Testemunhas de Jesus

 

 

Objetivos

Mostrar que todo o crismado tem como missão testemunhar Jesus que é o único pelo qual somos salvos.

 

Preparação para o encontro

Bíblias;

 

Acolhida

Oração: Pai Nosso.

Relembrar o encontro anterior:

O Cristianismo será o resultado de uma experiência histórica feita por Jesus Cristo, o qual entrega a sua vida como sacrifício na cruz. Com ela se dá o começo do esclarecimento sobre o mistério de sua pessoa. Ela é reveladora de quem é Jesus Cristo e do significado de sua missão, de sua proposta sobre o Reino de Deus e do seu futuro no horizonte da vontade de Deus Pai.

O Cristianismo nasceu do Crucificado que, por amor, entregou sua vida para salvar e libertar o ser humano das garras do pecado. O Crucificado ressuscitou e passou a ser uma presença sacramentalmente viva na comunidade através da Eucaristia. Por isso, a comunidade de seus seguidores é convocada a fazer o mesmo caminho que implica uma identificação vital, existencial e histórica com o Crucificado-Ressuscitado. “A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o Corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim, um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta”. (cf. CIC 1398)

 

Ver

COMUNIDADE: ESPAÇO E META DO (A) CRISMADO (A)

Para quê um cristão, uma cristã é crismado/a? Será que é apenas para fazer uma festa? Para mostrar uma roupa?

Penso que um jovem ou adulto consciente da sua responsabilidade não se prepara para receber um sacramento por motivos tão banais.

Uma coisa é certa: tudo tem suas exigências.

Como na vida em família existe amor, liberdade, mas também exigências, assim também acontece com o sacramento, que é dom, presente e sinal de Deus.

Queremos refletir um pouco sobre as exigências do sacramento da Crisma, ligadas à vivência comunitária.

DINÂMICA

1) Escrever, em vários cartões, palavras com funções diversas:
Ex.: Medicina, cartão de crédito, direitos humanos, jornalismo, família, natureza, casamento, comunidade, política, cinema, sacramentos, ser cristão(ã), música.

2) Sortear os cartões.

3) Cada participante, ou em duplas, deverão apresentar, por escrito, um número maior de exigências que a palavra recebida comporta.

4) Desenhar em forma de símbolo a maior exigência.

5) Apresentar ao grande grupo que, por sua vez, poderá completar com outras exigências não ditas.

 

NOTA: A cruz não surgiu repentinamente na vida de Jesus de Nazaré. Ela foi consequência de uma opção radical pelo Pai e pelo Reino. Na fidelidade ao Pai, Jesus é fiel também aos pobres e aos pecadores, os quais o Pai ama e quer resgatar. Jesus é tão solidário à sorte dos que sofrem como ele, que dá sua própria vida por eles.

O que significa afirmar que a cruz passa a ser conteúdo de anúncio das primeiras comunidades cristãs? Quer dizer que a experiência feita pelo Crucificado aparece como elemento determinante para os seguidores de Jesus identificarem sua vida com a dele.

A sabedoria da razão humana, porém, não é suficiente para explicitar a experiência cristã da cruz. Seu significado savífico-libertador é entendido somente com base na sabedoria de Deus, cujo princípio é a fé vinculada à experiência original de Jesus Cristo Crucificado. O Cristianismo está radicando em Jesus Crucificado.

 

Iluminar

 FÉ: VIVIDA TESTEMUNHADA E CELEBRADA EM COMUNIDADE

A fé cristã tem dupla dimensão: pessoal e comunitária.

Nosso Deus é um Deus comunitário: Deus Trindade.

Jesus criou uma comunidade de discípulos e com eles caminhou pelas estradas da Galiléia e da Judéia até a cruz. Estes discípulos comungaram sempre mais a vida, as propostas, o projeto de Jesus.

Duas exigências foram colocadas pelo mestre: Conversão e seguimento - “Convertam-se e acreditem na Boa Notícia” (Mc 1, 15).

“Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus” (Mt 4, 20).

Seguir a Jesus é juntar-se, fraternalmente, aos outros discípulos. Para isso, é preciso deixar as redes do egoísmo, do consumismo, da preguiça, do comodismo, para ir ao encontro das pessoas e suscitar “vida para todos”.

“Quem crê não pode deixar de testemunhar sua fé. Quem foi escolhido, recebe uma missão.

A missão fundamental é pregar o próprio Evangelho, anunciar Jesus, revelar o amor do Pai pela humanidade. Mas o próprio amor a Deus exige o amor fraterno, a comunhão e a participação.

E mais, o empenho na libertação de todas as escravidões que o nosso mundo moderno apresenta” (cf. Puebla 327; CR 66).

O sacramento da confirmação é o sacramento da militância. Militante é aquele que defende ativamente uma causa. A causa maior defendida pelos seguidores de Jesus deve ser a justiça. Esta era também a causa dos profetas na Antiga Aliança.

A crisma acentua o envio para a missão. Uma fé bem vivenciada concreta e comprometida reforça a tarefa missionária da Igreja.

 

Ler  Mc 8,34-38-  a multidão aparece unida aos discípulos quando se trata de percorrer o caminho da cruz como seguimento de Jesus Cristo. A via da cruz não está destinada tão somente para alguns poucos, mas sim para todas as pessoas que queiram seguir de fato Jesus Cristo. O seguimento exige a renúncia dos interesses pessoais que não estejam sintonizados com o projeto do Reino. Tomar a cruz e seguir o caminho do Mestre é enveredar pelo caminho do serviço na doação total até a entrega da própria vida motivada pelo amor, a exemplo do Mestre.

Não entregar a vida a serviço do Reino e de seus riscos pensando em salvá-la é um equívoco. Quem procede assim no fundo acaba perdendo a vida por preguiça, omissão ou indiferença. Mas quem não reserva a vida para si e a coloca a serviço do Reino na caridade, ainda que a perca ao entregá-la, a exemplo de Jesus Cristo, na verdade estará salvando-a. sendo a vida o maior dom de Deus, se for colocada a serviço do Reino, jamais poderá ser perdida.

 

Agir

Motive uma conversa em grupo com as seguintes perguntas:

·         Até que ponto estou disposto a perder a vida como ensina Jesus?

·         Para Jesus, o que significou abraçar a Cruz?

·         Todo cristão deverá abraçar a sua Cruz para merecer o nome de cristão?

 

Celebrar

Oração final: Creio

 

 


MISSÃO DOS CRISMADOS

 

A missão não pode ser como uma lâmpada que ora se acende ora se apaga. Ela é um processo que a catequese precisa ir motivando desde os primeiros passos de cada cristão. Não existe missão para si próprio. Missão é algo que impulsiona a sair de si para o bem da comunidade.

Não importa se os interlocutores da Crisma são jovens ou adultos.

Importa, sim, que todos possam assumir uma fé como processo de crescimento e que esta se expresse num comprometimento com o vasto mundo e com a comunidade eclesial.

Alguns caminhos para serem assumidos pelos crismandos:

• Exercer serviços na liturgia, catequese, CEBs, pastoral da juventude, missionária, vocacional...

• Presença e testemunho nos ambientes onde se encontram, com vistas à mudanças para um mundo mais justo e fraterno: Nas escolas e universidades, no trabalho, na política, nas movimentos ecológicos, nas associações de bairro, no meio rural, no lazer, nas comissões de justiça e paz, nas reivindicações ecológicas, de gênero, de categorias, nas lutas por melhorias de saúde, educação, saneamento, água...

• Diz a Evangelli Nuntiandi: “O campo próprio de cada cristão/ã é o vasto e complicado mundo da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação e outras realidades como: a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e os sofrimentos” (cf. EN 70).

 

O documento CATEQUESE RENOVADA (n.º 26) aponta os principais compromissos de um cristão/ã. Vejamos:

• Compromisso na construção da história. Tendo fé no Deus da vida, acreditando numa efetiva organização para possibilitar maior dignidade a todos, suscitará esperança em construir um mundo diferente (CR 252-255).

• Compromisso com a família. A família é o berço de todos os valores. Ela permite a primeira experiência de comunhão na fé, no amor e no serviço ao próximo (CR 260-263).

• Compromisso com o trabalho. Construir a sociedade, sabendo que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho (CR 264-265).

• Compromisso com a política. O cristão crismado não é um omisso diante dos problemas sociais e econômicos, mas é um concreto participante para se viver uma verdadeira democracia (CR 266-270).

• Compromisso frente à pobreza. O necessitado, excluído e oprimido merecem atenção especial. Descobrir formas para maior solidariedade (CR 271-273).

• Compromisso com o crescimento da justiça, da dignidade humana, do desenvolvimento integral e da paz, contra todas as formas que provocam a injustiça, a fome, a miséria, a escravidão das drogas, a ausência de paz... (CR 274-276).

• Compromisso frente ao pluralismo. Diante desta realidade, o maior compromisso é o diálogo. Somos chamados a termos atitudes de tolerância e responsabilidade.

• O cristão(ã), pelo sacramento da crisma é fortalecido(a) pelo dom do Espírito Santo para assumir com coerência sua fé e, portanto, a vida cristã.

O(A) Sacramento da Crisma é o que nos coloca num processo de maior maturidade e permite um testemunho feito de atitudes comprometedoras na vida, dentro da família e da comunidade.

O(A) cristão(ã) crismado(a) se torna responsável por uma Igreja viva e renovada e por um mundo mais justo e mais fraterno.

Ir. Marlene Bertoldi