Ano Litúrgico

 

Objetivos

Compreender como a Igreja organizou o Ano Litúrgico para ajudar a vivenciar os principais mistérios da fé: encarnação, manifestação, paixão, morte e ressurreição de Cristo.

Assimilar que a Eucaristia deve ser vivida todos os dias procurando o fortalecimento para viver como Jesus ensinou.

 

Preparação para o encontro

Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens.

Figuras simbolizando o Natal, Advento, Páscoa, Pentecostes, etc..

Folhetos de missa

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

Motivar os catequizandos perguntando: quando começa o ano? Quando acaba? E na escola, o ano letivo, quando começa? E acaba quando? Perguntar se sabem como é na Igreja – é a mesma coisa?Quando começa?

 

Ver

A Igreja quer nos ajudar a ter Jesus como centro da nossa vida. Para isso ela organizou o ano em torno da vida de Jesus.

Ano Litúrgico é o calendário de nossa Igreja, contém a data dos acontecimentos da História da Salvação, surgiu e se desenvolveu a partir da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Por isso, o centro do Ano Litúrgico é JESUS CRISTO, no seu Mistério Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição, celebrado pela Igreja, todos os dias na Eucaristia.

Esse Mistério Pascal é o coração do Ano Litúrgico.

O Ano Litúrgico é diferente do nosso calendário anual: começa no 1º Domingo do Advento e termina no Domingo da Festa do Cristo Rei (novembro).

O Ano Litúrgico se divide em dois grandes ciclos, duas grandes festas: CICLO DO NATAL e CICLO DA PÁSCOA. Entre esses dois ciclos está o TEMPO COMUM.

Em cada ciclo há três momentos: Preparação para a festa principal, Celebração festiva no dia da festa e Prolongamento da festa.

 

Partindo da data do Natal mostrar que o ano começa quatro semanas antes, quando começamos a nos preparar para o Natal – falar do ciclo do Natal.

 

Falar depois do Ciclo da Páscoa que inicia na Quaresma e termina no dia de Pentecostes.

 

Falar do Tempo Comum – que é dividido em duas partes.

 

-Mostrar no diagrama (folha). Explicar as cores litúrgicas e seu significado (colorir a folha de atividades com os catequizandos).

Para melhor expressarmos os diferentes momentos do Ano Litúrgico, usamos as cores. Elas estão presentes nas celebrações litúrgicas (Missas): no Altar e nas Vestes do Sacerdote, de acordo com o momento celebrado:

VERDE: Esperança. Usado no tempo comum, mantendo viva a esperança da igreja peregrina, que caminha rumo ao Reino de Deus;

ROXO: Penitência, espera. Usado na Quaresma e no Advento;

ROSA: Expectativa, alegria do Senhor que se aproxima. Usado no 3º domingo do Advento e no 4º Domingo da Quaresma;

BRANCO: Alegria, festa. Usado nos dias de Festas e Solenidades: Natal, Tempo do Natal, Quinta-feira Santa, Páscoa, Ascensão do Senhor, Santíssima Trindade e Cristo Rei. Pode ser substituída por amarelo, bege ou dourado;

VERMELHO: Sangue, fogo. Usado para celebrar o Martírio, a Morte.

 

-Explicar as leituras bíblicas – Escolher leituras dos anos A, B e C nos Evangelhos sinóticos mostrando que a cada três anos lemos junto com a Igreja todos os Evangelhos.

Para nos ajudar a ter Jesus como centro de nossa vida, a Igreja organizou o ano em torno da vida de Jesus. Para que possamos então vivenciar todos os Evangelhos, as leituras bíblicas foram organizadas em ciclos de três anos: Ano A – Evangelho de Mateus; Ano B – Evangelho de Marcos – Ano C – Evangelho de Lucas. O Evangelho de João é proclamado no Tempo Pascal e em alguns domingos do Ano B.

Leituras: Mt 28, 16-20 (Ano A); Mc 16, 15-20 (Ano B); Lc 24, 46-53 (Ano C).

 

Iluminar

Utilizar os folhetos de missa para mostrar como a Igreja se organiza de modo que em todo o mundo todos celebram o mesmo tempo litúrgico, as mesmas leituras e os sacerdotes utilizam os paramentos das mesmas cores.

 

Agir

Refletir:

Você tem demonstrado gratidão a Deus, participando todos os domingos da missa?

Seu coração está aberto para ouvir a palavra de Deus?

 

Celebrar

Rezar juntos a oração escolhida no folheto litúrgico (Coleta ou Prefácio da Oração Eucarística)

 

Oração Final:

Jesus, eu quero viver bem este ano de preparação para minha 1ª Eucaristia. Que eu possa entender e vivenciar cada tempo do ano litúrgico com muito amor e respeito. Amém.

 

 


 

APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA

 

O Ano Litúrgico é o ano elaborado pela Igreja Católica para nos guiar no Mistério de Cristo, apresentando-nos as Verdades da Fé Católica, fazendo-nos meditar a respeito e, colaborando no aprofundamento desta mesma fé.

Inspirando-se no Ano Litúrgico dos judeus que, na experiência anual do tempo, celebravam os benefícios de Deus em favor do povo escolhido, sobretudo sua libertação do Egito, a marcha pelo deserto e a Aliança do Sinai, a consciência cristã assumiu a forma das festas do Antigo Testamento, dando-lhes, porém, novo conteúdo.

Distribuiu-se através de um ano as principais ações salvíficas ou mistérios de Cristo, para vivê-los, imitando ou comemorando o que Cristo fez pelos homens.

O Ano Litúrgico tem o seu início com o Tempo de preparação para o nascimento de Cristo (Tempo do Advento), seguindo com a celebração da Natividade até Sua Ressurreição e Ascensão, o dia de Pentecostes e encerrando-se com a proclamação de Cristo como nosso Rei, onde apresentamos também nossa expectativa da feliz Esperança e Vinda do Senhor.

Analisando o esquema abaixo, verificamos que o Ano Litúrgico consta de dois ciclos, a saber:

 

 Ciclo do Natal - neste ciclo encontram-se o Tempo do Advento e o Tempo do Natal:

O Advento é o ponto de partida e o ponto de chegada de um círculo da espiral dos anos que vivemos, caminhando ao encontro de Cristo.

O Advento apresenta sempre a tríplice vinda de Cristo: Cristo veio, Cristo vem e Cristo virá. Esta realidade é celebrada e vivida no Advento.

O refrão que perpassa todo o tempo do Advento é: “Vinde, Senhor Jesus!”

O Ciclo de Natal não se restringe à Festa do Natal, mas atinge as demais festas em que Cristo se manifesta de alguma forma como Salvador. Temos assim sua manifestação no nascimento em Belém, celebrado no Natal. Na

mesma festa temos o aspecto da manifestação na visita dos pastores. Segue a Festa da Sagrada Família. A Festa da Oitava de Natal, hoje chamada de Solenidade de Nossa Senhora, Mãe de Deus. A Festa da Epifania, em que o Senhor se manifesta aos povos como Salvador, o Batismo de Jesus, em que ele aparece como o Messias que

inicia sua missão. Temos ainda o primeiro milagre em Caná, em que Cristo se manifesta como quem tem poder. Os discípulos crêem nele. Por fim a festa da Apresentação de Jesus Cristo ao Templo encerra este ciclo de festas da manifestação do Senhor.

No Natal vivemos o mistério do encontro entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Deus torna-se humano para que o homem se torne divino. A eternidade penetrou no tempo para que o tempo possa mergulhar na eternidade. Isto acontecerá, se Cristo nascer em nós.

 

 Ciclo da Páscoa – neste ciclo encontram-se o Tempo da Quaresma, o Tríduo Pascal (quinta-feira santa, sexta-feira santa e sábado até a missa da “Noite Santa” – Vigília Pascal) e o Tempo Pascal, o qual começa no primeiro domingo da Páscoa, determinado pelo primeiro domingo de lua cheia da primavera em Roma, e encerra-se com a festa de Pentecostes.

A Quaresma só pode ser entendida e vivida à luz do Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Fundamentalmente o Tríduo Pascal é a comemoração da morte e da ressurreição de Cristo, a Cabeça, e dos cristãos, os seus membros.

É a festa batismal da Igreja. No Cristo morto e ressuscitado ela celebra o novo nascimento dos que são batizados e renova a Aliança batismal dos que já foram batizados. Por isso os dois grandes temas são o batismo e a penitência: a primeira e a segunda conversão.

O Tríduo Pascal é o centro e a síntese da celebração do Mistério da Paixão-Morte e Ressurreição de Cristo no Ano Litúrgico.

A Vigília Pascal é o centro e o núcleo do Mistério Pascal de Cristo e dos cristãos e, por isso, de todo o Ano Litúrgico.

A Vigília Pascal constitui a grande Páscoa anual dos cristãos, em que se celebram os Sacramentos da Iniciação cristã e se renovam as promessas do Batismo. Nesta noite, a mãe de todas as vigílias, falam alto os símbolos da vida: o fogo, a luz, a água, o óleo, o pão e o vinho.

Cada Páscoa é um marco de renovação da comunidade, fonte de vida, simbolizada na água do Batismo e no pão e vinho do Sacrifício Eucarístico.

Cada cristão é convidado a se tornar presença do Cristo ressuscitado entre os irmãos de tal modo que os homens reconheçam a face do Cristo na caridade do irmão.

Para que o cristão possa realizar sua missão de sinal e testemunho do Cristo ressuscitado entre os homens, para que possa viver o ideal da comunidade cristã, formando mais e mais o Corpo místico de Cristo, para que possa viver sua vocação e missão batismais de sacerdote, rei e profeta, Cristo garante sua presença através do

seu Espírito.

Pentecostes nos comunica o Espírito da unidade em que todos compreendem a mensagem do Evangelho anunciado por Pedro, apesar da variedade de línguas, porque existe a linguagem da fé comum em Cristo, a linguagem do amor.

Cada dia somos convidados a invocar o Espírito Santo para que, como ele formou o Cristo no seio da Virgem Maria e o torna presente sobre os altares, plasme também em cada um de nós a imagem do cristo, e, aos poucos, vá formando o Cristo místico que é a Igreja.

 

Entre os dois ciclos citados acima, encontra-se o Tempo Comum, que tem como objetivo próprio despertar-nos para viver a graça recebida no Tempo festivo anterior. Por isso a cor litúrgica é o verde, que simboliza a esperança de ver crescer em nós o amor de Deus, que nos santifica e nos faz ir ao encontro do Senhor Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6).

O Tempo Comum foi assim denominado pelo Concílio Vaticano II1. Na nova terminologia litúrgica chamamos de Tempo comum o período do Ano Litúrgico que se estende da Epifania até a Quaresma e do Pentecostes até o Advento. São 34 semanas.

O comum distingue-se do extraordinário, do festivo. No Ano Litúrgico, como em nossa vida, existem tempos fortes de festa e tempos ordinários, comuns.

Como fazer com que o Tempo comum não se transforme em tempo de rotina? Primeiro, devemos alimentar nossa vida naquela fonte rica dos tempos fortes que celebramos. Assim, Natal - significa nascimento, manifestação do Senhor na história dos homens. Então, este Cristo que nasceu, este Cristo que se manifestou, deseja prolongar a ação de nascer e manifestar-se após as solenidades. Cristo quer encarnar-se cada dia através dos tempos.

Na Páscoa vivemos o mistério da redenção, da morte e ressurreição de Cristo, o mistério da novidade de vida em Cristo ressuscitado. Será necessário que a semente lançada à terra na Páscoa, quando renovamos as promessas

batismais, e fecundada pelo dom do Espírito de Pentecostes germine, desabroche, nasça, cresça e dê muito fruto.

O Tempo Comum nos leva a valorizar o tempo que Deus nos concede. Os grandes e os pequenos acontecimentos são percebidos no tempo e, por outro lado, os acontecimentos nos fazem perceber o tempo.

"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB - Documento 43, 132)

O Concílio Vaticano II, considerando ainda, que não há tempo suficiente em apenas um ano litúrgico para serem lidos os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) nas missas de domingo, determinou que o fizéssemos em três anos. Assim sendo, temos os anos litúrgicos A, B e C. No ano litúrgico A, meditamos o Mistério do

Cristo à luz do evangelho de S. Mateus. No ano B, meditamos à luz do evangelho de S. Marcos e do sexto capítulo do evangelho de S. João. Por fim, no ano C, meditamos à luz do evangelho de S.

Lucas. O evangelho de S. João, chamado de quarto evangelho, é lido em todos os três anos nos tempos festivos de Natal e Páscoa. Todo ano cujo número seja divisível por 3 é o ano C e os consecutivos serão o A e B. Em 2010 vivemos o ano C, já que 2010 é divisível por 3, isto é, o ano litúrgico C. Em 2011 estaremos vivendo o ano

litúrgico A.

É importante que vivenciemos o ano litúrgico, pois este tem a mesma finalidade da vinda do Senhor Jesus: dar-nos a vida eterna (“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude” – Jo 10,10), adquirida no momento de nosso batismo, graças à Ressurreição de Jesus, e que cresce à medida em que vivemos o mistério do

Cristo no tempo da Igreja, celebrando cada tempo litúrgico.

É válido lembrar que no folheto de missa, distribuído nas Igrejas para que possamos acompanhar a celebração, encontra-se no alto da primeira página, a descrição do domingo que estamos vivendo, por exemplo: 20º Domingo do Tempo Comum ou 3º Domingo do Tempo Pascal.... Desta forma poderemos nos situar no

calendário do Ano Litúrgico.

 

Fontes: Celebrar a vida cristã, A. Beckhäuser, Vozes, 9ª ed., 2000.