Santa Missa: A Ceia do Senhor – Parte I

 

 

Objetivos

Levar o crismando a compreender o valor da Santa Missa através do conhecimento e da vivência de cada parte da mesma.

 

Preparação para o encontro

Bíblias e folhetos da missa.

Folha com resumo sobre a missa.

 

Acolhida

Acolher os crismandos com alegria.

Relembrar o encontro anterior.

Oração inicial: Creio

 

Introdução do tema.

Sentido, valor e utilidade

Certa ocasião, numa cidade do interior, o bispo da diocese fora visitar as obras de construção de uma Igreja. Ele então, viu vários operários carregando tijolos de um lado para outro e resolveu conversar com alguns deles:

- O que você está fazendo?

E o primeiro responde-lhe:

- Carrego tijolos.

O segundo, feita a mesma pergunta, responde:

- Estou garantindo o leite de meus filhos.

Fazendo a mesma pergunta a um terceiro operário, este responde ao bispo:

- Estou ajudando a construir uma igreja, aonde as pessoas virão agradecer a Deus por tudo que ele faz em suas vidas.

Três pessoas, a mesma ação. E para cada uma delas a ação tinha um sentido diferente. É o mesmo que ocorre com a missa. Para alguns, não há sentido, pois fazem seus atos sem ter consciência deles. Outros têm uma visão muito individualista do que fazem, e por fim há os que enxergam o todo da realidade em que participam, fazendo seus atos terem um sentido total. E nós, em qual grupo nos encaixamos?

 

Ver

PROCLAMAR: Lc 24,13-35 Dois discípulos iam para um povoado, chamado Emaús.

Pedir que os crismados subdividam o texto em unidades e o comparem com a sequência da celebração eucarística.(explicar do versículo 13 ao 27)

Os vv. 13-15 atestam que a cena se dá no primeiro dia da semana, o que mostra o costume dos primeiro cristãos santificarem esse dia, como os judeus santificavam o sábado. Os discípulos estavam desanimados, sem esperança, e caminhavam na direção contrária de Jerusalém.

Quando vamos para a celebração eucarística, levamos conosco as histórias e tudo o que acontece ao nosso redor, em nosso país e no mundo. Muitas vezes, esses fatos não são muito animadores: violência, morte, doenças, desemprego. Mas também há sucessos e alegrias para celebrarmos. É preciso fazer memória de nossa vida para em Cristo tomarmos outro rumo: Os seus olhos estavam como vendados, incapazes de reconhecê-los (v. 16).

 “Na Missa ou ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote, que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor, [... na qual] se realiza a promessa de Cristo: Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles (cf. Mt 18,20).  Pois, na celebração da Missa, Cristo está realmente presente na assembleia reunida em seu nome como na pessoa do ministro, na sua palavra e, também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas. (cf. IGMR 27)

A comunidade reunida para a celebração é sacramento da presença do Cristo ressuscitado, é imagem do seu corpo: O próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles (v. 15). O celebrante principal da Eucaristia é o próprio Cristo. Ele está presente no ministro ordenado, sacramento do Cristo-Cabeça, e na assembleia, seu corpo eclesial.

Nos vv. 16-27, diante do desânimo e da incompreensão dos discípulos, Jesus explica as Escrituras, começando por Moisés passando por todos os Profetas (v. 27).

Na Celebração Eucarística, temos a liturgia da Palavra constituída por três leituras, uma geralmente do Antigo Testamento (primeira leitura), acompanhada por um Salmo, que retoma de forma orante o tema da leitura. Outra do apóstolo (segunda leitura), ou seja, do Novo Testamento. Com ápice da revelação temos a proclamação do Evangelho, acompanhada de gestos para honrá-lo: ficamos de pé, cantamos o Aleluia e o incensamos; recomenda-se que o texto seja cantado; quem proclama é o ministro ordenado; o texto possui um livro próprio – o Evangeliário, levado em procissão do altar para o ambão (estante da palavra); no final o livro é beijado. Normalmente, a primeira leitura e o Evangelho tratam do mesmo tema: o que o profeta viveu, Cristo realiza hoje em nossa celebração. “O mistério de Cristo, que a Palavra de Deus não cessa de recordar e prolongar, alcança seu mais pleno significado na ação litúrgica, de modo que a celebração litúrgica se converta em uma contínua, plena e eficaz apresentação dessa Palavra de Deus. Assim, a Palavra de Deus, proposta continuamente na liturgia, é sempre viva e eficaz (cf. Hb 4,12) pelo poder do Espírito Santo, e manifesta o amor ativo do Pai, que nunca deixa de ser eficaz entre os homens.

Cristo está sempre em sua Palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja (cf. SC sete). É  uma presença pessoal, dinâmica, salvadora, que primeiro se dá a nós como Palavra Viva de Deus, e depois como alimento eucarístico.

Do ambão proclamam-se as leituras de um livro (nunca de folhetos) chamado Lecionário, que muitas vezes é trazido em procissão. O ambão está relacionado com o altar; é diferente da estante simples do comentarista. A liturgia da Palavra e a da Eucaristia estão tão intimamente unidas entre si que formam um só ato de culto. Tomos a mesa do Pão da Palavra e a mesa do Pão Eucarístico; ambas formam uma só mesa da celebração.

O plano de Deus revelado pela Palavra deve ser inteiramente interpretado na comunidade. Por isso Jesus explicou-lhes em todas as escrituras, as passagens que se referiam a ele. (v. 27). Nas leituras explicadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela o mistério de Cristo e nos mostra o seu designo na vida da comunidade. Respondemos às leituras com a oração dos fiéis e concluímos com nosso sim à Palavra de Vida, professando nossa fé na Oração do Creio.


Perguntas:

1.                  Qual a importância da missa para o Cristão católico?

2.                  Porque devo ir a Igreja?

3. Qual o momento mais solene da celebração litúrgica da Igreja?


São 4 os Fins principais da Missa:
-Dar culto de adoração ao Pai;
-Agradecer os benefícios recebidos;
-Pedir perdão dos pecados cometidos;
-Implorar seus dons, graças e benefícios.

 

Iluminar

DINÂMICA:
A) Fazer um levantamento com o grupo de frases marcantes ditas por pessoas de destaque: pais, avós, amigos, professores, padres, catequistas, cientistas, filósofos, papas, santos...
B) Trabalhar com o grupo a frase:
“Fazei isto em memória de mim”
a) Por que esta frase de Jesus é marcante?
b) O que ela fala da vida de Jesus?
c) Em que ela nos compromete?
(Podem ser respondidas em forma de desenho em quadros ou com figuras em seqüência, destacando algumas palavras).

 

Agir

Participar da missa aos domingos com amor e devoção.

 

Celebrar

Leitura do Salmo 150. Que motivos temos para agradecer hoje? Orações espontâneas.

 

 


A MISSA PARTE POR PARTE

 

A missa é o culto mais sublime que oferecemos ao Senhor. Nós não vamos à missa somente para pedir, mas também para louvar, agradecer e adorar a Deus. A desculpa de que rezar em casa é a mesma coisa que ir à missa é por demais pretensiosa! É querer fazer da reza particular algo melhor que a missa, que é celebrada por toda uma comunidade! Assim, vamos à missa para ouvir a Palavra do Senhor e saber o que o Pai fala e propõe para a sua família reunida. Não basta ouvir! Devemos pôr em prática a Palavra de Deus e acertarmos nossas vidas (conversão). O fato de existir pessoas que freqüentam a missa, mas não praticam a Palavra jamais deve ser motivo de desculpa para nos esquivarmos de ir à missa; afinal, quem somos nós para julgarmos alguém? Quem deve julgar é Deus! Ao invés de olharmos o que os outros fazem, devemos olhar para o que Cristo faz! É com Ele que devemos nos comparar!

A DIVISÃO DA MISSA

A missa está dividida em quatro partes bem distintas:

1.                  Ritos Iniciais

Comentário Introdutório à missa do dia, Canto de Abertura, Acolhida, Antífona de Entrada, Ato Penitencial, Hino de Louvor e Oração Coleta.

2.                  Rito da palavra

Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração da Comunidade.

3.                  Rito Sacramental

1ª Parte - Oferendas: Canto/Procissão das Oferendas, Orai Irmãos e Irmãs, e Oração Sobre as Oferendas;

2ª Parte - Oração Eucarística: Prefácio, Santo, Consagração e Louvor Final;

3ª Parte - Comunhão: Pai Nosso, Abraço da Paz, Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão, Interiorização, Antífona da Comunhão e Oração após a Comunhão.

4.                  Ritos Finais

Mensagem, Comunicados da Comunidade, Canto de Ação de Graças e Bênção Final.

 

POSIÇÕES DO CORPO

Os gestos são importantes na liturgia. Nosso corpo também "fala" através dos gestos e atitudes. Durante toda a celebração litúrgica nos gesticulamos, expressando um louvor visível não só a Deus, mas também a todos os homens.

Quando estamos sentados, ficamos em uma posição confortável que favorece a catequese, pois nos dá a satisfação de ouvir evitando o cansaço; também ajuda a meditar sobre a Palavra que está sendo recebida.
Quando ficamos de pé, demonstramos respeito e consideração, indicando prontidão e disposição para obedecer.
Quando nos ajoelhamos ou inclinamos durante a missa, declaramos a nossa adoração sincera a Deus todo-poderoso, indicando homenagem e, principalmente, total submissão a Ele e à sua vontade.
Ao juntarmos as mãos, mostramos confiança e fé em Deus.

 

1. A missa é ação de graças

A missa também pode ser chamada de eucaristia, ou seja, ação de graças. E a partir da passagem do servo de Abraão pudemos ter uma noção do que é uma oração eucarística ou de ação de graças. Pois bem, esta atitude de ação de graças recebe o nome de berakah em hebraico, que traduzindo-se para o grego originou três outras palavras: euloguia, que traduz-se por bendizer; eucharistia, que significa gratidão pelo dom recebido de graça; e exomologuia, que significa reconhecimento ou confissão.

2. A missa é sacrifício

Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio, que do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida, pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é dom de Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria vida. Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e sacerdotisas.

3. A Missa também é Páscoa

A Páscoa foi a passagem da escravidão do Egito para a liberdade, bem como a aliança selada no monte Sinai entre Deus e o povo hebreu. E diante desses fatos o povo hebreu sempre celebrou essa passagem, através da Páscoa anual, das celebrações da Palavra aos sábados, na sinagoga e diariamente, antes de levantar-se e deitar-se, reconhecendo a experiência de Deus em suas vidas e louvando a Deus pelas experiências pascais vividas ao longo do dia. O povo judeu vivia em atitude de ação de graças, vivendo a todo instante a Páscoa em suas vidas.

RITOS INICIAIS

Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:

“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada, saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.

 1. Comentário Inicial

Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.

 2. Canto de Entrada

“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros”(IGMR n.25)

Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início da missa:

a) O canto

Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda assembléia durante os cantos.

b) A procissão

O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar.

c) O beijo no altar

Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.

Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.

3. Saudação

a) Sinal da Cruz

O presidente da celebração e a assembléia recordam-se por que estão celebrando a missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.

b) Saudação

Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembléia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas também é encontro com os irmãos.

4. Ato Penitencial

Após saudar a assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso... Em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós... Ou em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar... Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão da água, que nos convida a rememorar-nos o nosso compromisso assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados.

Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.

 5. Hino de Louvor

Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do advento - e em celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na íntegra.

 6. Oração da Coleta

Encerra o rito de entrada e introduz a assembléia na celebração do dia.

“Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).

Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e finalidade.

 

O RITO DA PALAVRA

O Rito da Palavra é a segunda parte da missa, e também a segunda mais importante, ficando atrás, somente do Rito Sacramental, que é o auge de toda celebração.

Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que facilita a instrução. Normalmente são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral um texto do Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto, porém, não significa que será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas acontece... Fixo mesmo, apenas o Evangelho, que será extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.

 

1.Primeira Leitura

Como já dissemos, a primeira leitura costuma a ser extraída do Antigo Testamento.

Isto é feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda de Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17). De fato, não poucas vezes os evangelistas citam passagens do Antigo Testamento, principalmente dos profetas, provando que Jesus era o Messias que estava para vir.

O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo, não é recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do início da missa, principalmente pessoas que não têm o costume de freqüentar aquela comunidade. Quando isso acontece e o "leitor", na hora da leitura, começa a gaguejar, a cometer erros de leitura e de português, podemos ter a certeza de que, quando ele disser: "Palavra do Senhor", a resposta da comunidade, "Graças a Deus", não se referirá aos frutos rendidos pela leitura, mas sim pelo alívio do término de tamanha catástrofe!

Ora, se a fé vem pelo ouvido, como declara o Apóstolo, certamente o leitor deve ser uma pessoa preparada para exercer esse ministério; assim, é interessante que a Equipe de Celebração seja formada, também, por leitores "profissionais", ou seja, especial e previamente selecionados.

 2.Salmo Responsorial

O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99% dos casos) do livro dos Salmos. Muitas comunidades recitam-no, mas o correto mesmo é cantá-lo... Por isso uma ou outra comunidade possui, além do cantor, um salmista, já que muitas vezes o salmo exige uma certa criatividade e espontaneidade, uma vez que as traduções do hebraico (ou grego) para o português nem sempre conseguem manter a métrica ou a beleza do original.

Assim, quando cantado, acaba lembrando um pouco o canto gregoriano e, em virtude da dificuldade que exige para sua execução, acaba sendo simplesmente - como já dissemos - recitado (perdendo mais ainda sua beleza).

 3.Segunda Leitura

Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume usar textos do Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair textos do Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.

Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento dos Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.

A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira leitura, com o leitor exclamando: "Palavra do Senhor!" e a comunidade respondendo com:"Graças a Deus!".

 4.Canto De Aclamação Ao Evangelho

Feito o comentário ao Evangelho, a assembléia a se põe de pé, para aclamar as palavras de Jesus. O Canto de Aclamação tem como característica distintiva a palavra "Aleluia", um termo hebraico que significa "louvai o Senhor". Na verdade, estamos felizes em poder ouvir as palavras de Jesus e estamos saudando-O como fizeram as multidões quando Ele adentrou Jerusalém no domingo de Ramos.

Percebemos, assim, que o Canto de Aclamação, da mesma forma que o Hino de Louvor, não pode ser cantado sem alegria, sem vida. Seria como se não confiássemos Naquele que dá a vida e que vem até nós para pregar a palavra da Salvação. O Canto deve ser tirado do Lecionário, pois se identifica com a leitura do dia, por isso não se pode colocar qualquer música como aclamação, não basta que tenha a palavra aleluia.

Comprovando este nosso ponto de vista está o fato de que durante o tempo da Quaresma e do Advento, tempos de preparação para a alegria maior, também a palavra "Aleluia" não aparece no Canto de Aclamação ao Evangelho.

 5.Evangelho

Antes de iniciar a leitura do Evangelho, se estiver sendo feito uso de incenso, o sacerdote ou o diácono (depende de quem for ler o texto), incensará a Bíblia e, logo a seguir, iniciará a leitura do texto.

O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido. É falta gravíssima não proceder a leitura do Evangelho ou substituí-lo pela leitura de qualquer outro texto, inclusive bíblico.

Ao encerrar a leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a expressão: "Palavra da Salvação!" e toda a comunidade glorifica ao Senhor, dizendo:"Glória a vós, Senhor!". Neste momento, o sacerdote ou diácono, em sinal de veneração à Palavra de Deus, beija a Bíblia (rezando em silêncio: "Pelas palavras do santo Evangelho sejam perdoados os nossos pecados") e todo o povo pode voltar a se sentar.

 6.Homilia

A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Observe-se que o altar já se encontra, em relação aos bancos onde estão os fiéis, em ponto mais alto, aludindo claramente a esse episódio.

Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que Cristo pregou. A autoridade de Cristo foi, portanto, passada à Igreja.

A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de Deus, traz para o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil anos. Neste momento, devemos dar ouvidos aos ensinamentos do sacerdote, que são os mesmos ensinamentos de Cristo, pois foi o próprio Cristo que disse: "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita" (Lc 10,16). Logo, toda a comunidade deve prestar atenção às palavras do sacerdote.

A homilia é obrigatória aos domingos e nas solenidades da Igreja. Nos demais dias, ela também é recomendável, mas não obrigatória.

 7.Profissão De Fé (Credo)

Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o Credo. Este nada mais é do que um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões. É como que um juramento público, como nos lembra o PE Luiz Cechinatto.

Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma verdade de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática, usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.

8.Oração Da Comunidade

A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida, marca o último ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas súplicas ao Senhor e intercede por todos os homens.

Alguns pedidos não devem ser esquecidos pela comunidade:

o                                            As necessidades da Igreja.

o                                            As autoridades públicas.

o                                            Os doentes, abandonados e desempregados.

o                                            A paz e a salvação do mundo inteiro.

o                                            As necessidades da Comunidade Local

A introdução e o encerramento da Oração da Comunidade devem ser feitas pelo sacerdote. Quando possível, devem ser feitos espontaneamente. As preces podem ser feitas pelo comentarista, mas o ideal é que sejam feitas pela equipe de Liturgia, ou ainda pelos próprios fiéis. Cada prece deve terminar com expressões como:"Rezemos ao Senhor", entre outras, para que a comunidade possa responder com: "Senhor, escutai a nossa prece" ou "Ouvi-nos, Senhor”

Quando o sacerdote conclui a Oração da Comunidade, dizendo, por exemplo: "Atendei-nos, ó Deus, em vosso amor de Pai, pois vos pedimos em nome de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. a assembléia encerra com um: "Amém!".