Sou católico, vivo a minha fé

 

 

Objetivos

Conscientizar o catequizando da diversidade  de cultos, seitas e religiões existentes e a proposta de cada uma para que ele valorize e conheça sua própria  sua religião. Sabe que a religião católica não foi fundada por revoltas ou carências e sim pelo próprio Mestre, Jesus Cristo.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; Copias dos resumos sobre as religiões ou seitas a serem discutidas; cópias das perguntas para os grupos.

 

Acolhida

Invocação à Santíssima Trindade.

Oração Inicial: Divino Espírito Santo

 

Ver

O que é religião?

Debate – dividir os catequizandos em 4 grupos e dividir o assunto (uma religião ou seita para cada  um), dar uns 15 minutos para que eles leiam e discutam.

Reflexão:

I- Fundamentos que nos unem-

O que temos em comum com as Igrejas Cristãs? De que forma me relaciono com as pessoas que conheço e que são dessas igrejas? O que conheço da Igreja a qual faço parte? Em que somos iguais às outras religiões?

II- Pecado contra o Ecumenismo-

O que penso de outras Igrejas Cristãs? E das pessoas que participam destas Igrejas? Faça uma reflexão rápida sobre a oração do Pai-Nosso e responda: se Deus é a Pai de todos, por que nos dividimos tanto e sentimos tanta dificuldade em considerar o outro como irmão?

III- Alguns problemas que podem acontecer e indicações práticas-

Quais os problemas mais comuns que impedem o ecumenismo de acontecer em sua plenitude? O que podemos fazer para mudar isso?

IV- Diálogo Inter-Religioso-

Quais são as grandes religiões do mundo? O que sabemos sobre estas religiões? O que temos em comum com estas religiões?

 

Iluminar

Em grupos ler : Atos 10

Grupo I:

1-      Qual foi a visão que Pedro teve?

2-      A visão despertou alguma apreensão em Pedro?

Grupo II:

1-      Revela-se aqui um encontro de culturas? Este encontro põe em evidência alguma tensão?

2-      Como se desenvolve o encontro de Pedro e Cornélio? (cf. v.25 a 27)

Grupo III:

1-      como Pedro trabalha com os limites culturais-religiosos quando vai tratar com o diferente?

2-      Observem como é a palavra do outro que faz Pedro reconhecer algo diferente em seu próprio Deus (cf. v.34). O que reconhece Pedro? O evangelizador é também o evangelizado?

Grupo IV:

1-      Que significado teve o batismo daquela gente? Que barreiras Pedro teve que quebrar até chegar aquele momento celebrativo?

2-      A unidade estava apenas rompida e foi reatada ou este encontro possibilitou a aproximação de diferentes?

 

Conclusão.

·                     Ecumenismo é uma atitude de vida. É a arte de conviver não só com a família, os vizinhos e a comunidade de fé, mas com a humanidade inteira, sem divisões.

·                     É o diálogo que reconhece e respeita a diversidade de religiões

PONTOS EM COMUM ENTRE AS RELIGIÕES CRISTÃS

·                     católicos, evangélicos e cristãos ortodoxos estão unidos pela mesma fé

Todos são seguidores de Jesus Cristo e crêem num único Deus manifestado pela Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo. Todos cremos no mesmo evangelho e buscamos servir o mesmo Mestre Jesus Cristo.

·                     Há orações que são típicas de nossa Igreja e que outros irmãos não aceitariam

·                     Mas há também muitas maneiras de orar que podemos desenvolver juntos sem problema

·                     A oração do Pai Nosso e o Credo Niceno Constantinopolitano são orações ecumênicas

·                     O Batismo também é um ponto em comum entre a Igreja católica e várias Igrejas Evangélicas desde que feito com água e em nome da Trindade Santa.

·                     Os membros batizados de outras igrejas tem o mesmo compromisso missionário dos católicos batizados

·                     Valorizar o que de bom as diferentes denominações cristãs fazem porque é o evangelho de Jesus que está produzindo frutos.

·                     Não depreciar outra religiões, bem como não permitamos que depreciem a nossa religião católica

·                     Saber ouvir sem preconceitos

·                     É muito mais inteligente saber transformar o diferente em parceiro em vez de excluí-lo simplesmente

·                     Todos nós somos como operários e colaboradores no grande projeto de Deus

·                     Não há paz sem justiça, fraternidade, compreensão, solidariedade , valorização do outro e trabalho conjunto para o bem comum.

·                     As religiões cristãs devem ter em comum o fazer uma experiência religiosa verdadeira com Jesus sem manipulações e que transmita realmente a verdade sem apelos dramáticos pelos meios de comunicação.

PONTOS EM DESACORDO

·                     autoridade da igreja

·                     a Eucaristia ( alguma igrejas cristãs realizam a ceia e interpretam como a real presença de Jesus na Eucaristia , enquanto outras crêem que a ceia é apenas um gesto simbólico)

·                     a interpretação da Bíblia e exclusão de alguns livros do Antigo Testamento

·                     veneração a Maria e aos santos

É importante ter bem fundamentada nossa fé exigindo respeito e respeitando o direito de outros grupos cristãos pensarem e viverem de modo diferente.

Jesus Cristo veio para salvar a todos independente de religião,assim prega a Igreja católica. Ser católico ou evangélico não salva ninguém. O que salva é a sua maneira de interpretar e praticar o Amor. Não somos católicos para nossa própria salvação, mas para a salvação dos outros, para amar e ensinar as outras pessoas a se amarem.

(Mt25, 31-36):- O juízo final

Mc7, 31-37 “A cura do surdo- mudo”- Neste evangelho, Marcos revela aos poucos a pessoa de Jesus. Um Jesus sem preconceitos que ama a todos sem distinção , respeita o ritual do lugar por onde passava, uma região pagã com seus próprios ritos religiosos.Jesus não humilha nem expõe aquele homem e sua limitação de comunicação.Ao contrário, Ele o liberta. “Efata” Ao pronunciar essa palavra Jesus quer abrir nossos ouvidos para a verdade a ser assimilada e transmitida. Uma pessoa aberta está disponível para um verdadeiro aprendizado e para transmitir. Ao conhecermos Jesus verdadeiramente nossa surdez e falta de comunicação deixa de existir.

CONVERSANDO COM O GRUPO:

·                     Conhecemos verdadeiramente Jesus? Em que Jesus acreditamos? Que Jesus transmitimos?

·                     Você tem amigos ou parentes que frequentam outra igrejas cristãs?

·                     Como é a convivência no dia a dia?

·                     Conhece alguma igreja cujo Batismo a Igreja Católica considera como válida?

·                     Já presenciou algum culto ecumênico?

Perguntar se os catequizandos sabem o que professa a nossa fé, essa que assumirão após a crisma, o que conhecem sobre a doutrina da igreja católica e os catequistas falarão de forma “superficial” sobre a doutrina.

 

Agir

Não basta crer. É preciso conhecer todas as religiões, seitas e filosofias e compreende profundamente nossa religião, vive-la em sua totalidade, para que nossa fé tenha alicerces firmes em nós.

Celebrar

Oração final: Credo       


Qual é a melhor religião?

 

Antes de mais nada, temos que entender o que vem a ser uma religião. A palavra religião vem do latim "religare", que significa "ligar de novo" (algo que estava ligado e não está mais, está desligado). Ora, até o capítulo 3 do livro do Gêneses, nós vemos a LIGAÇÃO entre Deus e o homem, ou seja, o pecado ainda não havia entrado no mundo, logo, Deus e o homem tinham uma perfeita amizade (tanto que passeavam no jardim ao fim da tarde).

No capítulo 3 deste mesmo livro acontece uma completa mudança de cena: com o pecado, o homem passa fugir de Deus (esconde-se), pois sua consciência o acusa (mas, vejamos bem, Deus não foge do homem, tanto que Ele continua indo ao passeio da tarde no jardim...). A partir deste momento, podemos dizer que, o que estava ligado - o homem e Deus - não está mais, pois houve um rompimento (pecado).

É a partir daqui que a religião entra no mundo, ou seja, uma tentativa de união entre Deus o homem. Note-se: a iniciativa à união não é do homem, mas de Deus. Assim será sempre. Esta tentativa de união, que passa pelo judaísmo (profetas, leis), atinge seu auge quando o Pai envia o seu próprio Filho ao mundo, para salvá-lo (cf. Jo 3,16ss), o Cristianismo. Sendo assim, a melhor religião é aquela que segue o caminho do Pai para a reconciliação nossa com Ele, ou seja, a religião que não é uma criação humana, mas divina, cabendo a nós a resposta dada ao chamado do Pai.

Só há 3 religiões monoteístas no mundo, ou seja, que acreditam em um Deus único: judeus, mulçumanos e cristãos. Os primeiros, embora tenham recebido a promessa inicial do Pai, não aceitaram o Filho quando este veio ao mundo. Os mulçumanos só tem o Filho como um profeta, não como tal. Nós, cristãos, temos o Filho como Ele é: único salvador, que nos leva ao Pai. "Eu sou o Caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai senão por mim" (Jo 14,6). As demais religiões da humanidade ou são politeístas, ou seja, acreditam em vários deuses (ex.: hinduísmo), ou na verdade não aceitam a Deus como um ser pessoal, mas somente como uma espécie de energia, ou seja, a mesma coisa que o cosmo (ex.: budismo).

Por tudo isso acima, vemos com certeza que a melhor religião é a cristã, pois esta:
- não foi inventada por homens, mas dada a nós pelo próprio Deus;
- aceita Deus como único;
- entende que há 3 Pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo (só sabemos isso porque Deus o revelou).
- o crente cristão sabe que a sua salvação final ("religar-se" perfeitamente com Deus) só se dá porque Deus perdoa os seus pecados, por meio do Filho, que deve ser seguido em tudo o que Ele nos ensina.

Repito: a religião cristã é a melhor (a verdadeira), não porque os cristãos a inventaram e estão dizendo isso, mas porque Deus assim o quis. Na verdade, não seguimos um amontoado de normas, ideias e doutrinas, mas uma Pessoa, ou seja, Jesus Cristo o Filho de Deus. Religião cristã é isso: seguir o Filho de Deus, guardando o que Ele nos ensinou. “"Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos,  conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"  (Jo. 8,31s).

Há, infelizmente, um "porém". A fé professada deve ser colocada em prática na vida (moral). Infelizmente, muitos cristão não dão o verdadeiro testemunho de vida. Com isso, a tendência é achar que toda religião é igual, importando mesmo o que cada um faz, vivendo o amor. Se pensarmos desta forma, não aceitamos a religião como nos foi dada por Deus e sim como nós a criamos. Claro que o fundamental é viver o amor, mas temos que nos lembrar que o ser humano não consegue viver o amor verdadeiro por si, ele precisa aprender de Deus o caminho do amor e precisa da graça de Deus para vivê-lo.

Por outro lado, nós cristãos teremos um julgamento mais exigente da parte de Deus, pois, por conhecermos mais, deveríamos dar maior testemunho de vida. Deus com certeza irá cobrar mais de nós no dia do nosso julgamento do que de pessoas que não conheciam a verdade do Evangelho.

Por fim, não custa lembrar: ainda que a religião cristã seja a verdadeira, porque nos foi dada por Deus, as demais pessoas, em outras religiões são também amadas por Deus e, portanto, devem ser amadas por nós. Não precisamos concordar com a religião deles (e em alguns casos elas são tão ruins que devemos discordar abertamente), mas jamais podemos tê-los com desprezo por causa disso. Antes, temos que rezar para que também eles conheçam o que nós conhecemos: Jesus.

Pe. Silvio, MIC

 

As seitas e seus males – EB

Publicado em 6 de junho de 2011

 

“As seitas vêm-se multiplicando no mundo contemporâneo. Suscitam certa confusão pela maneira convicta como se apresentam, dando a entender que são as portadoras exclusivas de salvação para a humanidade”.

Dom Estêvão Bettencourt (1919-2008)
 

Dom Estêvão Bettencourt, foi a maior autoridade do mundo sobre religiões, seitas e heresias. Suas aulas, palestras, apostilas, revistas e livros são referências magistrais dentro e fora do campo acadêmico. Só a revista Pergunte e Responderemos foi por ele publicada por mais de 50 anos.
O seu legado fez escola e despertaram as consciências para o perigo dos novos movimentos religiosos heréticos.
Dom Estêvão informou e formou toda uma geração para o grande alerta dos ensinos errôneos das religiões, os males das seitas e a confusão terrível das heresias.
Seu último trabalho na revista Pergunte e Responderemos de maio de 2008, foi desfazer a mentira de um panfleto de autores anônimos protestantes que implica uma crítica discreta à Igreja Católica Romana.
Escreve Dom Estêvão: “A campanha proselitista do protestantismo não tem sido muito honesta”.
Na mesma revista Dom Estevão denuncia a obra anticristã do ateu inglês Philip Pullman, “A Bússola de Ouro” (1).
Dom Estêvão foi um dos melhores professores que já passou em minha vida e me ajudou na formação eclesiástica e me inspirou a ser um pesquisador de seitas e um estudioso no fenômeno religioso.

Fanatismo

Dom Estêvão Bettencourt afirmou: “Têm-se multiplicado grupos religiosos em nossos ambientes civis, proferindo sua mensagem, portadora exclusiva de salvação” (2).
Tal mensagem é acompanhada por tamanho fanatismo, intolerância, difamação contra tudo e todos e eles vão até a morte por suas loucuras.
Os sectários são os “escolhidos”, privilegiados de uma “revelação especial”, os “donos da verdade”, só eles “entendem a Bíblia”, são os portadores únicos dos dons espirituais, daí, somente eles serão salvos. “Quem não faz parte do seu grupo vai para os quinto do inferno”.
O Jornal Extra do dia 03 de Junho de 2008 trouxe uma reportagem de um ato horrível de intolerância religiosa.
Assim diz a reportagem: “O Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Catete, foi invadido e depredado por quatro jovens de uma igreja (seita) pentecostal. Eles ofenderam as pessoas e obrigaram a abrir a porta e invadiram o Centro. Em seguida, quebraram todas as imagens de santos, mesas e cadeiras. Eles falaram que as imagens estavam com o demônio” (3).
O pastor e professor do Instituto Metodista Bennett – Rio de Janeiro, Edson Fernando de Almeida disse: “O fel da intolerância, da projeção no outro do que há de mais diabólico no ser humano, manifesta-se com intensidade em nossos dias. O ataque de quatro jovens adoecidos por uma religiosidade mórbida a um centro umbandista no Catete é um triste exemplo. Dói no coração saber que esses meninos na flor de sua juventude estão dispostos a matar em nome de Deus”. (4).
É de nossa responsabilidade alertar a nossa sociedade contra certos grupos religiosos que alienam, manipulam e escravizam os seus adeptos para desordem mental, familiar e social.
Como nunca antes na história da humanidade, vivemos no mundo tomado por religiões, seitas e heresias capitalistas, sexistas, bizarras e catastróficas.
O nosso trabalho é despertar sempre a nossa sociedade desse perigo constante. A seita empobrece os seus fiéis, matando-os a mente, o corpo e a alma.
Não se deve fazer experiência sectária, você pode ser uma vítima fatal de toda a sua armadilha e sedução. Muito cuidado com convites e os presentes que os sectários oferecem a você gratuitamente ou não. O melhor é não receber e não participar dos seus eventos.

 

Seitas e dinheiro

Para alguns sociólogos americanos, o que determina a existência de tantas crenças, nos Estados Unidos não é a necessidade de uma experiência espiritual, mas a conjuntura econômica. Segundo eles, as leis de mercado também valem para os movimentos religiosos. Esse grupo de pesquisadores acredita que a concorrência determina as relações religiosas, e quem frequenta uma igreja pode ser considerado uma espécie de consumidor, capaz de mudar de um culto para outro como quem sai de um supermercado e entra em outro. Rodney Stark, professor de Sociologia da Universidade de Wisconsin, é um dos expoentes desta visão mercadológica da fé. Desprezando qualquer preocupação com as verdades espirituais, ele considera bom que uma sociedade seja repleta de religiões diferentes, como se escolher uma fé fosse igual a optar por um tipo de refrigerante, dentre tantos em uma prateleira. Nem é preciso dizer que as ideias de Stark e seus seguidores incomodaram diversos pastores americanos. Mesmo no meio da comunidade acadêmica, há quem discorde dessa forma capitalista de enxergar as experiências de fé. Steve Bruce, que trabalha na Universidade de Aberdeen, na Escócia, afirmou, em um texto publicado recentemente, que seus colegas americanos têm exercido uma “influência maligna” sobre a sociologia da religião. (5).

 

Morte nas Seitas

A cada ano cerca de duas mil pessoas saem de suas casas nos Estados Unidos e no Canadá e nunca mais voltam: elas submergem no labirinto sombrio dos cultos e seitas. O dramático caso de suicídio coletivo de 39 crentes do Heaven’s Gate, em San Diego é exemplar. Sua estrutura como a da maioria de seus concorrentes, se dava através de um líder carismático. As semelhanças entre David Koresh – dos Davidianos, mortos durante um cerco policial na cidade texana de Waco, em 1992 – e John Withcapple, do Heaven’s Gate, são significativas: ambos se diziam ser o filho de Deus e seu oráculo.
Só recentemente os cultos americanos ficaram caracterizados pela violência. O mais antigo é o da “família” Charles Manson. O líder era um desocupado que havia passado a maior parte de sua vida na cadeia, mas que conseguiu com seus discursos juntar adoradores. Na noite de 9 de agosto de 1969, Manson mandou quatro de seus discípulos à casa do diretor cinematográfico Roman Polanski, no luxuoso bairro de Bel Air, em Los Angeles. Polanski filmava em Londres, mas sua esposa, a atriz Sharon Tate, 26 anos, estava grávida de oito meses e recebia alguns amigos num jantar íntimo. Ela foi esfaqueada 16 vezes e depois enforcada. Seus convidados também foram mortos.
Já em 1978, mais de 900 pessoas morreram nas selvas da Guiana, após tomarem uma mistura de “K-suco” e cianureto. Eles pertenciam a uma seita chamada Templo do Povo, organizada em torno do pastor evangélico Jim Jones. Ele havia transferido sua seita de Indianápolis, passando por Redwood Valley, na Califórnia, até as matas sul-ameircana. Ato tão chocante quanto o cerco ao Ramo Davidiano, do líder David Koreh, em 1992. Ele era um cantor de rock medíocre, mas com domínio da Bíblia e carisma de ídolo pop. Seu grupo montou autêntico arsenal num sítio nos subúrbios da cidade de Waco, no Texas.
As autoridades americanas passaram a investigá-los e uma desastrada tropa de choque tentou invadir o Q.G. dos Davidianos. Foram repelidos à bala.
Começava um cerco que terminaria somente no dia 15 de abril, com suicídio coletivo de 80 pessoas. A maneira escolhida por Koresh foi o tiro na nuca dos fiéis com os corpos sendo consumidos pelo fogo. Até hoje as autoridades americanas têm de enfrentar o culto dos Davidianos. Um exército de vingadores de Koresh armou-se contra o governo para protestar. Um destes “soldados” é o terrorista Tim McVeigh, que no dia 19 de Abril de 1995 explodiu um edifício público em Oklahoma City, matando 160 pessoas.
Provocar mortes não é privilégio das seitas americanas. Desde 1994, o Templo do Sol, que se originou na França, espalha mortes nos países de língua francesa. No total, 74 fiéis se suicidaram em rituais que provocaram o incêndio de casas na França, Canadá e Suíça. A seita japonesa Aum Shinrikyo não se limitou a matar seus próprios discípulos, em 1995, no Japão. Comandados pelo guru Shoko Asahara instalaram o pânico no metrô de Tóquio ao contaminar com gases tóxicos 16 estações. Resultado: dez mortos e 5.500 intoxicados (6).

 

Contra as Seitas

Os deputados da França decidiram mobilizar-se contra as seitas que tentam sua disseminação no país. Novas leis visam instaurar forma mais rápida de restrição à liberdade religiosa. Um dos resultados dessa mobilização foi o fato dos prefeitos franceses ganharem autonomia para impedir a instalação de qualquer templo pertencente a organismo considerado suspeito pelo Estado. Além disso, foi criada a figura jurídica do crime de manipulação mental, que pode resultar em cinco anos de detenção e multa de US$ 70 mil. Dentre os 700 cultos e seitas listados como ameaças para a sociedade, estão: a Cientologia (da qual fazem parte os atores John Travolta e Tom Cruise), Nova Acrópole e as Testemunhas de Jeová. Algumas denominações evangélicas também foram incluídas nesta lista (7).

 

Paganismo no Reino Unido

Paganismo e bruxaria são palavras que estão cada vez mais em voga no Reino Unido, país que, durante séculos, tem sido majoritariamente cristão. O número de adeptos de seitas com origem nas culturas pagãs dos novos primitivos da Europa, como os celtas e gauleses, vem crescendo nos últimos anos. Hoje, mais de 40 mil pessoas declaram-se pagãs na Inglaterra, o que faz deste o oitavo grupo religioso do país. A Federação Pagã da Grã-Bretanha, representante de muitas seitas místicas, estima que já existam entre 50 mil e 200 mil adeptos do paganismo por lá (8).

Sacrifícios de gatos para ficar Invisível

Existe um grande número de seitas na Espanha, porém a mais perigosa é conhecida como La secta del livre. Entre as práticas do grupo estão os contínuos sacrifícios de gatos e queima de livros na liturgia, fato que pode causar incêndio nos prédios vizinhos aos lugares de reunião. Seus adeptos fazem isso porque crêem que podem tornar-se invisíveis se matam gatos um a um na quinta-feira e cortam as cabeças dos felinos na sexta-feira, em hora marcada, devendo a cara do animal estar voltada para o oriente. Colocam sementes nos olhos, boca e nariz dos gatos e deixam até que gangrenem. Quando estão bem maduras, colocam-nas num prato e as introduzem uma a uma em suas bocas, mantendo um espelho na mão esquerda. Conforme vão comendo as favas, vão contemplando a imagem desaparecer (9).

 

Apologética

Pelos números do IBGE, as religiões e seitas que esperam de alguma forma o apocalipse reúnem 30 milhões de adeptos no Brasil. Especialistas canadenses calculam que 20 mil novos movimentos religiosos atuam no mundo, 200 deles baseados em cartilhas extremistas que pregam suicídio e até assassinatos.
O sociólogo Lisias Nogueira Negrão, professor da USP, estabelece a diferença entre religião e seitas. “Igrejas são grupos estabelecidos, vinculados à sociedade”. Já “as seitas são movimentos emergentes que apresentam restrição ou desconforto em relação à regra teológica e apresentam contestações aos valores sociais estabelecidos” (10).
Definição de seita por Dom Estêvão Bettencourt: “Uma seita (vem de sectário) é uma dissidência ou um grupo fechado que julga estar o mundo corrupto, e pretende ter a verdade como patrimônio seu e solução para todos os problemas da humanidade. Os membros das seitas são geralmente submetidos a um regime autoritário, imposto por um líder “iluminado”, que lhes dificulta o senso crítico” (11).
As seitas são grandes desafios para os estudiosos, Igreja e a sociedade.
Por detrás das seitas existe todo um projeto ganancioso que faz das pessoas objetos e mercadorias. Cujo objetivo é a construção de um império econômico e religioso.
É de bom alvitre e de uma abissal caridade denunciar todo o projeto sectário para o bem de todos e ordem na sociedade.
O Documento de Aparecida procede muito bem no incentivo da restauração da Apologética Cristã sobre o perigo das seitas: 
“Hoje se faz necessário reabilitar a autêntica apologética que faziam os Pais da Igreja como explicação da fé. Mais do que nunca os discípulos e missionários de Cristo de hoje necessitam de uma apologética renovada para que todos possam ter vida nEle” (Nº 229).
“No fiel cumprimento de sua vocação batismal, o discípulo deve levar em consideração os desafios que o mundo de hoje apresenta à Igreja de Jesus, entre outros: o êxodo de fiéis para seitas e outros grupos religiosos” (Nº 185).
“Para cumprir sua missão com responsabilidade pessoal, os leigos necessitam de sólida formação doutrinal, pastoral, espiritual e adequado acompanhamento para darem testemunho de Cristo e dos valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e cultura” (Nº 212).

 

Conclusão:

Faraós, reis, imperadores e magos quiseram e fingiram ser Deus para dominar e matar os subordinados, todavia, o único Deus verdadeiro se fez homem para libertar e dar vida a todas as criaturas.
Junto com a soberba humana, o diabo coloca na mente dos líderes sectários que não basta ser homem e sim Deus ou vice Deus para ficar por cima dos outros e poder convencer e até eles mesmos desse engano mortal.
A mentira religiosa dá um retorno lucrativo para os falsos líderes maior do que qualquer outra área secular.
A omissão do ensinamento da doutrina cristã, o relaxamento dos fiéis e a opressão do falso líder religioso, deixam os sectários na depressão para causar neles uma explosão de fanatismo.
O fanatismo religioso é a pior forma de violência. A sua ação maléfica destrói o corpo, a mente e a alma.
É de suma importância à denúncia sobre as seitas e a conscientização sobre seus males.


Pe. Inácio José do Vale
Pesquisador de Seitas
Professor de História da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com