Todos os Santos

 

Objetivos

Explicar o que é ser santo, porque festejamos o dia de Todos os Santos, contar a história de um santo.

 

Preparação para o encontro

Bíblias;

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

Fazer um céu (com papel espelho, cartolina ou eva), neste céu poderá haver nuvens ou estrelas e cada criança colorirá um santo e colocará neste céu, após ou durante a explicação da festa de todos os santos.

Todos os Santos

Dom Pedro Carlos Cipolini- Bispo de Amparo (SP)

Dia primeiro de novembro comemora-se o dia de todos os santos. A santidade fascina e atrai, como o mel atrai a abelha. Todos sabem que santo é quem encontrou o caminho da felicidade verdadeira no meio das contradições da vida.

A Bíblia ensina só Deus é santo. Ele, porém, comunica a santidade, é um Deus santificador, deseja um povo santo: “Sede santos, porque eu sou santo”(Lv. 19,2;20,26). A santidade de Jesus é idêntica à de seu Pai Santo (Jo 17,11). Jesus santifica os cristãos pela força do Espírito Santo. Ele recomenda: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt. 5,48). Portanto, a santidade é vocação de todo cristão: “A vontade de Deus é esta: a vossa santificação”(1Tes.4,3).

Ser santo segundo a Bíblia é cumprir a vontade de Deus e assim realizar-se como ser humano. Eles não ocupam o lugar de Deus, nem são inventados pelos homens, são criaturas de Deus, a quem Ele privilegiou com mor especial, e viu este amor ser correspondido. Eles são reconhecidos como santos, porque foram amigos íntimos de Deus que os santificou. Os santos são heróis da fé vivida no amor. É o amor que santifica e salva.

No catolicismo não se adoram santos, mas se respeita e venera, como amigos de Deus. Esta atitude vem da fé na ressurreição, já que, os que morrem no Senhor estão com Ele. Reinam com Ele (Ap 4,4) e intercedem por nós (Ap 5,8).

A Bíblia mostra que Deus opera milagres pela intercessão dos santos. Um exemplo é a cura do coxo operada por são Pedro e são João: “Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo levanta-te e anda” (At. 3,1-9).  Nos apresenta outros exemplos, afirmando que “Deus fazia não poucos prodígios por meio de Paulo” (At. 19,11-12). No entanto, Jesus é o único mediador entre Deus e os Homens: “O Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome” (Jo15,16).

Um santo opera em nome de Jesus porque só Nele está a fonte da graça e da força. Os santos colocam em evidência a glória e santidade de Cristo, cabeça da Igreja. Pois foi Ele mesmo que afirmou: “Eu garanto a vocês: quem crer em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas” (Jo 14,12). Ninguém pode ser santificado sem entregar sua vida a Jesus presente nos irmãos. Honrar um santo é reconhecer a força transformadora da Palavra de Deus que santifica quem a aceita e a coloca em prática.

O santo é para o cristão exemplo de quem testemunhou sua fé no seguimento de Jesus. O cristão tem a alegria de abrir o álbum de família – a família na fé – e contemplar uma fileira de heróis: os santos, nossos irmãos e amigos. Conseguiram servir a Deus com fidelidade e junto de Deus pedem por nós.

Os santos formam a multidão dos que souberam permanecer despertos, alertas, livrando-se das ilusões e alienações. Foram capazes de renunciarem a si mesmos, ou seja, o seu ego, seu egoísmo suas máscaras, e fazerem a viagem que importa: a viagem para o “centro da alma”, onde Deus nos espera (Jo14,23) para se revelar a nós e revelar-nos a nós mesmos. Santos e santas, rogai a Deus por nós!

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Ap 7,2-4.9-14 - São João nos mostra a visão de uma corte celeste, onde os anjos e santos, louvam, adoram e rendem ação de graças a Jesus o "Cordeiro de Deus". Prova-nos a realidade do Céu e existência dos santos. Uma multidão numerosa dos que foram marcados pelo sangue de Jesus, de todas as línguas raças e nações. Tamanha era o número dos eleitos que não se podia contar. Primeiro descreve 144.000 das 12 tribos de Judá, o povo de Deus, e depois todos aqueles que Jesus comprou pelo seu sangue, isto é,todos os povos dos mundo que unidos por Jesus alcançaram a salvação. Receberam a palma da vitória. Isto significa que, embora tivessem sofrido aqui na terra, atribulados e perseguidos, por causa do Evangelho, tiveram sua eterna recompensa e estão reunidos em torno de um único Senhor, Jesus Cristo. Esta é a Igreja Triunfante.   

1Jo  3, 1-13 - São João, escreve que Deus por amor nos fez seus filhos, e na eternidade por Jesus, seremos semelhantes a ele. Porque o veremos, seremos purificado naqu'Ele que foi puro desde a eternidade, isto é a essência da santidade.      

  

Iluminar

Vamos saber um pouquinho da vida de um dos santos mais querido da nossa igreja, São Francisco de Assis, que teve um amor muito grande por tudo o que Deus criou.

 

A história de São Francisco de Assis é uma história de humildade, caridade e amor ao próximo. Procure contá-la as crianças de forma simples e clara, com muita empolgação. Você pode utilizar fantoches para auxiliar.

 

A promessa de santidade está descrita nas Bem-Aventuranças. (Mt 5, 1-12). Quem pratica e vive as Bem-Aventuranças é chamado de "Bem-Aventurado" (beato) - isto é, todo aquele que foi fiel à Palavra de Deus e a cumpriu.

Deus é santo, ninguém pode ser igual a Deus em humana santidade, mas buscando viver a santidade, Deus nos fará a plena glorificação. Então esta santidade exigida por Jesus é possível de se chegar e se concretizará na eternidade. 
Mas o que marcará como resposta a nossa glorificação ou perdição final será o cumprimento das boas obras. Viver a santidade consiste que abramos nosso coração e sejamos portadores da misericórdia divina. Afastando tudo que nos faz viver longe de Deus. Ter uma vida coerente, não só com palavras mas com obras. São Paulo nos diz que: "A fé sem obras é morta!" Tg2, 14-19.
 

Agir

Memorizar e vivenciar as 7 Bem-Aventuranças.

 

Celebrar

Jesus, que é nosso irmão, foi à nossa frente para preparar-nos um lugar especial. Ele deseja que nós façamos parte da sua morada no Céu. Preparou que há de melhor para nós, a vida eterna! E mais, Ele também é nosso Rei, e deseja que cada um de nós façamos parte do seu Reino.
Se realmente cremos em Jesus e nas suas promessas, se realmente o aceitamos como o verdadeiro caminho que nos leva a Deus, não podemos ficar triste com a morte pois ela é essa ponte que nos une a esse caminho: Terra e Céu, o homem e Deus.

 

Oração final: CREIO
 

 


São Francisco de Assis

 

Nascido no coração da Itália, nos últimos vinte anos do século XII (fim de 1181 ou início de 1182), filho do rico proprietário e comerciante de tecidos Pedro de Bernardone e de Joana, chamada Pica, seu nome batismal – João – foi logo mudado para Francisco ("francês", nome já em uso, mas não muito difundido na Itália) pelo pai, ao voltar dos seus negócios na França. A mãe, muito piedosa, cuidou de sua primeira formação religiosa.  

O Santo aprendeu a ler e escrever na escola paroquial de São Jorge, em Assis, e completou sua modesta cultura com elementos de cálculo, de poesia e música, adquirindo também uma escassa noção da língua francesa (provençal) bem como de contos e lendas de cavalaria. De gênio perspicaz e muito boa memória, Francisco adquirirá, mais tarde, uma discreta cultura religiosa, lendo e meditando. Filho de rica família burguesa, com um pai ambicioso, que pretendia alargar no exterior a área do seu comércio, o ambiente familiar de Francisco foi aquele típico da classe média da sociedade italiana da época, em escalada civil e política, ávida de bem-estar e liberdade, até a conquista de um título de nobreza para equiparar-se aos "maiores", que pairavam acima da massa dos pobres e "menores".

Francisco, largamente dotado de inteligência, ambicioso e ativo, no primeiro período de vinte e cinco anos de vida "no século" (1182-1207), tentou pessoalmente todas estas vias de subida e de glória mundana.

Associado, por volta dos 14 anos, ao trabalho paterno na artes dos mercadores (1196), exerceu com competência aquela arte, atento aos lucros, embora não fosse bom administrador destes. Com efeito, filho primogênito (com um só irmão menor, Ângelo), aclamado rei das festas e da juventude assisiense, gastava profusamente as riquezas paternas, vestindo roupas curiosas e vistosas, entretendo-se em noites de gala entre músicas e cantos. Tolerado com indulgência pelos pais naquelas despesas "principescas", era admirado especialmente pela mãe e pelos amigos por suas boas qualidades naturais e morais, nobreza de palavras e de trato, generosidade com os pobres e singular integridade dos costumes (2Cel,3).

Vivaz observador, bem como participante da conquista da liberdade cívica na luta contra o feudatário imperial de Spoleto (1198), tomou parte ativa, aos vinte anos, na guerra comunal de Assis contra Perúgia (1202) e caiu prisioneiro dos peruginos. Libertado após um ano de prisão e provado por longa doença, o mundo começou a parecer-lhe diferente e estranho. Mas depois de certo tempo, restabelecido da doença e atraído por novos sonhos de glória, decidiu ir até as Apúlias para a conquista do título de cavaleiro (1205). A viagem de Francisco foi, contudo, interrompida em Spoleto, a sua "estrada de Damasco", onde o Senhor o convidava, em sonho, a entrar na companhia de um senhor mais nobre (2Cel,5-6).

Voltando a Assis, com o presságio de "tornar-se um grande príncipe" (2Cel,6), afasta-se logo da companhia dos amigos, entretendo-se longamente em oração e lágrimas numa gruta solitária; depois de vencer sua extrema repugnância pela lepra, com um beijo num leproso, é atingido pela "iluminação" do Senhor na primeira aparição do Crucificado que lhe imprime no coração o amor e o pranto pela paixão (LM, I,5). Francisco aplica-se assiduamente ao serviço dos leprosos, multiplicando as esmolas aos pobres, aos sacerdotes e às igrejas pobres. Pouco depois, em oração na igrejinha de São Damião, a voz do Crucificado, convida-o a "reparar a sua Igreja, que está em ruínas" (LM,II,1).

Revestido de uma pobre túnica, assinalada por uma cruz, e proclamando-se o "arauto do grande rei", ele passa um biênio de vida penitente e eremítica, entregue à oração e a serviços humildes, por breve tempo também, num mosteiro beneditino. Depois, interpretando literalmente o convite do Crucificado, empenha-se na restauração material de três igrejas de Assis: São Damião, São Pedro della Spina e Santa Maria dos Anjos, chamada Porciúncula.

À espera de nova iluminação divina, que veio logo depois da última restauração, quando escutou o Evangelho do envio e da pobreza dos Apóstolos, na igreja da Porciúncula (cerca de 24 de fevereiro de 1208), Francisco pediu explicação ao sacerdote a respeito do referido Evangelho e, nele reconheceu com alegria a própria vocação e missão (Mt 10;Lc 9,10). Executando à letra aquelas disposições, vestiu-se de hábito minorítico: uma túnica em forma de cruz, um cordão branco, pés descalços e, certamente, com permissão do bispo, começou a pregar sobre paz e penitência, com grande fervor de espírito, na igreja de São Jorge (1 Cel, 23).

Seguiram-no o rico Bernardo de Quintavalle e o doutor em Direito, Pedro Cattani, aos quais se juntaram o jovem Egídio e mais oito companheiros (1208). Um ano depois, o grupo foi aprovado em seu modo de vida comunitária e apostólica pelo Papa Inocêncio (1209). Era a Primeira Ordem, a "Ordem dos Menores". Instituiu também a Segunda (Damas Pobres de São Damião ou Clarissas) e a Terceira Ordem.

Já doente, o próprio Santo, após o retorno do Oriente, providenciou para a Ordem a direção ativa de um vigário, na pessoa de Frei Elias de Assis (1221-1227), e a Regra definitiva (1223). Encaminhava-se ao último período da sua vida, num crescendo de ascensões místicas e no desejo de mais íntima participação e conformidade com o Crucificado.

No verão de 1224, retirou-se para o Monte Alverne, onde, entre prolongadas orações, meditações e jejuns, apareceu-lhe o próprio Cristo Crucificado, na figura de um Serafim alado e flamejante, que lhe imprimiu na carne os estigmas vivos da paixão: feridas abertas e sangrentas, com pregos de longas pontas dobradas (constituídas pela própria carne) nas mãos e nos pés, além da chaga no peito.

Descendo do Monte Alverne, Francisco transcorreu seu último biênio de vida numa contínua paixão de doenças e dores, afligido por uma grave oftalmia contraída no Oriente. Entre o fim de 1224 e os primeiros dias de 1225, "certificado" pelo Senhor de sua morte próxima e do prêmio eterno, num ímpeto de exaltação mística pela obra da criação, ditou aos companheiros o "Cântico do irmão Sol e de todas as criaturas" (LP, 43-45).

Na Porciúncula, meditando a narração joanina da Paixão e celebrando com seus religiosos a lembrança da última ceia do Senhor, invocando a "irmã morte" e cantando o Salmo "Em voz alta ao Senhor eu imploro… Muitos justos virão rodear-me pelo bem que fizeste por mim" expirou na tarde de Sábado de 3 de outubro de 1226, com a idade de 44 anos.

Sobre a terra nua, apresentando seus estigmas, vistos então por centenas de frades e leigos, "parecia um verdadeiro crucificado deposto na cruz" (Frei Leão em Salimbene, 195; cf. 1Cel,112).

No dia seguinte, Domingo, pela manhã, com solene procissão do clero e povo, seu corpo foi levado à igrejinha de São Jorge, dentro dos muros da cidade, ficando aí guardado por cerca de quatro anos, onde também o Santo foi canonizado, em 16 de Julho de 1228.

O corpo foi transladado depois (25.05.1230) para a nova Basílica de São Francisco, erguida por vontade de Gregório IX e por mérito de Frei Elias, sobre a colina do Paraíso.