Os Frutos do Espírito

 

 

Objetivos

Conhecer melhor a ação do Espírito Santo em nós.

 

Preparação para o encontro

Bíblias. Cópias dos textos para dinâmica.

 

Acolhida

Oração inicial e proclamação da leitura

É pelo fruto que se conhece a árvore" (Mt 12,33).

1. Ler   Lc 13, 6-9.

Os bons frutos do Espírito Santo

2. A história foi contada por Jesus a umas pessoas que gostavam de comentar a vida dos outros, mas nada faziam de bom. Logicamente, Jesus não estava pensando em figos. Ele que­ria era falar da nossa conversão e das nossas boas obras. Devemos ser muito mais responsáveis que uma figueira, pois fomos criados "à imagem e semelhança de Deus" (Cf. Gn 1, 26).

E o Senhor sempre nos tratou com muito amor. A vinda de Jesus à terra foi o sinal visível do amor que o Pai tem por nós. Pode ser que você, até hoje, tenha vivido acomodado no seu egoís­mo, sem produzir frutos de amor ao próximo. Pois bem, agora tem um prazo para começar a produzir "frutos". O adubo do cristão é a força que o Espírito Santo nos dá na Crisma. Aprovei­ta esta oportunidade.

 

Ver

O Batismo é a raiz e o tronco duma árvore e o Crisma são os seus ramos e frutosFrei Betto

1. Ver também o que Jesus disse em Jo 15, 5-6.

E os frutos do Espírito Santo devem ser "bons", pois ele é o Espírito da Verdade, da Justiça e do Amor de Deus. Jesus disse que se reconhece o cristão pelas boas obras, assim como pelos frutos se conhece a árvore (Mt 7,19-20).

 

Agir segundo o Espírito Santo

2. As nossas ações, não só devem ser boas, mas devem ser feitas com o Espírito de Deus. Pode alguém fazer coisas boas, mas com segundas intenções. Jesus disse: "Quando deres es­molas, não te ponhas a anunciar em público, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com a intenção de serem elogiados pelos homens" (Cf. Mt 6, 2).

O maligno sempre nos tenta: ou para não fazermos o bem, ou para fazermos o bem sem o Espírito de Deus. Por isso nos alertou Jesus, dizendo: "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos céus, mas somente aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão na­quele dia: 'Senhor, Senhor', não foi em teu nome que profe­tizamos e em teu nome que expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres?' Então, sem rodeios, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a maldade" (Mt 7,21-23).

A prática de atos de piedade ou de obras de caridade, sem fé e sem amor, faz-nos cair no farisaísmo, condenado por Jesus.

 

3. Ler o que o Senhor nos diz em Gal 5, 22-26, sobre os frutos do Espírito.

Há pessoas que têm dons extraordinários. Poderiam colaborar em muitas coisas na Igreja. Mas nunca dizem "sim".. Às vezes fazem-se humildes, dizendo que outros sabem fazer melhor. Têm sempre alguma desculpa para dar.

Mas não te envaideças, se tens algum dom. Antes, põe ao serviço da comunidade o dom que tu recebeste, pois ninguém poderá apresentar-se diante de Deus só com o que de Deus re­cebeu, mas sim com os frutos que produziu, com os dons que Deus lhe deu (Cf. Mt 25,14-30).

 

Iluminar

O primeiro dom do Espírito é o amor (1Jo 4, 8.16; Rm 5,5; CIC. 733). O amor contém todos os demais dons. Então, e quais são os demais dons? São os 7: Sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (CIC. 1831). Não obstante os dons também existem os 12 frutos do Espírito: caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade (= capacidade de agüentar o mal/ira, suportar provocação, contrariedade), bondade, benignidade (= capacidade/disposição de ser bom, generoso, clemente, capacidade de fazer o bem), mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade (Gl 5,22-23; CIC. 1832).

É importante conhecer os dons e frutos do Espírito, pois nos dá a entender seu jeito de agir, porém, devemos ter em mente que, o Espírito é Deus, e como tal, não se limita a símbolos e números.

RECORDANDO:

·                    Conta a parábola da Figueira sem frutos.

·                    O que acontece às pessoas que não dão bons frutos?

·                    Como devemos realizar as boas obras?

·                    O que dirá Jesus a quem faz o bem com segunda intenção?

·                    Que é farisaísmo?

·                    Quais os frutos do Espírito mencionados na Bíblia?

 

 REFLETINDO:

·                    Estou produzindo bons frutos? Quais?

·                    Se Deus viesse até mim, hoje, para buscar frutos, o que Ele encontraria?

Os frutos do Espírito Santo,  são a resposta que damos à presença do Espírito Santo em nós. São ações e atitudes, que fazemos em nossas vidas e que são movidas por inspiração do Espírito Santo para que não pratiquemos às obras da carne, mas pelo contrário, vivamos segundo o Espírito Santo.

Deus nos criou e amou tanto que nos deu de presente a liberdade, respeitando nossas escolhas.
Se somos livres, podemos escolher qualquer caminho. Quando nós não nos deixamos guiar pelo Espírito Santo somos semelhantes a uma árvore seca, sem vida, sem frutos.
Nós, como filhos de Deus, guiados pelo Espírito Santo, devemos ser árvores boas que dêem bons frutos e frutos que permaneçam e sejam presentes a cada dia de nossas vidas.

 

Dinâmica:

Em grupos ler o texto(Catequese sobre o Espírito Santo, por São João Maria Vianney) e respondes as perguntas.

 

Agir

Organizar espiritualmente a minha vida.

Ler GáI 5, 13-26 e todo capítulo 13 de 1 Cor.

 

Celebrar

Oração para pedir os frutos do Espírito Santo

Senhor, recebemos de vossas mãos as sementes da liberdade, da justiça, do amor e da paz.Fazei de nós semeadores da boa semente.

Que o vosso Espírito nos conduza nesta missão de semear fraternidade e promover a vida. Livrai-nos das ervas daninhas do egoísmo, da injustiça e de todo mal.

Quando ela cresce entre nós dá frutos amargos de “fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, vícios, orgias e outras coisas semelhantes”.

Livrai-nos destes frutos de morte!

Que a vossa boa semente, regada pela Água Viva do vosso Espírito, dê abundantes frutos de vida.Dai-nos, Senhor, os doces frutos do Espírito Santo:“caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança”.

Que o Dom do Amor, derramado em nossos corações, possa frutificar cada vez mais a fim de saciar quem tem fome e sede de justiça.

Mas que nossos frutos de solidariedade e de promoção humana possam saciar também tantos irmãos e irmãs famintos de pão, de saúde, de emprego e de escola. 

Senhor, presente no supremo fruto da Eucaristia, fazei de nós hóstias vivas para alimentar vosso povo faminto de pão e de esperança.

Enviai o vosso Espírito, doador de todos os dons, e dai-nos os vossos frutos de Amor.

Amém.                                     Pe. Joãozinho, scj  (inspirado em Gálatas 5, 13-26)

 


 

 

DISTINÇÃO ENTRE OS DONS E OS FRUTOS

 

•        Os Dons são dados, o fruto é gerado.

•        Os Dons vem após o Batismo no espírito Santo, o fruto é na conversão.

•        Os Dons são de fora para dentro, os Frutos vem de dentro para fora.

•        Os Dons já vem completo, o Fruto requer tempo para crescer.

•        Os Dons vem pelo Espírito, os Frutos vem por Jesus.

•        Os Dons são distintos, os Frutos é indivisível.

•        Os Dons confere poder, os Frutos confere autoridade.

•        Os Dons identificam o que fazemos, os Frutos mostra o que somos.

•        O mais interessante é que os Dons podem ser imitados, porem os Frutos nunca será.

 

OS FRUTOS DO ESPÍRITO-  Pe. Manuel Sabino (Fundador dos Servos do Bom Pastor)

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade e Ele é o "Senhor que dá a vida e que procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas." O Espírito Santo é o doador de todos os dons e carismas extraordinários; todos os frutos espirituais provêm d'Ele.
O Espírito Santo vem às nossas almas no dia do nosso Batismo, derramando sobre nós as três virtudes teologais: a Fé, a Esperança e a Caridade. E vem de um modo mais solene no dia em que recebemos o Sacramento do Crisma ou Confirmação, onde recebemos a efusão do Espírito que derrama sobre nós os sete dons: A Sabedoria ou Sapiência, o Entendimento, o Conselho, a Fortaleza, a Ciência, a Piedade e o Temor de Deus.
O Espírito Santo, para além de derramar as sete grandes colunas cristãs, confere ao cristão doze frutos que são: a Caridade, o Gozo, a Paz, a Paciência, a Benignidade, a Bondade, a Longanimidade, a Mansidão, a Fé, a Modéstia, a Continência e a Castidade.
Importa definir em breves palavras, não só os dons mas, fundamentalmente os frutos do Espírito Santo.
- A Caridade é um fruto do Espírito Santo. A caridade é amor e é o maior dos dons, porque ela não desaparece, existe para além da morte. O céu vive no amor: "A fé e a esperança hão de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1 Cor. 13,8).
- O Gozo ou alegria é caracterizado por aquelas emoções interiores, aquela alegria interior e satisfação espiritual profunda que o Espírito Santo derrama no coração e na alma. A pessoa sente um gozo inexplicável. Não há palavras humanas que possam descrever o gozo que provém do Espírito Santo.
- A Paz de que falamos não tem nada a ver com os motivos ou sensações externas mas é uma paz e suavidade interior, tal como Jesus disse aos Seus apóstolos: "Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz, não como o mundo a dá mas como Eu a dou" (Jo 14, 27). Jesus é a paz e a suavidade da alma.
- A Paciência suporta as adversidades, as doenças, as contrariedades e perseguições. A paciência é o fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé. O cristão paciente dificilmente é demovido da sua fé porque ele suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra o seu Deus mas tudo suporta e aceita.
- A Benignidade é a bondade que vai para além da bondade, isto é, muitas vezes fazemos um bem mas só até certa medida. Porém, a benignidade é a execução desse bem que vai para além do que deveria ser feito.
- A bondade é fazer o bem, desinteressadamente, às pessoas. A pessoa que o faz tem um bom coração, amando verdadeiramente. A resposta de alguém que ama a sério é: "Eu amo porque amo."
- A Longanimidade é a paciência para além da paciência, é quando alguém continua a ser paciente depois de, tantas e tantas vezes, ter sido posto à prova.
- O homem Manso dificilmente se revolta. A mansidão está sempre associada à humildade e à paciência. Jesus diz, quando se refere a Si mesmo: "Vinde a Mim que Sou manso e humilde de coração que Eu vos aliviarei. Vinde a Mim que o meu jugo é suave e a minha carga é leve. Vinde a Mim todos vós que estais sobrecarregados porque Eu vos aliviarei" (Mt 11, 28-30). Este é um grande convite do Sagrado Coração de Jesus a todos nós. A mansidão é contra a ira e contra o ódio. Assim, devemos procurar ser mansos, imitando o Divino Mestre.
- A Fé, para além de ser o fruto do Espírito Santo é uma das virtudes teologais. A fé é um dom muito importante, sem ela desesperamos e desanimamos ao longo da nossa caminhada, feita de altos e baixos, com muitas dificuldades. Sem a fé, o cristão chega a certa altura, depois de muitas dificuldades desiste e começa a levantar interrogações e deixa de praticar o bem, deixa de ir à Missa e diz: "Afinal, os que não vão à Missa, têm uma vida melhor do que a minha. Então, que me adianta ir à Missa e rezar?". A fé leva o cristão a manter-se firme na sua caminhada mas esta fé tem que ser conservada e protegida. Uma das maneiras é a oração que aumenta e protege a fé. A oração mantém-nos no caminho da fé e no caminho da salvação, por isso é indispensável.
- A Modéstia relaciona-se com o ser discreto. A modéstia é contra a ostentação e a exibição. A modéstia é o pudor que deve acompanhar todo o cristão pois nele habita Deus. Como tal, devemos respeitar o nosso próprio corpo, não o expondo como um mostruário. Alertai aquelas pessoas que se vestem com mini-saias, decotes exagerados, blusas transparentes, calças exageradamente apertadas, apresentando os contornos do corpo. Podemos usar roupas bonitas e arranjadas com o devido pudor e respeito pelo corpo.
- A Continência é um fruto do Espírito Santo. O homem continente sabe equilibrar-se, dominando a sua sexualidade. Sabe guardar-se e proteger-se. A continência é uma grande virtude. Se os homens e as mulheres de hoje possuíssem esta grande virtude, não haveria em muitos lares tanta tristeza, tanto aborrecimento porque todos saberiam manter a castidade e a pureza. A continência é o domínio de si mesmo em relação aos instintos sexuais.
- A Castidade é um fruto que leva o homem ou a mulher a manter a pureza do corpo e, consequentemente, a pureza da alma, não se deixando manchar, caindo em pecados contra o 6º e 9º Mandamentos. O sexto mandamento diz: "Guardai castidade nas palavras e nas obras"; e o nono mandamento diz: "Guardai castidade nos pensamentos e nos desejos."
A castidade não é só protegida quando o homem ou a mulher se abstêm de atos sexuais fora do casamento mas deve ser protegida, evitando que os olhos se fixem em programas indecentes ou imorais, ou se fixem na rua em situações impróprias porque isso leva a maus pensamentos e desejos.
S. Paulo, referindo-se aos esposos, fala da Fidelidade dizendo que aquele que é fiel à sua mulher, conserva a castidade e vice-versa. Por isso, S. Paulo quando se refere à fidelidade quer expressar a castidade também no casamento.

Estes doze frutos do Espírito Santo devem suscitar no cristão o desejo e o esforço de os conquistar. Para isso, deverá pedi-los e suplicá-los ao Espírito Santo porque a quem Lhe pede, Ele os dará. Se não os pedirdes, Ele ficará à espera. Contudo, com as preocupações, o corre-corre e a luta pela vida, muitas vezes esquecemo-nos de valores tão sublimes e elevados.
S. Paulo, ao falar dos frutos do Espírito Santo, lembrou os conceitos opostos a estes frutos que são as paixões, referindo-as como obras da carne: bebedeiras, orgias, ira, contendas, partidarismo, ciúme, ódio, inveja, adultério, fornicação. "Os que praticarem tais coisas, não herdarão o Reino de Deus" (Gl 5, 19-21). E, acrescentando,
S. Paulo diz-nos: "Devemos viver segundo o Espírito e não segundo a carne" (Gal. 5,16).
Há quem viva segundo a carne, não passa sem o sexo, sem a bebedeira, sem a ira, a raiva, a vingança, o ressentimento e até pensa que tudo isto são valores que devem ser vividos. Há programas de televisão, revistas e livros que lançam o sexo como um valor indispensável, aconselhando a juventude à libertinagem sexual e fazendo imensa propaganda dela. Isto, para o jovem menos avisado, menos orientado e menos esclarecido, é um bem e um valor sem o qual não pode viver, atirando-se desinfreadamente para a sexualidade.
Assim, perderá a sua própria personalidade. S. Paulo acrescenta: "Quem vive da carne colherá a morte, mas quem vive segundo o Espírito colherá a Vida Eterna" (Gl 6, 8).
Devemos rezar com mais assiduidade ao Espírito Santo, confiando na Sua ação e santificação na Igreja e nas almas. Sem a ajuda e o impulso do Divino Espírito Santo, nada se pode fazer ou cumprir para agradar a Deus ou à Santíssima Trindade, para seguir o verdadeiro caminho.
Os cristãos devem cultivar um amor ardente e mais confiante no Espírito Santo. A devoção ao Espírito Santo é uma devoção necessária para o cristão, uma vez que o Sagrado Coração de Jesus é inseparável do Espírito Santo, ou seja, ser devoto do Sagrado Coração de Jesus implica ser devoto do Espírito Santo que deve ser assiduamente invocado, rezado, convidado e procurado, pois só Ele nos impulsiona à prática do bem.
O Espírito Santo é a alma e o motor da Igreja, é Ele que vem conduzindo a Igreja ao longo do tempo e irá conduzi-la até ao fim dos tempos.
O Espírito Santo é o dom de Deus para a alma do cristão, é o amor e a suavidade do Pai e do Filho, Ele é o espírito da fortaleza. Foi Ele que deu aos mártires a força de morrerem, corajosa e alegremente, pela causa de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela causa do Evangelho. O Espírito Santo dá a coragem e a energia para que o cristão possa prosseguir no caminho da fé e da salvação.
O Espírito Santo que em nós diz "Abba Pai" lembra-nos que somos filhos de Deus e que, por isso, possuímos uma dignidade elevada. O Espírito Santo que conduz o cristão é uma luz indispensável para cada um de nós. Cristo é o caminho e Ele prometeu aos apóstolos uma força do Alto, o Espírito Santo Paráclito para que estes pudessem realizar tudo aquilo que ouviram e aprenderam do Divino Mestre.
A luz de Cristo que ilumina a nossa alma é o Espírito Santo pois Jesus morreu para nos dar a vida mas o homem nada pode fazer sem o socorro divino, sem a ajuda de Deus. Para a nossa santificação temos necessidade do Espírito Santo, devendo suplicar-Lhe os Seus dons e frutos. Assim, o que é impossível para nós torna-se possível se rezarmos e invocarmos o Espírito Santo, se pedirmos a Sua ajuda.
Temos como exemplo a Igreja primitiva. Pensemos e meditemos no comportamento dos Apóstolos que tiveram a coragem de deixar tudo para seguir Jesus cheios de alegria, entusiasmo e coragem, e isto, graças à ação do Espírito Santo.
Jesus instruía-os pacientemente, mas eles por vezes não percebiam os ensinamentos de Jesus porque ainda não estavam repletos do Espírito Santo. Assim acontece conosco, se não estivermos cheios do Espírito Santo não percebemos muitos dos ensinamentos do Divino Mestre. É o Espírito Santo que vai despertando o desejo de seguir Jesus porque o homem por natureza é fraco e precisa desta força. Os Apóstolos andaram de país em país, de cidade em cidade, realizando prodígios, milagres, correndo perigos, sofrendo perseguições e até a morte graças à força do Espírito Santo.
Foi com os homens fracos que a Igreja primitiva se formou, porque este chamamento não depende do homem mas d'Aquele que chama. Não depende da capacidade ou da inteligência do homem, depende de Deus. O homem é apenas o canal, o instrumento, a via através da qual Deus trabalha e age desde que o homem permita e aceite a disposição de Deus na sua vida. Deus só precisa da disponibilidade do homem, o resto é feito por Ele.
Se disseres: "Eis-me aqui, ó meu Deus para fazer a Tua vontade, faz de mim o que pretendes", Deus começa a agir mas para isso é preciso que deixemos os nossos preconceitos, vontades, caprichos e vaidades, pois como diz Jesus: "Quem quiser seguir-Me, negue-se a si mesmo, pegue na sua cruz dia após dia e siga-Me" (Mt 16, 24). E o que significa negar-se a si mesmo? Significa dizer "Não" aos nossos caprichos, às nossas vontades, aos nossos prazeres para que, quando estivermos vazios de nós mesmos, possamos ficar cheios do Espírito Santo.
Temos que esvaziar aquilo que está dentro de nós, porque se não o fizermos, é como despejar água num copo cheio - é impossível - porque é preciso que o copo esteja vazio para que seja possível enchê-lo. Acontece o mesmo com o homem. Quando estamos cheios de nós mesmos, do nosso orgulho, da nossa vaidade, Deus resiste e recua, como diz o salmista: "Eu resisto ao orgulhoso e me aproximo do humilde de coração"
Ele escolhe o que é vil e desprezível para confundir o mundo. Deus é sempre Deus e assim ninguém poderá vangloriar-se diante de Deus porque os dons e os frutos não são méritos do homem, são dados por Deus.
S. Paulo, na carta aos Efésios 2, 8-9 escreve: "E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie." Quem se quiser gloriar deve gloriar-se em Jesus e não em si mesmo, nem nos valores mundanos, não na vanglória terrena, mas em Jesus. Assim, a tua glória será Jesus, o teu prêmio será Jesus, a tua alegria será Jesus.
A ação do Espírito Santo sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes foi tão forte e notória que, de fracos e cobardes que eram, estes tornaram-se fortes e corajosos em todas as circunstâncias da sua vida, suportando com coragem e paciência todo o tipo de afrontas e até o derramamento de sangue, dando a vida por Jesus e pelo Seu Evangelho.
Todas as virtudes, como a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança, devem ser pedidas e suplicadas ao Espírito Santo. Se fores prudente, se fores forte, naturalmente que, com mais facilidade, irás resistir às influências e pressão social; mas se fores fraco não poderás resistir-lhes.
A fraqueza do cristão leva-o, num dia de Domingo, a optar por não ir à Missa para ir a um passeio. Mas, se o cristão for forte, diz: "Eu vou ao passeio, mas primeiro vou à Missa" ou "apareço mais tarde, agora não posso; vou à Missa". É curioso porque, quando se trata de faltar ao emprego, a pessoa diz: "Não posso", mas quando se trata de assuntos de Deus a pessoa desleixa-se e falta à Missa. Esta atitude é fraqueza humana e também falta de fé. Lamentavelmente, hoje são poucas as pessoas que rezam e invocam o Espírito Santo.
O Espírito Santo não deve ser invocado somente pelos grupos carismáticos mas por todos os cristãos, por todos os batizados.
Alguns esquecem-se, muitas vezes, de invocar Maria Santíssima. Como é que se pode separar Maria Santíssima do Espírito Santo? Onde está o Espírito Santo tem que estar Maria Santíssima pois é Ela a distribuidora de todas as graças e é através d'Ela que o Espírito Santo distribui as graças ao cristão. Ela é Esposa do Espírito Santo.
Os homens fazem muitas perguntas e pedem coisas banais e passageiras mas esquecem-se de pedir o essencial que é a graça do Espírito Santo. S. Lucas no capítulo 11, 13, diz-nos: "O Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem".
Há diversidade de dons e de serviços mas o Espírito é o mesmo, pois é o mesmo Deus que opera tudo, em todos.
A manifestação do Espírito Santo é dada a cada um para proveito comum. A um, o Espírito Santo dá uma palavra de sabedoria, a outro, uma palavra de ciência, a outro a fé, a outro o dom das curas, a outro o dom de operar milagres, a outro a profecia, a outro o discernimento do Espírito, a outros, o dom das línguas e a outros a interpretação dessas mesmas línguas. Tudo isto, porém, é dado pelo mesmo e único Espírito que distribui a cada um conforme entende: "A manifestação do Espírito Santo é dada a cada um para proveito comum" (1 Cor 12, 7). O que significa isto? Todo o dom é dado, não para proveito pessoal mas sim para proveito dos outros, para que os filhos e as filhas de Deus beneficiem destes dons.
Não é dado porque a pessoa o merece mas porque o Espírito Santo entende dar o Seu dom a este ou àquele, para que saiba utilizá-lo em favor do bem comum.
Quando alguém recebe um dom tem que exigir de si mesmo muitos sacrifícios, muitas renúncias e muitas canseiras porque tem de fazer render o dom que foi recebido.
Assim explica a parábola dos talentos: "A quem mais recebe, mais lhe será exigido". Se recebes dois talentos vais ter que dar mais dois, quatro. Se recebes cinco vais ter que apresentar mais cinco, portanto dez. Aquele que recebeu cinco vai ter de trabalhar muito mais do que aquele que recebeu apenas dois. Por isso não devemos invejar os dons do Espírito Santo que alguém possui, porque é um pecado. Não podemos dizer: "Quem me dera eu ter este ou aquele dom". Não, porque isso é da vontade do Espírito Santo.
Reparem neste episódio que me aconteceu. Depois da Santa Missa chamei um colega Sacerdote para estar ao meu lado a ajudar-me a rezar pelas pessoas e o Espírito Santo resolveu realizar as suas curas e libertações. Depois, à mesa, o colega perguntou-me: "Onde é que aprendeste tudo isso?" e eu respondi-lhe: "Isso não se aprende, foi dado". Portanto, os dons são dados, não são aprendidos.
A caridade é o maior dom dado pelo Espírito Santo: "A caridade nunca acabará. As profecias cessarão, as línguas também cessarão e a ciência findará. Por agora subsistem estas três: a fé, a esperança e a caridade, mas a maior delas é a caridade" (1 Cor 13, 13).
Nunca nos esqueçamos que é o Espírito Santo que santifica e edifica as almas. É tudo obra do Espírito Santo, é Ele que converte os corações, que toca neles e não o padre. Se o padre estiver cheio do Espírito Santo as suas palavras vão tocar os corações e vão convertê-los, mas é o Espírito Santo que está no padre. Se ele não tiver o Espírito Santo em si pode fazer lindos discursos, muito bem preparados, mas não toca os corações, porque não O tem presente.
Ninguém poderá dizer: "Jesus é o Senhor" ou "Jesus, eu Te amo", se não for sob o impulso do Espírito Santo, nem poderá adorar a Jesus se não for pelo Seu impulso. Ninguém poderá ser humilde se o Espírito Santo não inserir no seu coração este belo fruto de reconhecimento e de união ao seu Criador. E quanto mais humilde for a pessoa, mais graças recebe de Deus.
Muitas vezes os cristãos perdem muitas graças porque não sabem recebê-las. Vamos dar um exemplo concreto: Se Jesus Sacramentado passa por ti e tu ficas de pé, como se fosses uma sentinela, Jesus queria dar-te as Suas graças mas não as poderá dar, porque não vê em ti humildade. Então, a graça passa e vai ser entregue ao homem humilde que já a tinha em abundância porque tu não honraste o teu Deus. Perante esta situação Jesus não pode fazer nada. Muitas pessoas dizem: "Não me apetece ajoelhar". E eu digo: "Não te apetece?" Mas é o teu Deus que está diante de ti! Tens uma fraca fé ou não a tens porque não identificas Quem está presente nesse momento.

 

 

Os Dons e os Frutos do Espírito Santo
 
 

CARISMAS - São dons dados em favor da comunidade (1Cor.12,4-11)

SABEDORIA - É a apreciação adequada das coisas de Deus, da virtude e do bem (Cfr. Prov. 3,13-15)

- Ajuda a conhecer a Deus e a sua vontade.
- Faz-nos ver a vida e a história à luz de Deus.
- Dá o adequado sentido de proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus. Damos ao BEM e à VIRTUDE seu verdadeiro valor, e encaramos os bens do mundo como meios, não como fins em si. (Ex.: O homem que perde o seu fim de semana para assistir um retiro espiritual, ou fazer o EJC, foi conduzido pelo DOM DA SABEDORIA, mesmo que não o saiba). Prov 3,13-15: "Feliz o homem que encontrou sabedoria, o homem que alcançou o entendimento. Ganhá-la vale mais do que a prata e o seu lucro mais que o ouro (Midas e Salomão)".
ENTENDIMENTO - Dom divino que nos ilumina para aceitarmos as verdades reveladas por Deus (Jer. 24,7)

- Ajuda a ver as pessoas e o mundo com os olhos de Deus.
- Ajuda-nos a penetrar no sentido dos acontecimentos, por exemplo, no sofrimento. "Há mais alegria em dar do que em receber" (At 20,35).
- Dá a percepção espiritual necessária para entender as verdades da fé. Quem está, por exemplo, com a graça santificante, tem mais capacidade de entender as verdades da fé do que aquele que esteja em pecado. Quem tem a presença do Espírito Santo, possui o dom do entendimento e por isso compreenderá com muito mais rapidez o ponto em questão. Jer 24,7 "Dar-lhes-ei um coração para que me conheçam que eu sou Javé. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus"..

CONSELHO - É a luz que o Espírito Santo nos dá para sabermos distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso. Aprimora, pois, nosso discernimento nas decisões relacionadas com a vida espiritual e religiosa, à santidade e à moral.

- Ajuda a nos tornar sábios diante da vida.
- Facilita discernir os melhores caminhos a percorrer. Identificamos a própria vocação e os meios concretos de realiza-la.
- Aguça o nosso DISCERNIMENTO. Com a sua ajuda percebemos - e escolhemos - a melhor decisão a ser tomada, aquela que será para a maior glória de Deus e nosso bem espiritual. Portanto, quem deve tomar uma decisão importante sobre a vocação a profissão ou os problemas familiares, será melhor que esteja em ESTADO DE GRAÇA por causa da presença do Espírito Santo.

FORTALEZA - É o dom da coragem para vivermos fielmente a fé no dia-a-dia, mesmo diante do martírio. Faltou a Pedro quando negou a Cristo, mas foi-lhe dado no Pentecostes.

- Ajuda a ter firmeza diante da sedução e oposição do mundo.
- Auxilia-nos a enfrentar as lutas e vicissitudes do cotidiano, a resistir às tentações. Inspira-nos o perdão e a fazer bem. É o dom dos mártires.
- São Paulo e Barnabé, encorajando os discípulos das regiões de Listria, Icônio e Antioquia, os exortavam a PERMANCECER FIRMES NA FÉ, dizendo-lhes: "É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no reino de Deus" (At 14,22).

CIÊNCIA - Por esse dom o Espírito Santo nos revela interiormente o pensamento de Deus sobre nós e nos torna aptos a administrar nossa vida espiritual e religiosa (1Cor.2,10-15).

- Ensina a colocar nossa capacidade a serviço dos irmãos e do evangelho.
- Somos capazes de aplicar as luzes obtidas às condições em que nos encontramos.
- Este dom está unido ao dom do CONSELHO. É um passo a mais, uma percepção a mais. Ex.: se percebo que ler certos tipos de leituras frívolas esfriam meu gasto pelas coisas espirituais, o dom da ciência leva-se a deixar de comprar certos tipos de leitura e a procurar leituras espirituais.
- 1Cor 2, 10-13: "A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus. Quem pois, dentre os homens conhece o que é do homem, senão o espírito do homem que nele esta? Da mesma forma, o que está em Deus, ninguém o conhece senão o Espírito de Deus. Quanto a nós não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que vem de Deus, a fim de que conheçamos os dons da graça de Deus. Desses dons não falamos segundo a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas segundo aquela que o Espírito ensina, exprimindo realidades espirituais em termos espirituais".

PIEDADE 

- É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. Sabor das coisas de Deus. Intimidade com Deus.

- Ensina a ter gosto pelas coisas de Deus e pelo seu serviço.
- Ajuda-nos a rezar, a gostar das coisas espirituais, a nos entregar a Ele.
- Originariamente, a palavra PIEDADE indicava a atitude de uma criança para com seus pais, uma combinação de amor, confiança e respeito. Viver o dom da piedade é ter este tipo de atitude para com Deus, nosso Pai. É um dom que nos leva a ter mais intimidade com Deus.

TEMOR DE DEUS 

- Não quer dizer "medo de Deus", mas "medo de ofender a Deus". Receio de não estar retribuindo o amor que Lhe é devido. É mais respeito e estima de Deus. Preocupação de ser bom, amável e fiel a Deus.

- Receio de não estar retribuindo o amor de Deus.
- Respeito. Tão grande é o amor, que temos receio de ofender a nosso Pai.
- Equilibra o dom da Piedade. Lembrar-se de que um dia termos que responder pelos nossos atos e pelas graças que Ele os concedeu. Diante de Deus, nos dará um santo temor de ofendê-lo pelo pecado. (HOJE EM DIA PECA-SE ACHANDO-SE QUE NÃO TEM NADA DEMAIS! VIVE-SE EM ESTADO DE PECADO ACHANDO-SE QUE É UMA PESSOA MUITO RELIGIOSA...)

OS DOZE FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO: Caridade - gozo - paz - paciência - benignidade - bondade - longanimidade - mansidão - fé - modéstia - continência - castidade.

SÃO O RETRATO DO CRISTÃO AUTÊNTICO (as 12 pinceladas): COMO É A PESSOA QUE VIVE EM ESTADO DE GRAÇA SANTIFICANTE? ELA É: 

GENEROSA: Sabe ver Cristo no seu próximo, está sempre disposta a ajudá-lo (Ex.Ç Pedra Angular e Projeto Divino) - É a CARIDADE. 

ALEGRE E OTIMISTA: Quando ela está presente, é como se o sol brilhasse com um pouco mais de luz para todos. Todo mundo começa a sorrir, ficam mais delicado. É o GOZO. 

SERENA E TRANQÜILA: Os psicólogos costumam dizer que tal pessoa tem "personalidade equilibrada". Sua fronte pode franzir-se com preocupações, nunca por uma aflição ou angústia. (HOJE É COMUM A "DEPRESSÃO", A SÍNDROME DO PÂNICO... BUSCAR O ESPÍRITO SANTO). É a PAZ. 

NÃO SE IRRITA FACILMENTE: Não guarda rancor pelas ofensas, não se perturba quando as coisas correm mal. Se fracassa, recomeça sempre sem culpar a ninguém. É a PACIÊNCIA. 

AMÁVEL: Todos a procuram em seus problemas porque está sempre disposta a ajudar a ouvir. Tem uma consideração especial pelas crianças e anciãos, aflitos e atribulados. É a BENIGNIDADE. 

DEFENDE COM FIRMEZA A VERDADE E O DIREITO, mesmo que os outros a abandonem. Não julga os outros. Dificilmente critica e nunca condena. Suporta a fraqueza dos outros, mas jamais contemporiza com o mal. É aBONDADE. 

NÃO SE REVOLTA COM O INFORTÚNIO, O FRACASSO, A DOENÇA, A DOR. Levanta os olhos ao céu cheios de lágrimas, mas jamais se revolta. É a LONGANIMIDADE. 

DELICADA E DISPONÍVEL: Entrega-se totalmente a qualquer tarefa que surja (topa tudo) mas sem ser ambiciosa. Nunca procura dominar os outros, sem querer ser "o maior", sem ficar brigando ou disputando. É a MANSIDÃO. 

SENTE-SE ORGULHOSA DE PERTENCER AO CORPO MÍSTICO DE CRISTO, a sua Igreja, sem coagir os outros a engolir a sua religião. Não tem medo de mostrar suas convicções religiosas. Não tem "respeito humano". Defende a verdade com bravura quando ela é atacada na sua presença. É a FÉ. 

NÃO QUER SER OCASIAO DE PECADO no seu modo de vestir, de falar e de comportar-se. Há nela uma decência que a fez fortalecer a virtude dos outros, jamais enfraquecê-la. É a MODÉSTIA. 

MODERADA: Sabe controlar as paixões pela razão e pela graça. Não está num dia no auge da exaltação e no outro da depressão. Comendo ou bebendo. Trabalhando ou se divertindo, mostra um domínio admirável de si. É aCONTINÊNCIA. 

VÊ O SEXO COMO ALGO PRECIOSO E SAGRADO, um vínculo de união para ser usado no momento de entrega de vida a alguém que merece, dentro do matrimônio, no ambiente familiar, e não unicamente como fonte de prazer egoísta. É a CASTIDADE. 

VAMOS COMPARAR O NOSSO PERFIL COM O DO RETRATO ACIMA E VER ONDE ESTAMOS. 

Obras contra o Espírito Santo - "Fornicação, impureza, desonestidade, idolatria, magia, inimizades, brigas, ciúmes, rixas, iras, discórdias, etc. Os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!" Gal. 5,19-21: 

Perguntas: 

1 - Como é que o Espírito Santo age em nós?
2 - Quais os dons do Espírito Santo que mais agem em você?
3 - Quais as obras contra o Espírito Santo que você mais observa em seu redor?

Texto: www.saoluis.org.br


Site: https://www.padresergio.com/site/artigo.aspx?ID=346