinta-feira da Semana Santa?

9.         O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa?

10.       A Sexta-feira Santa é dia de jejum?

11.       O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite?

12.       O que a Igreja celebra no Sábado Santo?

13.       O que a Igreja celebra no Sábado à noite?

14.       O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição?

15.       O que significa a "oitava" da Páscoa?

16.       Por que a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja?

 

A Semana Santa

 

1.         No que consiste a Semana Santa?

2.         Por que a  Semana Santa é chamada de "santa"?

3.         O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos?

4.         Como podem ser usados os ramos bentos no Domingo de Ramos?

5.         O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

6.         O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa?

7.         O que é a Missa do Crisma?

8.         O que a Igreja celebra na noite da Quinta-feira da Semana Santa?

9.         O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa?

10.       A Sexta-feira Santa é dia de jejum?

11.       O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite?

12.       O que a Igreja celebra no Sábado Santo?

13.       O que a Igreja celebra no Sábado à noite?

14.       O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição?

15.       O que significa a "oitava" da Páscoa?

16.       Por que a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja?

 

A Semana Santa

 

1.         No que consiste a Semana Santa?

2.         Por que a  Semana Santa é chamada de "santa"?

3.         O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos?

4.         Como podem ser usados os ramos bentos no Domingo de Ramos?

5.         O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

6.         O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa?

7.         O que é a Missa do Crisma?

8.         O que a Igreja celebra na noite da Quinta-feira da Semana Santa?

9.         O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa?

10.       A Sexta-feira Santa é dia de jejum?

11.       O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite?

12.       O que a Igreja celebra no Sábado Santo?

13.       O que a Igreja celebra no Sábado à noite?

14.       O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição?

15.       O que significa a "oitava" da Páscoa?

16.       Por que a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja?

 

A Semana Santa

 

1.         No que consiste a Semana Santa?

2.         Por que a  Semana Santa é chamada de "santa"?

3.         O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos?

4.         Como podem ser usados os ramos bentos no Domingo de Ramos?

5.         O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

6.         O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa?

7.         O que é a Missa do Crisma?

8.         O que a Igreja celebra na noite da Quinta-feira da Semana Santa?

9.         O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa?

10.       A Sexta-feira Santa é dia de jejum?

11.       O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite?

12.       O que a Igreja celebra no Sábado Santo?

13.       O que a Igreja celebra no Sábado à noite?

14.       O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição?

15.       O que significa a "oitava" da Páscoa?

16.       Por que a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja?

 

 


 

A Semana Santa

 

 1.            No que consiste a Semana Santa?

A Semana Santa é a semana em que se conclui a Quaresma e se celebra o Tríduo Pascal. Ela começa com

o Domingo de Ramos e termina com o Domingo de Páscoa da Ressurreição. (A Quaresma finda na Quinta-feira, e na mesma Quinta-feira, com a celebração da Ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascal.)

 

2.             Por que a  Semana Santa é chamada de "santa"?

Ela é chamada de "santa" porque concentra os últimos acontecimentos da vida de Jesus, como a entrada triunfal em Jerusalém (Domingo de Ramos), a ceia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio (quinta-feira), a prisão, condenação, morte e sepultamento (sexta-feira), a Vigília (sábado) e a Ressurreição (domingo). E uma Semana Santa porque celebra Jesus que se entrega, livremente, para anunciar até o fim a Boa Nova da Salvação.

 

3.             O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos?

No Domingo de Ramos a Igreja celebra a entrada triunfal (festiva) de Jesus em Jerusalém. Ele é acolhido e proclamado o Messias, o Ungido de Deus. Para saudá-lo, o povo jogava seus mantos, para que Ele passasse por cima, ao mesmo tempo em que acenava com ramos, retirados de árvores. Daí o costume de levarmos ramos no "Domingo de Ramos"; com eles saudamos Jesus e os levamos abençoados (bentos) para casa (cf. Mt 21,1-11).

 

4.             Como podem ser usados os ramos bentos no Domingo de Ramos?

Os ramos bentos no Domingo de Ramos devem ser guardados com cuidado e tratados com zelo. Não há nada de "mágico" neles, porém, como foram abençoados, devem ser usados em espírito de fé. São muitos os que os queimam, devotamente, enquanto rezam, em momentos difíceis da vida. Outros os guardam até a Semana Santa do ano seguinte, como um lembrete de que a melhor forma de saudar a Jesus é colocar em prática tudo o que Ele ensinou. Outros, ainda, os usam como remédio caseiro (chá). O importante é que os ramos bentos sejam a expressão do nosso amor e do nosso seguimento a Jesus.

 

5.             O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa as comunidades são convidadas a celebrar, com criatividade, o que o evangelho de Domingo de Ramos antecipou: a entrega de Jesus que, por amor, fez-se um de nós até a morte. Nesses dias, e segundo o costume de cada comunidade, reza-se o terço meditado, celebra-se a via-sacra, organiza-se uma celebração penitencial, apresentam-se encenações que contam a vida de Jesus etc. Importante mesmo é que se crie um clima de oração, onde a fraternidade e a solidariedade manifestem-se como resposta humana ao amor divino. Onde há a presença do sacerdote, a Missa deve ser o momento mais intenso e profundo de cada um desses dias.

 

6.             O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa?

A Quinta-feira da Semana Santa encerra o tempo da Quaresma, excluindo-se a "Missa da Ceia do Senhor", que abre o Tríduo Pascal (à noite). Na parte da manhã de Quinta-feira é costume, em algumas comunidades e dioceses, celebrar-se o Rito da Penitência. Na maioria das dioceses, porém, celebra-se nesse horário a Missa do Crisma.

 

7.             O que é a Missa do Crisma?

A Missa do Crisma é a Missa presidida pelo Bispo diocesano, ou outro bispo, e co-presidida por outros sacerdotes, com a participação de fiéis leigos, em que se faz a bênção dos santos óleos e do sagrado crisma. Os óleos, bentos nesse dia, são administrados nas comunidades por ocasião do batismo, da crisma, da unção dos enfermos e nas ordenações sacerdotais (presbiterais e episcopais). Também nessa Missa o bispo reúne os seus presbíteros, ocasião em que estes renovam as promessas sacerdotais e, estando juntos, manifestam a unidade entre o                sacerdócio do bispo e daqueles que são os seus cooperadores diretos, os padres.

 

8.             O que a Igreja celebra na noite da Quinta-feira da Semana Santa?

Na Quinta-feira Santa, à noite, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia (cf. Mt 26,17-29; 1 Cor 11,23-26), com uma Missa festiva, em que se recorda que a entrega de Cristo por nós deve converter-se no serviço que prestamos uns aos outros. Daí o motivo e a razão pela qual encenamos o ritual do "lava-pés" (cf. Jo 13,1-20). Na conclusão da celebração, os cibórios contendo as hóstias consagradas são levados para uma capela lateral, ou outro lugar apropriado, onde Jesus Eucarístico é adorado, até a meia-noite. A igreja vazia, inclusive de enfeites e com as imagens e quadros cobertos, sinaliza a angústia, a solidão e a entrega total de Jesus, que desemboca em sua morte na cruz.

 

9.             O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa?

Na Sexta-feira da Semana Santa a Igreja celebra a morte de Cristo, seguido de seu sepultamento (cf. Mt 26,30-27,65). Nesse dia não se celebra a Missa, e sim uma solene liturgia da Palavra, na qual se adora a cruz de Jesus e se reza pela Igreja e pelo mundo ("Oração universal"). A eucaristia, guardada na capela ou local anexo à igreja, é distribuída no final da celebração. Dia de silêncio e interiorização, a Sexta-feira Santa caracteriza-se pela reflexão sobre o amor incondicional de Deus por nós. Porque nos ama com um amor eterno, Jesus assume até as últimas conseqüências o anúncio da Boa Nova da Salvação, inclusive sendo condenado apesar de inocente, e morrendo na cruz, embora tenha passado entre nós fazendo apenas o bem (cf. At 10,38).

 

10.           A Sexta-feira Santa é dia de jejum?

Sim. A Sexta-feira Santa - bem como a Quarta-feira de Cinzas - é dia de jejum e abstinência de carne. A renúncia ao alimento é um sinal de que esvaziamos o nosso coração, inclusive do pecado, para prepará-lo para acolher a Jesus Ressuscitado. Estão dispensados do jejum e da abstinência (de carne) os idosos, os enfermos e as crianças. É interessante, contudo, que também estes, se não puderem jejuar e abster-se de carne, tenham presente o sentido que se lhes dá a Igreja.

 

11.           O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite?

Na Sexta-feira Santa à noite as comunidades ou guardam silêncio, ou celebram o sepultamento de Jesus. Como não há nenhuma ação litúrgica prevista para a noite, as comunidades são convidadas a ater-se aos costumes locais, sem contudo quebrar o clima de oração, reflexão e interiorização. Em muitos lugares têm-se o costume de, ànoite, encenar, de forma catequética, a prisão, o julgamento, a crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus.

 

12.           O que a Igreja celebra no Sábado Santo?

O Sábado, segundo dia do Tríduo Pascal, é um dia de silêncio, sem celebração eucarística e em que muitos mantêm ou até mesmo intensificam o jejum iniciado na Sexta-feira. Nesse dia "repousa-se" com Jesus, que

agonia, crucificação e morte.

 

13.           O que a Igreja celebra no Sábado à noite?

No Sábado à noite - ou, conforme o costume em certas comunidades, na madrugada do Domingo de Páscoa da Ressurreição -, a Igreja celebra a alegre espera da Ressurreição do Senhor. Ela fica em vigília, isto é, atenta para a Ressurreição, e a aguarda com tanta expectativa, que já a celebra, alegrando-se imensamente côm a vitória da vida sobre a morte, do dia sobre a noite, da luz sobre as trevas. Nessa celebração, realiza-se o rito do fogo e do círio (no início da vigília), o anúncio da Ressurreição, a proclamação das leituras bíblicas (liturgia da Palavra), o rito batismal e, como complementação, a liturgia eucarística.

 

14.           O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição?

No Domingo da Páscoa da Ressurreição a Igreja dá continuidade ao que foi celebrado na Vigília. As orações e leituras bíblicas feitas nas celebrações do dia fazem memória do túmulo vazio, da surpresa e da alegria dos discípulos e discípulas ao terem as primeiras notícias de que, no poder do Pai, o Filho vencera a morte para sempre (cf. Mt 82,1-20). É o "domingo dos domingos", isto é, éo domingo que dá origem e sentido a todos os outros domingos do ano litúrgico. Todo domingo, a partir do domingo da Ressurreição, é celebração, rememoração e atualização desse domingo.

 

15.           O que significa a "oitava" da Páscoa?

A "oitava" da Páscoa significa que a Igreja celebra, durante os dias da semana da Páscoa, como que um "oitavo" dia, dia este que dá complementação e perfeição aos sete dias da criação. É a criatura chegando ao máximo da unidade e comunhão com o Criador. Assim, a semana toda - do Domingo da Ressurreição até o sábado seguinte (inclusive), é celebrado como se fosse um só dia, o dia da vitória da vida sobre a morte.

 

16.          Por que a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja?

A Páscoa da Ressurreição de Jesus é a maior de todas as festas da Igreja porque é a festa da Vida, e da Vida em plenitude. Ninguém, antes de Jesus, havia ressuscitado (Lázaro e outros haviam sido apenas revividos...), e agora, Nele, todos temos a Vida, todos ressuscitaremos no final dos tempos (cf. lCor 15,1-58).

 

17.          Concluindo

 "Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão" (1 Cor 15,20-22).

 "A ressurreição de Cristo não constitui uma volta àvida terrestre, como foi o caso das ressurreições que Ele havia realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Tais fatos eram acontecimentos miraculosos, mas as pessoas contempladas pelos milagres voltavam simplesmente à vida 'ordinária', pelo poder de Jesus. Em determinado momento, voltariam a morrer. A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, Ele passa de um estado de morte para uma outra vida, para além do tempo e do espaço. Na ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de 'o homem celeste'" (Catecismo da Igreja Católica, 646).

 "Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele. Morto, ele o foi uma vez por todas, pelo pecado; porém, está vivo, continua vivo para Deus! Portanto, vós também considerai-vos mortos ao pecado, porém, vivos para Deus, em Cristo Jesus" (Rm 6,8-11).

 "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente, até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor" (Fp 2,6-11).