Sacramentos

Os sinais de Deus – Sacramentos (Encontros Marcados com Deus) 
 

 

Objetivos

-Conhecer e entender o que são os sacramentos.

- Entender que os sacramentos expressam a comunhão entre Deus e o ser humano, e dos seres humanos entre si. São também momentos de festa na comunidade, que celebra Deus atuando em seu meio e o crescimento que os seus membros vão tendo ao partilhar suas vidas.

 

Preparação para o encontro

Mensagens. Bíblias; caixa com objetos, fotos ou figuras relacionados aos sacramentos.

 

Acolhida

Receber os crismandos com uma lembrancinha escrita com a frase: SACRAMENTOS, SINAIS DO AMOR DE DEUS POR NÓS.

Invocação da santíssima trindade.

 

Oração: Vinde Espírito Santo.

Memória do encontro anterior. Leitura de Provérbios 4,20-27. Tudo que estamos aprendendo nestes encontros é para que possamos adquirir a sabedoria que vem de Deus. É importante saber "guardar o coração, porque dele brota a vida". Que nosso sentir seja repleto de amor.

Importante destacar a vocação e a missão comuns de todos para a vida cristã na Igreja, para os ambientes e para o mundo social, recebidas nos Sacramentos do Batismo, da Eucaristia, da Crisma e completar com as vocações de vida: matrimônio, sacerdócio, vida consagrada = religiosa e vocações de serviço à comunidade, como colaboradores de Deus.

 

Ver

Iniciando a conversa:

- Quantos e quais são os Sacramentos?

- Para que servem os Sacramentos?

- Qual o significado dos sacramentos para quem não participa da Igreja?

A caixa de Surpresa dos Sacramentos:

a) Antes do encontro,colocar dentro de uma caixa: objetos, fotos ou figuras relacionados aos sacramentos. Pelo menos um item de cada sacramento.

b) Neste momento do encontro, circular com a caixa entre os participantes. Um de cada vez, deverá pegar um item dentro da caixa e dizer qual o sacramento que está relacionado. Estes objetos devem ser colocados sobre a mesa. As fotos ou figuras devem ser colocadas no quadro onde se escreve: A Caminhada do Cristão. Deve-se obedecer a ordem da celebração destes sacramentos.

 

O Papa Bento XVI disse :“o Senhor sopra na nossa alma um novo sopro de vida, o Espírito Santo, a sua mais íntima essência, e, desse modo, acolhe-nos na família de Deus. Com o Batismo e a Crisma, nos é dado este dom de modo específico, e com os sacramentos da Eucaristia e da Penitência, isso se repete continuamente: o Senhor sopra na nossa alma um sopro de vida. Todos os Sacramentos, cada um de maneira própria, comunicam ao homem a vida divina, graças ao Espírito Santo que opera neles”.

 

Introdução: Sinais do Amor de Nosso Deus

Toda experiência humana está repleta de sinais e símbolos. O ser humano é um ser simbólico. Ele é capaz de captar, interpretar e expressar a realidade de forma plural e, ainda, vivenciá-la de forma afetiva. Celebra socialmente certos acontecimentos de sua vida impregnados de significado. Desde o nascer, o crescer, o comprometer-se, o perdoar, o partilhar, o envelhecer e o morrer, em tudo na vida haverá sempre algo que palavra nenhuma é capaz de dizer tudo o que expressam estes momentos.

 

Iluminar

Leitura bíblica: Jo 14, 8-11 ( Cristo, sacramento de Deus) – Ler e refletir

Dinâmica:Os sacramentos só têm sentido para quem participa da Igreja.

- O catequista deverá apresentar algum objeto pessoal que ele trouxe. Perguntar aos catequizandos o que estes significam para eles.

- Utilizando os próprios objetos, mostrar que nem sempre um objeto que é importante para alguém é importante para o outro. A partir desta conclusão, mostrar para os catequizandos que os sacramentos só têm sentido para quem participa da vida da Igreja.

 

Explicação

O QUE SÃO OS SACRAMENTOS

A palavra sacramento tem origem no termo latino sacramentum que corresponde ao termo grego mystêrion. Mystêrion não tem a conotação de mistério, no sentido de misterioso ou segredo. Seu sentido é oculto, inefável, grandioso, incompreensível. O plural de mystêrion é mystêria. Por isso, a Santa Igreja Católica também chama os sacramentos de Santos Mistérios.

O termo sacramentum é formado por dois outros termos: a) sacra: significa sagrado ou santo; b) mentum: de memorale, memória não no sentido de lembrança, mas de tornar novamente presente, repetido.

Nota: Sacramento são gestos de Deus em nossa vida. Realizam aquilo que expressam simbolicamente. Os sacramentos são, por conseguinte:

- Sinais sagrados, porque exprimem uma realidade sagrada, espiritual;

- Sinais eficazes, porque, além de simbolizarem um certo efeito, produzem-no realmente;

- Sinais da graça, porque transmitem dons diversos da graça divina;

- Sinais da fé, não somente porque supõem a fé em quem os recebe, mas porque nutrem, robustecem e exprimem a sua fé;

- Sinais da Igreja, porque foram confiados à Igreja, são celebrados na Igreja e em nome da Igreja, exprimem a vida da igreja, edificam a Igreja, tornam-se uma profissão de fé na Igreja.

O POR QUE DA INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

Podemos nos perguntar: por que Cristo quis fazer assim? Ele pode comunicar a graça diretamente, sem recorrer a nenhum meio sensível, ainda que tenha querido acomodar-se a nossa maneira de ser, dando-nos os dons divinos por meio de realidades materiais que usamos, para que fosse mais fácil para nós consegui-los. No batismo, por exemplo, assim como a água purifica naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento lava e limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o pecado original e qualquer outro pecado que possa existir, mediante a infusão da graça.

Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida pública, servindo-se de coisas naturais, de ações externas e de palavras. Tocou com sua mão o leproso (Mateus 8,3); untou com barro os olhos do cego de nascimento e ele recuperou a vista (João 9,6-7); para comunicar aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, soprou sobre eles (João 20,22).

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

· A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do penitente na confissão (contrição, confissão e satisfação).

· A forma são as palavras que, ao fazê-lo, se pronunciam.

· O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento

EFEITOS DOS SACRAMENTOS

· Caráter.

· Graça santificante

· Graça sacramental.

 

Agir

-Agradecer ao Senhor a instituição dos sete sacramentos e demonstrar a estima por eles, preparando-se muito bem para recebê-los.

-Receber com freqüência os sacramentos da Penitência e da Eucaristia.

 

Celebrar

Benção Final:

Que Deus nosso Pai que se faz presente em nossa vida, através dos Sacramentos, nos abençoe: em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

 


OS SACRAMENTOS

1. INTRODUÇÃO

O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegar a conhecer as coisas que os ultrapassam, temos de utilizar imagens, símbolos ou comparações, que desvelam um pouco o desconhecido. Deus procedeu conosco do mesmo modo, instituindo os sinais sensíveis que chamamos de sacramentos, para expressar as realidades sobrenaturais da graça. Mas a onipotência divina faz mais do que nós podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais sensíveis SIGNIFICAR e PRODUZIR a graça.

Para entender melhor o efeito dos sacramentos podemos compará-los com a vida natural, vendo que na ordem da graça:

- nascemos para a vida sobrenatural pelo Batismo,

- nos fortalecemos pela Confirmação,

- mantemos a vida com o alimento da Eucaristia,

-quando perdemos a vida da graça pelo pecado, a recuperamos pela Penitência,

- e com a Unção dos Enfermos quando adoece nosso corpo.

Para socorrer as necessidades da Igreja como sociedade, temos o sacramento da:

- Ordem sacerdotal, que institui os ministros da Igreja,

- Matrimônio, que com os filhos perpetua a sociedade humana e faz crescer a Igreja quando estes são regenerados pelo batismo.

2. O QUE SÃO OS SACRAMENTOS

Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, através dos quais nos é dispensada a vida divina.

Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra menos conhecida; se vejo fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos também sinal eficaz porque o sacramento não só significa, mas produz a graça (a fumaça só significa fogo, mas não o produz).

3. O PORQUE DA INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

1. Fraqueza do espírito humano: Após a queda no pecado original, todo gênero humano tornou-se criatura limitada que não consegue chegar ao conhecimento de coisas puramente espirituais, senão por intermédio de percepções sensíveis. Desta forma, com o intuito de nos facilitar a compreensão das operações invisíveis de Sua onipotência, quis o Supremo Criador manifestar suas virtudes ocultas por meio de sinais sensíveis, que fossem também prova de Seu amor para conosco.

Se o homem não tivera corpo, os bens espirituais lhe seriam propostos a descoberto, sem nenhum véu que os ocultasse. Mas, desde que a alma se acha unida ao corpo, era de todo necessário que, para a compreensão daqueles bens, ela se valesse de objetos adaptáveis aos sentidos (São João Crisóstomo, homilia 82,4 sobre Mateus).

2. Maior confiança nas promessas divinas: Nosso espírito dificilmente põe fé nas promessas que nos são feitas. Por isso é que, desde o início do mundo, Deus sempre tornava a anunciar Seus desígnios, e em alguns casos acrescentava às palavras outros sinais, como os milagres, para que assim os fiéis pudessem crer em Suas promessas. Quando anunciou Suas promessas aos hebreus através de Moisés, Ele as confirmava com uma série de milagres. Também Nosso Senhor Jesus Cristo, quando prometeu na Nova Lei a remissão dos pecados, a graça santificante, a comunicação do Espírito Santo, instituiu também certos sinais sensíveis, para que neles víssemos empenhada a Sua palavra e confiássemos em nela.

3. Medicação da alma pela Paixão de Cristo: por causa da queda no pecado original, todo gênero humano precisa dos auxílios da Graça para recobrar a saúde da alma. A virtude que dimana na Paixão de Cristo, isto é, a graça que nos mereceu no altar da Cruz, deve chegar-nos dos Sacramentos. Sem esta ajuda do Alto, sozinhos somos incapazes caminhar "até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo." (Ef 4,13).

4. União e distinção dos fiéis: Segundo Santo Agostinho (cf. Contra Fausto 19,11), nenhum grupo de homens pode constituir um corpo jurídico, a título de verdadeira ou falsa religião, se os membros componentes não se ligarem entre si, pela convenção de alguns sinais distintivos da sociedade. Ora, os Sacramentos da Nova Lei satisfazem essa dupla exigência, porque distinguem os infiéis dos fiéis, e unem estes entre si, mediante um vínculo sagrado.

5. Profissão pública de fé: Ensinou S. Paulo: “Crê-se de coração para ser justificado. Mas, para ser salvo, se faz confissão de boca” (cf. Rm 10,10). Pelos sacramentos fazemos pública profissão de nossa fé, e damo-la a conhecer aos homens.

6. Repressão do orgulho: Os sacramentos domam e reprimem o orgulho do espírito humano, pois são para nós uma escolha de humildade, onde somos obrigados a submeter-nos a elementos sensíveis, em obediência a Deus, de quem nos havíamos impiamente separado, para fazermo-nos escravos das coisas do mundo.

4. JESUS CRISTO INSTITUIU OS SETE SACRAMENTOS

Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo - que é o autor da graça e pode comunicá-la por meio de sinais sensíveis - e eles são sete: Batismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia, Penitência ou Confissão, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio. Nos sete sacramentos estão atendidas todas as necessidades da vida sobrenatural do cristão.

5. OS SACRAMENTOS DA IGREJA

Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e podemos dizer que são "da Igreja" em um duplo sentido: a Igreja administra ou celebra os sacramentos e os sacramentos constroem a Igreja (ex.: o batismo gera novos filhos da Igreja quando estes são regenerados pelo batismo). Existem, pois, por ela e para ela.

6. OS SACRAMENTOS DA FÉ

Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e, em definitivo, a dar culto a Deus, mas como sinais, tem também uma finalidade instrutiva. Não só supõem a fé, também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e ações; por isso são chamados sacramentos da fé.

7. EFEITOS DOS SACRAMENTOS

Os sacramentos, se são recebidos com as disposições requeridas, produzem como fruto:

· Graça santificante. Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O batismo e a penitência dão a graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem recebê-los estando na graça de Deus. Aquele que os recebe em pecado mortal comete pecado de sacrilégio.

· Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada um outorga algo especial que chamamos graça sacramental. É um direito de receber de Deus, no momento oportuno, a ajuda necessária para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele sacramento. Assim, o batismo dá a graça especial para viver como bons filhos de Deus; a confirmação concede a força e o valor para confessar e defender a fé até a morte, se for preciso; o matrimônio, para que os cônjuges sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os filhos; etc..

· Caráter. O batismo, confirmação e ordem sacerdotal concedem, além disso, o caráter, que é um sinal espiritual e indelével que confere uma peculiar participação no sacerdócio de Cristo. Por isso, estes sacramentos só se recebem uma única vez.

8. DE QUE SE COMPÕE UM SACRAMENTO

Um sacramento se compõe de matéria, forma e o ministro que o realiza com a intenção de fazer o que faz a Igreja.

· A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do penitente na confissão (contrição, confissão e satisfação).

· A forma são as palavras que, ao fazê-lo, se pronunciam.

· O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento.

9. DIVERSIDADE DE SACRAMENTOS

Seguindo a analogia entre vida natural e etapas da vida sobrenatural, podem-se distinguir nos sacramentos, três grupos distintos:

a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, que põem os fundamentos da vida cristã e comunicam a vida nova em Cristo;

b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos, que curam o pecado e as feridas da nossa debilidade;

c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos para socorrer as necessidades da comunidade cristã e da sociedade humana.

Os sacramentos formam um organismo no qual cada um deles tem sua função vital. A Eucaristia ocupa um lugar único, enquanto "sacramento dos sacramentos". Podemos dizer com Santo Tomás de Aquino que "todos os outros sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como seu fim". 

 

VER TAMBÉM: 

Batismo

Eucaristia

Crisma

Matrimônio e Ordem

 Unção dos Enfermos 

Sacramento da Confissão