Os Tempos Litúrgicos da Igreja e a Quaresma

 

 

Objetivos

Levar os catequizandos a:

Entender que a Quaresma é um tempo em que os cristãos, através da oração, jejum e esmola são chamados a uma mudança de vida para se prepararem para a Páscoa.

Compreender o que é Tempo Litúrgico.

Preparação para

o encontro

Bíblias.

Cópias das mensagens.

Acolhida

Oração inicial : Na oração inicial, falar sobre as Bem Aventuranças e Ler a carta de Dom Bosco, grande evangelizador de jovens.

As Bem-aventuranças : Mt 5, 3- 12

- Perguntar aos catequizandos o que é o ano? O que são os meses?
- Depois de um rápido debate, explicá-los que são estruturas criadas pelo ser humano, a fim de ajudar na oraganização do tempo, para podermos realizar as nossas tarefas.
- Falar que o ano civil tem 365 dias e 12 meses. Possui feriados, férias e festas.
- Perguntá-los se conhecem o ano da Igreja. E se o ano civil e o ano da Igreja são os mesmos?
- O ano da Igreja se chama Ano Litúrgico e nós vamos conhcê-lo agora.

Ver

Exposição do tema

- O Ano Litúrgico é diferente do ano civil. Este começa em 1 de janeiro e termina em 31 de dezembro. O ano litúrgico começa no último domingo de novembro, com o início do tempo do Advento e termina no 3º domingo de novembro com a Festa do Cristo Rei.
- O Ano Litúrgico tem como objetivo celebrar e atualizar todos os atos de Jesus em sua missão salvadora. Celebramos sua encarnação, nascimento, infância, adoslencência, juventude, evangelização, milagres até chegar na paixão, morte e ressurreição e glorificação.
- Falar que ano litúrgico faz parte de um ciclo, com três anos: Ano A, Ano B e Ano C.
        Ano A: predomina a leitura do Evangelho de São Mateus
    Ano B: predomina a leitura do Evangelho de São Marcos
    Ano C: predomina a leitura do Evangelho de São Lucas
- Falar sobre os tempos dentro do Ano Litúrgico. Para isso, sugiro a montagem de um grande circulo e dividí-lo em partes conforme o ano litúrgico e ir montando no centro da sala ou na parede, conforme a explicação de cada tempo.

Advento: Significa a vinda, o tempo de espera, chegada. É o tempo que esperamos a chegada do Salvador- Jesus. Celebramos a sua encarnação, nascimento e sua presença no meio de nós.

Quaresma: Tempo de reflexão, penitência e arrependimento, conversão e comunhão entre os irmão. Lembrando os 40 dias de Jesus no deserto e os 40 anos do povo de Israel no deserto.
Tríduo Pascal: São os três dias mais importantes de nossa vida cristã, em que celebramos a paixão, morte e Ressurreição de Jesus. Sua vitória sobre a morte e o poder das trevas.
Tempo Comum: É o maior período do ano litúrgico. Onde celebramos a vida de Jesus no seu dia-a-dia, seus ensinamentos, milagres, orações e atitudes junto ao povo que recebia suas graças.
- Explicar as cores litúrgicas através das Cores dos paramentos.

Apostila: Cores Litúrgicas

Iluminar

O que é Quaresma?

Apostila

Agir

Devemos ver a Quaresma como um tempo especial de Retiro Espiritual. Tempo de voltarmos a Deus de reaquecermos a nossa fé, mudarmos de vida, superando as atitudes que não combinam com um cristão. As graças principais da Quaresma são: a conversão, a reconciliação e a partilha.

Com a família, vivenciar a mensagem do Evangelho, lendo a bíblia e partilhando a palavra e dons que Deus nos dá.

Celebrar

Música : O profeta

Oração Final.


ESQUEMA DO ANO LITÚRGICO

 

- O ano litúrgico, o que é?

- Qual a diferença do ano civil para o ano litúrgico?

- A importância do ano litúrgico na vida do cristão.

É o tempo no qual a igreja revive celebrando, no decurso de cada ano, a obra salvífica de Deus, levada à plenitude no Cristo. O momento mais alto do nosso ano litúrgico é a celebração da páscoa da paixão, morte e ressurreição do Senhor. A páscoa de Cristo é celebrada pela igreja em três situações bem determinadas: anualmente, na semana santa; semanalmente, no domingo; diariamente, em cada eucaristia.

O Ano Litúrgico é o tempo que marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não é como o ano civil, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro, mas começa no 1º domingo do Advento (preparação para o Natal) e termina no último sábado do tempo comum, que é na véspera do 1º domingo do Advento.

 

CICLO DO NATAL

 

ADVENTO

O Advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador.

Nas duas últimas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Até um tempo atrás se associava o advento com o tempo da quaresma, tempo de jejum e penitência. Mas na verdade, o advento é um tempo de alegre esperança da chegada do Senhor.

Jesus vem e isso é motivo de muita alegria.

Na verdade, Jesus já veio e virá uma segunda vez. Esse é o ensinamento da Igreja. Mas nosso encontro com Jesus que vem, acontece todos os dias. Jesus vem até nós na pessoa dos nossos irmãos e irmãs, de um modo especial os mais sofredores. Ou mesmo em tantas formas de presença onde o Cristo ressuscitado vem até nós: na oração, na celebração litúrgica ou quando nos reunimos em sue nome.

Nosso encontro definitivo com Jesus se dará quando morrermos e participarmos com ele de sua glória, no seio da Santíssima Trindade. Por isso, os cristãos são convidados a viver num constante advento, antecipando, na nossa frágil e muitas vezes debilitada história, esse encontro definitivo. Com o advento inauguramos o "ciclo do Natal" que se estende até a festa do Batismo de Jesus em janeiro.Um símbolo que pode nos ajudar a tornar mais celebrativas nossas liturgias no advento é a guirlanda, ou coroa do advento. Ela é feita de um círculo de galhos sempre verdes para simbolizar a natureza infinita do amor do Deus para com todos os povos. Quatro velas são acesas e colocadas no círculo uma a cada semana do advento.

A guirlanda tradicional traz três velas roxas e uma quarta, à vela da "alegria" é cor-de-rosa, que é a cor litúrgica da quarta semana desse tempo. Podem também ser usada vela azul para enfatizar nossa esperança na promessa de Deus cumprida no nascimento de Jesus. As velas nos lembram a luz de Deus que vem ao mundo para iluminar a nossa existência. Elas podem ser trazidas, uma a uma em procissão a cada semana durante a celebração, no início ou na liturgia da Palavra, por exemplo. Ou simplesmente poder ser acesas antes da proclamação do Evangelho. Uma pessoa pode segurar uma das velas enquanto o Evangelho é proclamado, e depois colocá-la na guirlanda, antes da homilia. Inclusive o presidente da celebração pode fazer referência a esse gesto no início da homilia, sem se deter em muita explicação, pois a guirlanda é um símbolo e todo símbolo não precisa de muitas palavras para ser compreendido, pois muitas vezes "fala" por si e diferentemente a cada pessoa em particular.

INÍCIO: 4 domingos antes do Natal

TÉRMINO: 24 de dezembro à tarde

ESPIRITUALIDADE: Esperança e purificação da vida

ENSINAMENTO: Anúncio da vinda do Messias

COR: Roxa

 

NATAL

Natal é festa de criança! Cheio de luzes, de cantos, de dança, de muita comida, de encontro... Vamos aprofundar hoje a importância da festa do Natal para a comunidade cristã. Antes de tudo é preciso saber que a festa do Natal começou a ser celebrada pelas comunidades cristãs depois do século IV. Quando o cristianismo entra em contato com a cultura e a religião romana. Encontra aí uma festa religiosa para o "Sol Invicto", que era celebrada no dia 25 de dezembro.

Os cristãos, ao lerem os profetas encontravam textos que falavam da "luz radiante que brilhará nas trevas", "luz do alto céu que nos veio iluminar". Não foi difícil associar e substituir a festa do Sol pela comemoração do nascimento de Jesus. Daí em diante, todos os anos, havia uma festa grande chamada Natal. Muito mais tarde é que associam o símbolo do pinheiro e da estrela à festa do Natal. Hoje, infelizmente, a mídia usa o Natal para vender, vender, vender.

Não se imagina uma festa de Natal sem um presente. Até São Nicolau, o bom velhinho, vai sendo utilizado sempre mais para despertar a fantasia das crianças. As comunidades cristãs devem estar atentas para não entrarem na dança simbólica do comércio e revestir os locais da celebração com os mesmos símbolos que não significam nada mais, a não ser para vender algum produto. Podemos nos perguntar por que é importante celebrar o nascimento de Jesus.

Vejam bem: alguns escritores dos Evangelhos criaram relatos para falar do nascimento do filho de Deus, porque todo grande personagem devia haver nascido de uma família importante. Jesus é filho de Maria e José, da descendência de Davi, aquele rei famoso. Lucas e Mateus se preocupam com este detalhe no seu Evangelho. Claro que eles não estavam lá para contemplar as cenas que narram. É um relato pedagógico, para alimentar e fortalecer a fé das comunidades a quem os Evangelhos foram escritos.

No século XII há um fato que dá novo impulso à festa do Natal. São Francisco de Assis faz uma

experiência mística do nascimento de Jesus. Ele então organiza, pela primeira vez, a e constituição do nascimento de Jesus conforme a narração dos Evangelhos. Nasceu o presépio! Daí em diante, os povos cristãos de todas as culturas repetem a cada ano este fato. O importante é perceber que no presépio está simbolizado toda a ação da encarnação do Filho de Deus em nossa história.

A tradição religiosa de vários povos foi incorporando várias outras manifestações para festejar o nascimento do Menino Deus. No Brasil temos, por herança dos evangelizadores e colonizadores, as "pastorinhas", os "reisados", que a cada ano, por ocasião do Natal, promovem momentos belíssimos de danças, festas populares.

Temos muito que aprender com este povo simples que celebra com sua simplicidade a festa do Natal.

O Natal se estende, como festa, até a Epifania (festa da manifestação de Jesus ao mundo!). Os reis do oriente representam toda a humanidade que reconhece, adora e oferece presente ao Filho de Deus. São presentes simbólicos: ouro (Jesus é rei), incenso (Jesus é divino) e mirra (Jesus é humano).

O presente que somos chamados a ofertar hoje em dia é o nosso coração convertido, preocupado com os meninos e meninas que sofrem para sobreviver. Não podemos celebrar plenamente o Natal de Jesus enquanto convivemos com crianças abandonadas nas ruas, sendo espancadas dentro de casa, sofrendo violência sexual, sendo obrigadas ao trabalho escravo e à mão-de-obra barata em todo o mundo.

INÍCIO: 25 de dezembro

TÉRMINO: Na festa do Batismo de Jesus

ESPIRITUALIDADE: Fé, alegria e acolhimento

ENSINAMENTO: O filho de Deus se fez Homem

COR: Branca

* ADVENTO: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina

no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.

* NATAL: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.

* EPIFANIA: É uma festa que lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. No ciclo de Natal também

são celebradas as festas da Apresentação do Senhor no dia 02 de fevereiro, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus e do Batismo de Jesus.

 

TEMPO COMUM

 

TEMPO COMUM – 1ª PARTE

Todo o ano litúrgico gira em torno de um único mistério: a morte e ressurreição de Jesus em sua plenitude.

No tempo comum, como nos demais tempos litúrgicos, damos continuidade à celebração desse mistério de Cristo.

Em cada domingo, fazemos memória dos relatos da vida pública de Jesus. Celebrando diferentes acontecimentos narrados na Sagrada Escritura, vamos  nos aproximando mais e mais do mistério de amor de Deus pela humanidade.

Tendo como ponto de referência a Páscoa, cada domingo é o fundamento e o núcleo do próprio ano litúrgico (Cf. SC 106). Até porque de acordo com o testemunho das Escrituras, a assembléia cristã de culto acontece no primeiro dia da semana (1Cor 16,2; At 20,7). Falar do tempo comum, é na verdade ressaltar cada domingo como memorial da ressurreição. Reunindo-se no primeiro dia da semana para celebrar o Mistério Pascal, a comunidade expressa a essência da sua fé e a certeza de sua esperança. Por isso, o “domingo é dia de festa primordial que deve ser lembrado e inculcado à piedade dos fiéis” (SC 106).

Atualizando o mistério, a comunidade celebra sua própria ressurreição na vida nova que o Senhor lhe comunica, através da Palavra e do Sacramento do Sacrifício do seu corpo e Sangue. O primeiro dia da semana é também o oitavo (SC 106) porque antecipa o último, a ressurreição definitiva, colocando-nos na tensão para o futuro do Reino e do retorno do Senhor.

INÍCIO: 2ª feira após o Batismo de Jesus

TÉRMINO: Véspera da Quarta-feira das Cinzas

ESPIRITUALIDADE: Esperança e escuta da Palavra

ENSINAMENTO: Anúncio do Reino de Deus

COR: Verde

* 1ª PARTE: Começa após o batismo de Jesus e acaba na Véspera da Quarta-feira das Cinzas.

 

CICLO DA PÁSCOA

 

QUARESMA

A quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo. A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quarta- Feira Santa, com a Missa vespertina.

Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras; nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações: o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos.

Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

OS 40 DIAS

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. A prática da Quaresma é datado desde o século IV, quando se dá à tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.

PENITÊNCIA E RECONCILIAÇÃO

CIC. 1434 A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, “que cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8).

CIC.1439 O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do “filho pródigo”, cujo centro é “O pai misericordioso”: o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.

CIC. 1450 “A penitência impele o pecador a suportar tudo de boa vontade. Em seu coração está o arrependimento; em sua boca, a acusação; em suas obras, plena humildade e proveitosa satisfação”.

CIC. 1455 A confissão dos pecados (acusação), mesmo do ponto de vista simplesmente humano, nos liberta e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de frente os pecados dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles e, assim, abre-se de novo a Deus e à comunhão da Igreja, a fim de tomar possível um futuro novo.

Além da reconciliação com Deus, pelo sacramento da Penitência, os fiéis reconciliam-se também consigo mesmos, com a comunidade eclesial e com todos os irmãos feridos pelo pecado, pois o mundo do pecado é o mundo da não-comunhão da pessoa humana com Deus e com os irmãos. É ruptura que gera morte.

INÍCIO: Quarta-Feira das Cinzas

TÉRMINO: Quarta-feira da Semana Santa

ESPIRITUALIDADE: Penitência e conversão

ENSINAMENTO: A misericórdia de Deus

COR: Roxa

 

PÁSCOA

Este tempo é caracterizado pela presença constante do aleluia em todas as nossas celebrações. Todos os domingos deste tempo são chamados de domingos de páscoa. Como tudo se inicia com o domingo da ressurreição, os demais domingos deste tempo são chamados: II, III, IV, V, VI e VII de páscoa. Na conclusão destes cinqüenta dias de festa, está a festa de Pentecostes. Os primeiros 8 dias deste tempo são chamados de oitava da páscoa.

Todos os anos festejamos a Páscoa. Páscoa provém do dialeto hebraico que significa passagem de Deus. A ressurreição de Jesus é o mistério central de nossa fé. Páscoa é a libertação do pecado e a passagem para uma vida nova, na caridade e na sinceridade. É clima de alegria, com base na vitória de Cristo sobre a morte.

INÍCIO: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)

TÉRMINO: Em Pentecostes

ESPIRITUALIDADE: Alegria em Cristo Ressuscitado

ENSINAMENTO: Ressurreição e vida eterna

COR: Branca

* QUARESMA: Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa.

Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.

* PÁSCOA: Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia, do serviço ao próximo e do ministério ordenado. Na sexta-feira celebra-se a paixão e morte de Jesus.

É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra. No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes.

* PENTECOSTES: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.

 

TEMPO COMUM

 

TEMPO COMUM - 2ª PARTE

Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus."O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino."

(CNBB - Documento 43,132).

INÍCIO: Segunda-feira após o Pentecostes

TÉRMINO: Véspera do 1º Domingo do Advento

ESPIRITUALIDADE: Vivência do Reino de Deus

ENSINAMENTO: Os Cristãos são o sinal do Reino

COR: Verde

* 2ª PARTE: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento

 

OUTRAS FESTAS

- CONVERSÃO DE SÃO PAULO: 25 de janeiro

- SÃO JOSÉ: 19 de março

- NATIVIDADE DE JOÃO BATISTA: 24 de junho

- SÃO PEDRO E SÃO PAULO: 29 de Junho FESTA DOS

- ASSUNÇÃO DE MARIA: 15 de agosto SANTOS

- NOSSA SENHORA APARECIDA: 12 de outubro

- TODOS OS SANTOS: 1º domingo depois de 1º de novembro

- IMACULADA CONCEIÇÃO: 08 de dezembro

- ASCENSÃO: 7º domingo da páscoa

- PENTECOSTES: 50 dias após a páscoa

- SS. TRINDADE: 10º domingo do tempo comum

- CORPO DE DEUS: 5ª feira após a SS. Trindade.

- CRISTO REI: Ultimo domingo do tempo comum.

CORES LITÚRGICAS

As diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico. No princípio havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas "cores litúrgicas".

Estas cores foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo os cristãos do mundo inteiro aderiram a este costume.

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Branco

Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos, exceto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria.

 

Vermelho

Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão.

 

Verde

Se usa nos domingos do Tempo Comum e nos dias da semana. Está ligado ao crescimento, à esperança.

 

Roxo

Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da penitência e da serenidade.

Também pode ser usado nas missas dos defuntos e na confissão.

 

Preto

É sinal de tristeza e luto. Hoje é pouco usado na liturgia.

 

Rosa

O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento (Gaudete) e 4º domingo da Quaresma (Laetare).

 

O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamado de anos A, B, C. A cada ano tem uma seqüência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. Você já imaginou a gente escutar as mesmas leituras todos os anos? Assim a Igreja, sabiamente, escolheu para cada ano litúrgico, uma série de leituras.

Portanto, não há repetição e sim ciclos.

 

Carta de Dom Bosco à Juventude

A primeira artimanha do demônio consiste em persuadi-los de que o serviço de Deus exige uma vida triste, sem nenhum divertimento ou prazer. Mas isto não é verdade, meus caros jovens. Eu vou lhes indicar um plano de vida cristã que poderá mantê-los alegres e contentes, fazendo-os conhecer quais são os verdadeiros divertimentos e prazeres para que vocês possam exclamar como o santo profeta Davi: "Sirvamos ao Senhor na santa alegria".
A segunda artimanha do demônio consiste em fazê-los conceber a falsa esperança de uma longa vida que permite converter-se na velhice ou na hora da morte. Prestem atenção, meus caros jovens, muitos se deixaram prender por esta mentira. Quem nos garante que chegaremos à velhice? Mas a vida e a morte estão entre as mãos de Deus que dispõe de tudo a seu bel-prazer.
E mesmo se Deus lhes concedesse uma longa vida, escutai, entretanto, sua advertência: "o caminho do homem começa na juventude, ele o segue na velhice até a morte". Ou seja, se jovens começamos uma vida exemplar, seremos exemplares na idade adulta, nossa morte será santa e nos fará entrar na felicidade eterna.
Se, pelo contrário, os vícios começam a nos dominar desde a juventude, é muito provável que eles nos manterão em escravidão por toda a nossa vida, até a morte. Triste prelúdio a uma eternidade terrível.
Para que esta infelicidade não lhes aconteça, eu lhes apresento um método de vida alegre e fácil, mas que lhes bastará para se tornarem a consolação de seus pais, a honra de pátria de vocês, bom cidadãos da terra, em seguida felizes habitantes do céu...
Meus caros jovens, eu os amo de todo o meu coração e basta-me que vocês sejam jovens para que eu os ame extraordinariamente. Eu lhes garanto que vocês encontrarão livros que lhes foram dirigidos pelas pessoas mais virtuosas e sábias em muitos pontos, mas, dificilmente, vocês poderão encontrar alguém que os ame mais do que eu, em Jesus Cristo, e lhes deseja mais a felicidade.
Conservem no coração o tesouro da virtude, porque possuindo-o vocês têm tudo, mas se o perderem, tornar-se-ão os homens mais infelizes do mundo. Que o Senhor esteja sempre com vocês e que Ele lhes conceda seguir os simples conselhos presentes, para que possam aumentar a glória de Deus e obter a salvação da alma, fim supremo para o qual fomos criados. Que o Céu lhes dê longos anos de vida feliz e que o santo temor de Deus seja sempre a grande riqueza que os cumule de bens celestes aqui e por toda a eternidade.
Vivam contentes e que o Senhor esteja com vocês. Seu muito afeiçoado em Jesus Cristo''.

Dom Bosco, presbítero

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

01 - Chama-se Ano Litúrgico o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus Cristo. "Através do ciclo anual, a Igreja comemora o mistério de Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor" (NUALC nº 43 e SC nº 102).

02 - Ano Litúrgico é, pois, um tempo repleto de sentido e de simbolismo religioso, de essência pascal, marcando, de maneira solene, o ingresso definitivo de Deus na história humana. É o momento de Deus no tempo, o "kairós" divino na realidade do mundo criado. Tempo, pois, aqui entendido como tempo favorável, "tempo de graça e de salvação", como nos revela o pensamento bíblico (Cf. 2Cor 6,2; Is 49,8a).

03 - As celebrações do Ano Litúrgico não olham apenas para o passado, comemorando-o. Olham também para o futuro, na perspectiva do eterno, e fazem do passado e do futuro um eterno presente, o "hoje" de Deus, pela sacramentabilidade da liturgia (Cf. Sl 2,7; 94(95)7; Lc 4,21; 23,43). Aqui, enfatiza-se então a dimensão escatológica do Ano Litúrgico.

04 - O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.