Missa- Mesa da Eucaristia

 

Objetivos

Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa em nossa vida cristã.

Despertar o desejo de participar da missa e entender os vários momentos da celebração.

Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar dela e vivenciá-la.

Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da fraternidade e da partilha

 

Preparação para o encontro

Providenciar material para a mesa da Eucaristia.: toalha branca, cálice com suco de uva e pão e/ou arranjo com uvas e ramos de trigo.

 

Acolhida

Oração inicial: Ave Maria

Realizar a procissão levando os objetos para compor a Mesa da Eucaristia.

 

Ver

Reler o texto bíblico Lc 24, 13-34 e reiniciar a comparação do ponto onde parou na Liturgia da Palavra.

 

Ler o texto bíblico Lc 22, 14-20, e fazer a comparação com as palavras do sacerdote na missa.

 

Explicar as partes da Liturgia Eucarística ajudando os a perceber o significado das orações e dos símbolos usados na celebração.

 

Explicar que Jesus está presente na missa na pessoa do sacerdote, na Palavra proclamada, no altar e na Eucaristia – por isso a importância da missa e do amor que devemos ter por ela.

 

Iluminar

Vamos conversar sobre o que lemos:

- Quais os personagens do texto?

- O que se passa entre os personagens?

- Quem aparece no meio deles? Ele é reconhecido?

- Do que estão falando?

- O que Jesus faz?

- O que aconteceu quando chegaram à aldeia?

- O que fizeram os dois discípulos?

 

Agir

Assumir o compromisso de não mais faltar às missas.

 

Celebrar

Ao encerrar o encontro convidá-los a rezar o Pai Nosso de mãos dadas ao redor da mesa e repartir o pão e o suco de uva – voltando ao encontro anterior lembrar os gestos de partilha, fraternidade e unidade.

 

 


Veja o que acontece na Mesa da Eucaristia:

 

Apresentação das Oferendas

- O altar é organizado como lugar do sacrifício de Jesus oferecido a Deus.

 

Ofertório

- Doação em dinheiro ou gêneros alimentícios fruto do trabalho e da generosidade do homem. Sinal de gratidão a Deus.

Consagração

- Reconhece-se a grandeza de Deus e o presidente da celebração pede ao Espírito Santo que transforme o pão e vinho em corpo e sangue de Jesus. Repetem-se as palavras de Jesus na Última Ceia.

Comunhão

- A comunhão se realiza através da refeição do Pão e do Vinho consagrados. Mas não é só isso: comunhão com Cristo é ter a mesma disposição em fazer a vontade do Pai, em lutar por um mundo mais justo e mais fraterno.

 

 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA

 

Liturgia Eucarística

A Liturgia Eucarística comporta três momentos: a apresentação das oferendas (pão e vinho), a consagração e a comunhão. É a segunda mesa que nos alimenta: a Mesa da Eucaristia.

Nosso olhar se concentra no altar.

A Eucaristia como ação de graças nos levou a refletir mais sobre a parte central da Celebração Eucarística, tradicionalmente chamada Consagração. A reflexão da Eucaristia como Banquete, Ceia fraterna e como Ceia do Senhor nos ajudará a penetrar mais no sentido do Ofertório ou da preparação das oferendas para o Sacrifício, e na Comunhão.

A ceia ou banquete é o sinal mais imediato, mais fácil de perceber. A Eucaristia celebra-se em forma de ceia, como Jesus o fez antes de ser entregue. Esta forma ele transmitiu à Igreja para que repetisse em memória de sua morte e ressurreição.

Vários são os elementos que lembram esta ceia. Temos o altar, a mesa do sacrifício cristão, em torno da qual se congrega a assembléia dos fiéis. Os elementos mais significativos são sem dúvida o pão e o vinho – comida e bebida – apresentados em bandejas e cálices. Durante a oração Eucarística repetem-se os gestos de Cristo na Última Ceia. O sacerdote toma o pão e depois o cálice. Cristo declara que seu Corpo e Sangue seriam verdadeiramente comida e bebida (cf. Jo 6) e São Paulo, interpretando o significado do Banquete Eucarístico, distinguindo-o de uma ceia comum, afirma: “Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” (1Cor 11, 26)

O banquete ou jantar tem por objetivo exprimir uma atitude de festa. Através do banquete, do jantar ou uma refeição fraterna realiza-se uma união, uma aliança, um encontro, um intercâmbio, uma permuta, um serviço. No fundo, realiza-se um convívio. Quem convida alguém para comer, quer partilhar a vida com ele, deseja fazê-lo conviver. Quer partilhar com ele o que há de mais precioso, a vida.

Se aplicarmos agora a riqueza de sentido do banquete ou da ceia à Eucaristia, descobriremos que a Celebração Eucarística é uma festa por excelência, em que celebramos Cristo.

Comemoramos a Morte e Ressurreição de Cristo com tudo o que significam para nós. Realizamos a maior homenagem que podemos prestar a Deus por Cristo. A Eucaristia é um agradecimento por excelência. Realizamo-la em atitude de alegria, de união com Deus em Cristo e com os irmãos; na intimidade da vida divina, em que ele mesmo se nos dá em alimento; realiza-se na maior amizade, pois Cristo reconciliou a todos com o Pai e entre si, tornando a todos irmãos, renova-se a aliança com Deus e com os homens em Cristo; realiza-se um verdadeiro intercâmbio, uma permuta entre o céu e a terra, entre Deus e os homens.

No simbolismo do pão e do vinho podemos encontrar três níveis de significação:

a) Pão e vinho, símbolo de nova vida e de toda a criação – simbolizam nossa vida conservada por Deus. Representam nossa vida, enquanto é criação de Deus, enquanto é dom de Deus. Não só a vida, mas tudo quanto é dado com a vida: a criação toda como obra de Deus. O pão e o vinho são símbolo daquilo que o homem é.

b) Pão e vinho, símbolo do que o homem cria – simbolizam a criação do homem, enquanto ele continua a criação de Deus. Têm caráter simbólico não só no seu ser pão e vinho, mas no seu tornasse pão e vinho. Para que o pão chegue a ser pão e o vinho chegue a ser vinho, há todo um processo desencadeado pelo homem. Ele prepara a terra, semeia, cuida, colhe. Mói o trigo, transforma-o em massa, para que finalmente chegue a ser pão. Ele

planta a videira, cuida dela, colhe a uva, fá-la passar por todo um processo de fermentação para, então, saborear o fruto da videira. Por isso, significam a ação e o trabalho do homem.

Abrangem não só o que o homem é, mas também o que ele faz e possui através da sua ação criadora como colaborador na obra de Deus.

c) O pão e o vinho simbolizam Jesus Cristo. Na Última Ceia, Jesus relacionou o pão com seu Corpo dado, com sua morte salvadora; e o vinho com o Cálice do seu sangue que é derramado, com seu sangue da nova e eterna aliança. Cristo relacionou, portanto, o pão e o vinho com o mistério de sua Páscoa, de sua Paixão-Morte e

Ressurreição.

Assim, na hora em que estes sinais adquirem o seu significado na Celebração Eucarística, o pão e o vinho exprimem a nossa vida, a nossa ação, aquilo que somos e o que fazemos relacionado com Cristo, conforme Cristo.

Se o pão e o vinho significam a nossa vida, com tudo o que somos e temos, unida a Cristo, então o rito da preparação das oferendas é de grande importância.

Quando, pois, representantes da assembléia levam as oferendas ao altar, eles levam a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas realizações, unidos a Cristo. Podemos dizer que no mistério nós nos colocamos com Cristo sobre o altar para sermos transformados em Cristo e por Cristo sermos apresentados ao Pai.

Ao preparar as oferendas, o sacerdote deposita um pouco de água no cálice com vinho.

Sabemos que os judeus usavam o vinho misturado com água na celebração da Páscoa, gesto com certeza praticado por Jesus. O vinho, segundo a Sagrada Escritura, lembra a redenção pelo sangue e de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo que a água traz à mente o povo de Deus salvo das águas e o novo povo de Deus nascido das águas do Batismo.

Assim como as gotas de água colocadas no vinho somem totalmente, são assumidas pelo vinho, transformadas em vinho, no Sacrifício da Missão nós devemos entrar em Cristo, identificar-nos com Ele, fazer-nos um com Ele.

Vendo a disposição do homem, sua orientação ao Senhor e Criador, como rei e sacerdote da criação com tudo o que é e possui representados pelo símbolo do pão e do vinho, Deus os aceita em Cristo. Não só os aceita, mas os

transforma, os assume pela ação de graças por Cristo, com Cristo e em Cristo. A palavra dirigida a Cristo no dia do seu batismo e no Monte Tabor renova-se em cada celebração Eucarística, no momento em que Cristo se torna presente pela ação de graças. Mas esta palavra não se restringe a Jesus Cristo. Ela se dirige a todos os que se

inseriram na atitude de Cristo: “Este é o meu filho, esta é a minha filha muito amados, nos quais tenho posto minha complacência”.

A seguir, assim preparados, assim dispostos e reconciliados, podem aclamar: o Pai Nosso... como que uma resposta, a síntese final da própria Oração Eucarística. É na atitude do Pai nosso, orientados todos ao Pai como filhos, e conseqüentemente como irmãos, que podem participar da mesma mesa.

Nessa linha do Pai nosso, dos filhos e filhas do mesmo Pai, que torna todos irmãos, que se amam e se perdoam é de importância, antes da Comunhão, o rito da paz, pois só quem for capaz de viver a paz com o irmão pode participar da mesa do mesmo Pai.

Por isso, após a Oração Eucarística e o Pai- Nosso e antes da comunhão, os cristãos desejam expressar por um gesto de união e de amor o que se realizou na oração comum e se há de manifestar ainda mais profundamente na hora da Comunhão: a conversão a Deus e ao próximo.

Após a fração do pão que precede o rito da Comunhão, o Celebrante coloca uma partícula da hóstia no cálice, rezando em silêncio: “Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber nos sirva para a vida eterna”.

A união dos dois elementos separados pelo memorial da morte de Jesus Cristo é feita para simbolizar a sua ressurreição. A Eucaristia celebra não o Cristo morto, mas o Cristo morto e ressuscitado, pão vivo descido dos céus, garantia da imortalidade. A oração fala de um Cristo vivo que é Senhor nosso; um Cristo alimento; um Cristo alimento para a vida eterna.

Em todas as missas cantamos ou recitamos “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós”; e “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”.

O cordeiro é um símbolo cheio de significados, se considerarmos as Sagradas Escrituras. No Antigo Testamento o Cordeiro tornou-se símbolo de libertação e vida de um povo quando aspergiram os umbrais das portas com o

sangue do cordeiro. E cada ano, celebrando a Páscoa, as famílias dos hebreus comiam o cordeiro pascal em comemoração à libertação do Egito.

Vendo nossa generosidade, Deus nos convida à maior intimidade possível, à intimidade do banquete, à intimidade do amor, à intimidade da comunhão de vida, transformando esta relação num comércio santo, em que Deus dá de si mesmo em alimento, em união. Deus nos faz participar de sua mesa, mesa de alegria, de paz, de vida, onde ele mesmo é o alimento; ele nos faz participar da sua imortalidade.

A Celebração Eucarística se encerra com a saudação, a benção e a despedida. A Oração depois da comunhão, serve de conclusão do rito de Comunhão. Após esta oração e antes dos ritos finais é o momento apropriado para avisos paroquiais.

Ritos Finais

Após a oração pós-comunhão, iniciam os Ritos Finais. O presidente dá a benção e envia os fiéis para continuar a Eucaristia em suas vidas.

Portanto, a Eucaristia continua, pois a comunidade celebrante parte em missão.

No fim de cada missa o Sacerdote ou o Diácono diz: “Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe”. Na forma original: “Ide, tendes uma missão a cumprir”. Missão de paz com Cristo e com os irmãos; uma missão de viver com o Senhor, pois ele nos deve acompanhar ou, nós devemos ser a presença dele no mundo.

Fonte:

Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed.Vozes, 2008 – p. 112-1113.

Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª Ed. 2001