Instituição da eucaristia- Corpus Christi

 

Objetivos

Compreender que ao instituir o Sacramento da Eucaristia na Última Ceia, Jesus torna perpétua a sua presença viva na Igreja.

Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus

Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo

Eucarístico.

 

Preparação para o encontro

Toalha, bíblia, cartazes (Santa Ceia e procissão de Corpus Christi)

 Opcional: preparar simbolicamente a mesa para um banquete, com bolos, biscoitos e sucos.

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus Christi.

 

Ver

- Apresentar dois cartazes: um da Última Ceia e um de uma refeição em família e pedir que comentem os dois.

- Conversar sobre uma refeição em família. O que as pessoas fazem? Conversam. Comem. Ficam alegres. É bom estar juntos.

- Como não deve ser uma refeição em família. Não deve faltar o que comer. Não deve haver brigas ou discussões.

- Deixar que os catequizandos falem sobre os pontos positivos e negativos de uma família, na hora da refeição.

- Explicar o sentido da Ceia Pascal dos judeus (Páscoa dos judeus = comemoração da libertação do povo escravo no Egito, por Moisés)

- Jesus transforma a última ceia com os apóstolos numa Nova Aliança (= compromisso, promessa) feita com Seu Sangue e Seu Corpo na Eucaristia.

- O sacrifício de sua vida na cruz é a Nova e Eterna Aliança feita entre Deus e seu povo para a nossa salvação, nossa vida eterna.

Jesus celebra nesta refeição a Nova Páscoa e deixa para nós um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado”

 

Iluminar

- Ler Lc 22, 14-20.

Jesus quis ficar sempre conosco. Por isso, nesta refeição de Páscoa, Ele se torna Alimento – a Eucaristia – que nos dá força para caminharmos sempre unidos.

Hoje em todas as missas o padre repete as mesmas palavras de Jesus e a hóstia (pão) e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus pela força do Espírito Santo.

Isso acontece no momento da consagração do pão e do vinho quando o padre diz: “ Tomai e comei todos vós: isto é o meu Corpo que é dado por vós...” Tomai e bebei todos vós este é o sangue da nova e eterna aliança que é derramado por vós...”- e o padre ergue o Corpo e o Sangue de Cristo, oferecendo ao Pai do céu, como Jesus pediu.

A hóstia consagrada é realmente o Corpo Santo de Jesus e o vinho consagrado é realmente o Sangue Santo de Jesus, embora continuem com a mesma aparência e gosto.

Nós fazemos adoração (orações) ao Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada), porque é o próprio Jesus que se faz presente nesse Sacramento.

 

Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi.

Corpus Christi: o nome vem do latim e significa Corpo de Cristo que é Hóstia Consagrada. Hóstia Consagrada é o alimento para nosso corpo e remédio para nossa alma que recebemos na Comunhão (lembre-se: você receberá a Comunhão somente no fim do ano).

 

A instituição da Eucaristia é um acontecimento maravilhoso que, no entanto, fica um pouco "apagado" em meio às celebrações da Semana Santa, na Quinta-feira, bem às vésperas da celebração do sofrimento e morte de Jesus, na Sexta-feira da Paixão. Então, para dar a esse acontecimento todo o destaque que ele merece, a Igreja estabeleceu uma nova ocasião para sua celebração: é a festa de Corpus Christi, ou festa do Corpo de Cristo.

A Solenidade de Corpus Christi acontece numa quinta-feira, em recordação à Quinta-feira Santa, quando durante a Última Ceia com seus Apóstolos Jesus mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue, como já dissemos.

No dia de Corpus Christi , os cristãos enfeitam as ruas formando um tapete desenhado para que o Sacerdote caminhe sobre ele levando o Santíssimo Sacramento, acompanhado pelos fiéis em procissão.

Quando saímos em procissão, estamos dando o testemunho da nossa fé.

A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade. Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes.

Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade.

 

Falar sobre os milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia.

Contar a história de Santo Antônio e o milagre da Eucaristia e da Mula. Refletir com os catequizandos sobre a importância de receber Jesus Eucarístico, ressaltando que todos eles podem fazer uma comunhão espiritual, até poderem comungar.

 

Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida.

- A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste momento que a fé se manifesta.

 

Agir

Toda noite, antes de dormir, de preferência no silêncio do nosso quarto, vamos nos ajoelhar e adorar a Jesus por todas as coisas boas que recebemos d’Ele. Também compreendemos que Jesus está presente em todos os irmãos, por isso, vamos tratar os irmãos como se fossem o próprio Jesus. E não esquecer de participar da Santa Missa, momento especial onde Jesus se doa novamente como alimento por amor a cada um de nós.

 

Celebrar

Cantar “Prova de amor” ou outro canto que mostre que devemos ter amor pelas

pessoas. Fazer o banquete, a mesa é o “Reino”, o “banquete” é a alegria de estarem com Deus, as velas são a luz da Palavra, os “participantes” são os amigos, os convidados. Ler Lucas 22, 14-20. Ficar um instante em silêncio e pedir que façam uma oração agradecendo a Jesus o amor que ele nos dá e o alimento que nos oferece.

"Jesus quis sempre ficar conosco. Por isto Ele se torna alimento - A Eucaristia- que nos dá forças para caminhar sempre unidos.

Devemos repartir o amor e a amizade com as pessoas. E repartir tudo o que temos e o que sabemos. Só assim a nossa vida se torna uma vida de comunhão. Não devemos viver de forma egoísta, mas devemos repartir tudo aquilo que temos com quem tem menos. "

 

Oração final no Santíssimo

Senhor Jesus, te peço para abençoe que minha família e ti suplico para que nunca falte comida na minha casa. Me ajude a amar todas as pessoas, mesmo aquelas que me não me amam.

 

 


Estudo no Youcat
 

"A sagrada Eucaristia é o sacramento em que Jesus Cristo entrega Seu corpo e o Seu sangue -Ele próprio- por nós, para que também nos entreguemos a Ele em amor e nos unamos a Ele na sagrada Comunhão. Assim nos ligamos ao corpo único de Cristo, a Igreja. A Eucaristia é, depois do batismo e da confirmação, o terceiro sacramento da iniciação cristã da Igreja Católica. A eucaristia é o misterioso centro de todos esses sacramentos, pois a imolação histórica de Jesus na cruz torna-se presente, de uma forma oculta e incruenta , durante a consagração do pão e do vinho. A Eucaristia é portanto, a fonte e o centro de toda a vida cristã( Concílio Vaticano II). Tudo aponta para ela; aliás, não há nada maior que se possa alcançar. Quando comemos o pão partido, unimo-nos ao amor de Jesus, que no madeiro da cruz nos ofereceu o seu Corpo; quando bebemos do cálice, unimo-nos Àquele que derramou sangue durante a Sua oferta por nós. Não inventamos este rito; foi o próprio Jesus que celebrou com Seus discípulos a Última Ceia e antecipou a sua morte; Ele ofereceu a seus discípulos sob os sinais do pão e do vinho e exortou-os a celebrarem a Eucaristia a partir de sua morte: ‘Fazei isto em memória de mim.' (I Cor 11, 24)".

 

Santo Antônio e o milagre da Eucaristia e da Mula

 

Aproxima-se o dia de Corpus Christi, momento propício para refletirmos sobre a presença de Jesus na Eucaristia. Entre muitos milagres eucarísticos, gostaria de partilhar um que aconteceu com Santo Antônio.

Um dia, frei Antônio encontrava-se em Rímini, cidade da Itália, quando um herege chamado Bonvillo quis desafiá-lo publicamente fazendo troças das palavras do frade sobre a Santíssima Eucaristia, sobre a presença de Jesus na Hóstia Sagrada. (...)

- Ó frade!, gritou a alto e bom som. Eu acreditarei na sua Eucaristia, mas exijo uma prova. (...)

O santo ficou todo ouvido.

- Ó frade Antônio!, gritou Bonvillo. O que lhe proponho é o seguinte: vou deixar minha mula três dias sem comer, sem tomar o seu alimento preferido, o feno do campo. E vós, ó frade Antônio, podeis trazer diante dela o que dizeis ser alimento dos cristãos, Eucaristia, Hóstia Sagrada, na qual, vós dizeis, está presente o Senhor Jesus. Pois bem..., se a minha mula se ajoelhar reverente diante do Senhor Jesus que afirmais estar presente na Hóstia, aí sim, eu acreditarei. (...)

- E digo mais, ó frade Antônio, se a mula se ajoelhar diante daquilo que vós chamais Santíssimo Sacramento, eu também me ajoelharei.(...)

A expectativa era grande. O silêncio era angustiante. De repente...

- Aceito, ó Bonvillo! Aceito o seu desafio se é para o bem de sua alma, se é para o bem do povo de Deus aqui reunido, se é para a glória e honra de Deus.
Era a voz firme e segura de frei Antônio. (...)

Na hora e no dia marcado, a praça estava toda tomada de uma imensa multidão,(...) Frei Antônio, liturgicamente vestido, traz consigo um lindo ostensório em cujo centro brilha a Hóstia Sagrada. Joelhos reverentes se dobram ao passar da procissão. Sobre um altar preparado no centro da praça, frei Antônio coloca o Santíssimo Sacramento e, de joelhos, o adora reverente...

Não demorou muito e lá veio berrando, gritando e empurrando sua pobre mula o fanático Bonvillo.Trazia nas costas um saco cheio de feno cheiroso. Chegando perto do altar espalhou ao lado o feno cheiroso. Frei Antônio, recolhido, permanecia em oração. Quando Bonvillo soltou a mula, já todo sorridente prevendo o desfecho da caminhada do animal faminto, seus olhos não acreditavam no que estavam vendo: a mula não se movia do lado de frei Antônio. Em vão, começou o herege a empurrá-la para o lado da erva fresca e cheirosa. Brandia nos ares o chicote, mas tudo era inútil. Frei Antônio levanta-se, vai ao altar e começa a abençoar a multidão que piedosa, se ajoelha. Naquele mesmo instante, como se estivesse acompanhando o povo cheio de fé, também a mula dobra reverente as duas patas dianteiras enquanto as campainhas sonoras soavam sinais da Benção Eucarística. Cheio de lágrimas, também ele dobrou seus joelhos e exclamou comovido cantando com a multidão:

-Bendito, louvado seja, o Santíssimo Sacramento!

E fez-se cristão. Cristão católico.

 

Conclusão

Que ao comungarmos o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, tenhamos os nossos corações sempre abertos à ação do Amor de Deus em nós e peçamos a Ele que nos transforme em verdadeiros instrumentos de Sua Paz e sinais do Seu Amor no meio da humanidade!

 

O PÃO DA UNIDADE

 

Moisés caminhou à frente do povo hebreu através do Mar Vermelho e do deserto até a terra prometida. Jesus Cristo é o novo Moisés, que, através de sua morte e ressurreição, preside o novo povo de Deus em esperança solidária, rumo à vida plena, transfigurada em Cristo.
Os hebreus celebravam o memorial pascal com uma refeição de agradecimento pelos benefícios recebidos, de modo especial pelo Êxodo, isto é, passagem da terra da opressão para a terra da liberdade.
Jesus Cristo instituiu a ceia da nova aliança com o novo povo de Deus, dando a si mesmo como alimento do seu povo; seu corpo imolado por nós e seu sangue derramado por nós na cruz.

Na Eucaristia adoramos aquele que estava morto e agora vive para sempre (Ap 1, 18).
O Catecismo da Igreja Católica lembra que “a celebração do sacrifício eucarístico está toda orientada para a união dos fiéis com Cristo, que se ofereceu por nós” (nº 1382).
A Eucaristia não é uma simples refeição fraterna, mas um verdadeiro culto de adoração: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; este é o meu sangue da aliança que se derrama por todos” (Mc 14, 22-24).
Desde o tempo dos Apóstolos a Igreja crê na presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento. É convicção da Igreja que esta é a vontade do Senhor para que Ele seja Emanuel, Deus próximo do ser humano, como Salvador.
O Apóstolo Paulo diz claramente: “A taça de bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo”? (1 Cor 10, 16).
É ainda Paulo que tira as conseqüências da comunhão no mesmo pão eucarístico: “Um é o pão e um é o corpo que formamos, apesar de muitos” (1 Cor 10,17).
Se formamos um corpo em Cristo, somos convidados a viver como irmãos e irmãs no Senhor, promovendo o bem de todos, trabalhando pela paz e pela sobrevivência da humanidade, através da preservação da criação.

Dom Aloísio Sinésio Bohn

 

CORPUS CHRISTI


"A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo. A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia. Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo. Todo católico deve participar dessa procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo."
(Prof. Felipe Aquino)